Alfabetização e as dificuldades na condução dos processos - um diálogo com Magda Soares

A linguista Magda Soares fala-nos sobre os maiores problemas identificados por professores Alfabetiz...Adores, através de pesquisa realizada, nos processos de alfabetização.
Ela inicia o diálogo falando do ambiente alfabetizador, no qual deve figurar elementos fundamentais ao processo alfabetizatório e teve suas concepções acerca de muitas outras indagações nossas.

"Perguntamos a alfabetizadores de escolas públicas brasileiras: 'Qual é sua maior dúvida ou dificuldade na hora de alfabetizar?' Mais de 80 perguntas chegaram, enviadas de 15 estados brasileiros. Selecionamos 20 para esta entrevista especial, que comemora o 10º ano do Letra A.

Quem responde é a educadora Magda Soares, fundadora do Ceale e professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, que foi a primeira entrevistada do jornal, lançado em 2005.

Clique no link:
Ceale - Centro de alfabetização, leitura e escrita - UFMG - Magda Soares responde

Residência Docente e qualidade na Educação



Que os professores chegam despreparados em suas salas de aula todos sabemos. A realidade vivenciada através da observação pelo aspirante ao exercício docente não atende às necessidades básicas de uma sólida formação para o magistério. Sem contar as artimanhas por parte de alguns que porventura acabam afinando o caldo, já tão ralinho, ao não cumprirem sequer a atividade de observação, importante, mas não suficiente.

Exercício docente é coisa séria. E para tanto, uma boa formação, da qual me orgulho de contribuir, é fator decisivo para a qualidade da Educação do nosso país. Ao pensarmos nas atividades de estágios realizadas pelos estudantes do antigo curso de formação para o Magistério - Curso Normal, o de Pedagogia, ou Licenciaturas, nos deparamos, na maioria dos casos, com atividades de contemplação do profissional em atuação pelo estagiário, que mesmo com boa vontade em colocar "a mão na massa", é tolhido pelos próprios responsáveis pelas instituições de ensino, temerosas com o trato do aprendiz com o aluno sob a sua responsabilidade.

Para aqueles, cujo exercício da profissão não passa de "não consegui algo melhor", não faz diferença alguma uma estágio de observação pura ou um estágio em que ele tenha oportunidade de exercer, sob supervisão, desde o início, a atividade de docência.

Lembro que das horas que passei no cumprimento dos estágios obrigatórios, aqueles mais significativos foram aqueles nos quais me permitiram parar de olhar e me oportunizaram o começar a fazer. Olhei fixamente para os profissionais que se puseram a minha frente (ou foram forçados, sei lá!) por longos períodos, por manhãs inteiras e intermináveis, mas as horas em recortei todos aqueles papéis que sequer dava conta da serventia, foram as mais felizes e mais eficazes. Ao menos, são as que ficaram preservadas como prazerosas. Da única miniaula que ministrei, lembro até hoje do tema e de tudo o que foi desenvolvido a partir dele nos quinze minutos que tinha reservado. Quinze minutos? Sim, foi esse o tempo oferecido. Se eu achei pouco? Claro que não. Não sabia o que era lecionar. E só hoje percebo o quão ínfimo tempo me foi disponibilizado. Será que teria feito algo de tão tenebroso caso tivessem me dado mais cinco minutinhos? Vai saber...


Da faculdade, só posso dizer que poderia ter sido TUDO. Escolhi estagiar no lugar onde havia me formado professora. Mas não me recordo de NADA, absolutamente nada que tenham me permitido colaborar ou desenvolver. E não faltei a um dia sequer, movida na esperança de, quem sabia, dar uma só aulinha de quinze, vinte minutinhos...

Hoje, quase vinte anos depois da minha formação para o magistério, no nível superior, me deparo com a tramitação de um projeto, que pautou da reunião do Senado neste mês de março de 2016. O Projeto versa sobre Residência docente e assim se justifica:
Explicação da Ementa:Altera a Lei nº 9394/96 – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – para determinar que a formação docente para a educação básica incluirá a residência docente como etapa ulterior à formação inicial, de 2000 mil horas, divididas em dois períodos com duração mínima de 1000 horas; considera como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas que se destinam ao financiamento de programa de residência docente, através da concessão de bolsas aos alunos residentes e aos professores supervisores e coordenadores.
Veja aqui: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/115998
Se eu estou de acordo? Penso que é um começo consistente no fortalecimento e valorização da profissão Professor. Uma residência, com bolsa estudos e tudo o mais que couber de direito e que a decência política permitir será sim um grande passo à frente do batalhão da mesmice em Educação. Vamos acompanhar e ver para crer. E crer no que vier.

Se desejar, veja a Pauta completa do dia:

http://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2016/03/21/veja-a-pauta-completa-da-ce

Para acompanhar:

Relator atual: Marta Suplicy
Último local:18/03/2016 - Comissão de Educação, Cultura e Esporte (Secretaria de Apoio à Comissão de Educação, Cultura e Esporte
Último estado:18/03/2016 - INCLUÍDA NA PAUTA DA REUNIÃO
Link para acessar a íntegra do Projeto:
http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/public/getDocument?docverid=87469fe0-c32b-49f3-91b0-70b2824a5a26

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