Avaliação processual: diagnosticando para enturmar e ensinar

Fim do ano se aproximando... hora de verificar pra valer o que os alunos aprenderam até então.

Considero importante, para um caminhar mais sólido e eficaz, um diagnóstico rigoroso para avaliar o nível de aprendizado dos alunos. Penso que é importante também termos em mente que o aluno aprende além de nós, os professores. As ruas por onde passam, os ônibus que viajam, os inúmeros cartazes, panfletos e escrituras em muros são aportes textuais alfabetizadores além escola. Precisamos estar atentos a isto para não subvalorizarmos os saberes dos nossos aprendentes. Então, que tal dar uma olhada neste vídeo oportunizado pela Revista Nova Escola?



Observa-se que o vídeo sugere uma avaliação diagnóstica inicial, no entanto, tal instrumento pode ser utilizado ao longo de todo o processo, em períodos espaçados, conforme necessidade. Assim, ele servirá de apoio ao trabalho do professor e também ajudará na enturmação mais apropriada para o ano seguinte.

Alfabetização através de histórias infantis - Livro A bota do bode

Alfabetizando crianças com histórias


Sugestão: A bota do bode (Mary e Eliardo França)

Um livro de literatura infantil em que a fantasia e a realidade se fundem e abrem espaço para a criatividade. Através dele, o universo infantil literário se alarga como uma mágica. A mágica da ludicidade. E, acima de tudo, contempla o objetivo de alfabetizar crianças, uma vez que utiliza linguagem altamente acessível, com frases que se repetem e que podem ser utilizadas de diversas formas para facilitar a construção da leitura e da escrita, sempre acompanhada da mediação/ intervenção eficaz do professor.

Gostaria de salientar, aos críticos (muito bem vindos nesta página) que, tenho ciência de que bodes não usam botas, e que muitas crianças sequer conhecem um bode. Mas entendo que, dependendo da maneira como conduzimos o processo de alfabetização, defendendo sempre a construção coletiva e a subjetiva por parte do leitor, que este não é apenas um observador, ele interage e age na construção do simbólico e do real. O desenrolar da história, prioritariamente infantil, leva a imaginação da criança a construir laços com o imponderável, o absurdo e até mesmo a relacionar com a realidade, o que transparece no incidente: o bode espia um objeto estranho largado ao tempo e espaço e cai neste objeto, se calçando de uma bota,  que depois de transitar por espaços de outros animais, mais adiante na história se transformará num aconchegante abrigo para gatinhos desabrigados.

Perceber o quanto de realidade pode ser extraída da história é nossa tarefa primordial, porém, explorar a imaginação e a fantasia da criança em busca dessa realidade é tarefa riquíssima na constituição de um processo de alfabetização permeado de sentidos, a partir dos afetos e das reconstruções simbólicas, altamente presentes em nosso cotidiano.

Compartilho com vocês algumas sugestões de encaminhamentos de atividades de leitura e escrita que desenvolvi com alguns grupos de alunos.  Mas relembro que: cada grupo é um grupo, e cada aluno é um aluno em sua especificidade e as adaptações são sempre necessárias. Além do mais, o objetivo do trabalho com a leitura do livro deve, antes de tudo, ser bem definido (ampliar o vocabulário oral, despertar e ampliar o prazer de ler, compreender o simbólico, o imaginário e o real, o estudo de fonemas específicos, etc).

Lembro que suas críticas e sugestões são muito bem vindas e me ajuda a sair do lugar.

1- Relacionar cenas da história às frases contidas no livro.

2- Relacionar nomes aos desenhos.


3- Autoditado recortado (banco de palavras).




4- Reconstrução da história através da organização do pensamento.

5- Escrita de frases trabalhadas oralmente - escrita de memória (uso do pensamento para a escrita: "Escreva do seu jeito, mas não de qualquer jeito, utilize o seu pensamento sobre as frases que nós lemos juntos!").

Importante aqui, nesta etapa é que ela se dê após um trabalho de remontagem textual coletiva, por frases e palavras.

6- Trabalhando outros gêneros/ tipologias textuais a partir da história já lida: HQ - História em Quadrinhos



Trabalhando a Escrita de Textos Instrucionais: regras de brincadeiras

Quem não gosta de uma boa brincadeira? E não vai dizer que brincadeira é coisa só de criança. Agora imagine transformar esse momento tão alegre e discontraído em conteúdo de aprendizagem em sala de aula. Sim, é possível e bastante produtivo.

Discutir as regras de um determinado jogo nem sempre é tarefa fácil se considerarmos a diversidade cultural imbutida nos mesmos. No entanto, é um excelente começo de conversa para se trabalhar com a questão das normas de conduta e regras para o convívio em grupo e o quanto antes essa discussão é iniciada, melhor será a participação dos seus integrantes dentro dele. Que tal a sugestão de um passo a passo?

Para uma melhor compreensão do fracasso e do sucesso escolar vi

O SABER E O NÃO SABER


“ - Ah, tia. Eu ainda não sei escrever! ”
“ - Eu não sei escrever! ”


Frases como estas são comumente ouvidas das crianças que são submetidas a um processo puramente mecânico de aprendizagem da leitura e escrita.

Neste processo a criança fica impossibilitada de experimentar e, portanto, amedrontada, não vê lugar para o erro. As respostas já foram dadas e não é preciso refletir sobre elas. E basta memorizá-las.

Acaba pisando numa mina explosiva aquele aluno que não consegue “guardar” tudo, exatamente como lhe foi mostrado. Aquele que não consegue lembrar, que sofre da memória, é o que “ não sabe “ e, por isto, é um fracassado.

Os que conseguem trazer à lembrança o “ba, be, bi, bo, bu” - sem nos esquecermos do "bão", claro - vão aos poucos se convencendo de sua superioridade, de sua inteligência, de seus dons naturais para alcançar altas posições na sociedade hierarquizada sócioeconomicamente.

Possuindo o conhecimento – aquele esperado pela escola – esses alunos se tornam detentores do poder. “ O saber que possuem é confirmado na escola e os resultados escolares antecipam seu sucesso na vida social (Esteban, 1991).

Precisamos refletir  sempre sobre o que estamos oferecendo aos nossos alunos. E, mais importante ainda, o que farão com aquilo que lhes ofertamos.

E o que acontece com aqueles que não memorizam de forma mecanizada?



Escrita como meio de satisfação pessoal

Olá, pra toda essa gente boa que nos acompanha!

Escrever é bom demais, blogar, melhor ainda! Aprendo tanto com esse troca-troca. M'Alma se enche de alegria ao receber carinhosos comentários.

Um contentamento que me faz pensar naqueles  que desconhecem essa poderosa ferramenta - a ESCRITA. Sim, ainda hoje, inúmeras pessoas convivem a margem de todo esse aparato tecnológico, como as mídias e redes sociais, e distantes daquilo que, ao meu e aos seus olhares, é tão rudimentar, como a escrita com lápis ou caneta em papel.

Caramba, por vezes me percebo completamente louca por me preocupar com essas coisas.

Que tenho eu a ver com toda essa gente que não sabe escrever, nem ler, é claro? Tenho a minha vidinha, vidinha mesmo, leio o que quero (hoje sou minha própria bússola na escolha do caminho a escolher para me alimentar de saberes) e escrevo quando quero, e melhor ainda, O QUE QUERO (claro que não é tanto assim, como bem sabemos. Afinal a DITADURA, névoa mundial, ainda nos ronda. Sem contar a tal da DIPLOMACIA, que confesso não saber utilizar como me sugerem).

Por que então, deixar que esse pensamento me invada a alma? Será por que gosto tanto de ler, quanto de escrever? Será que sinto falta das escrituras dessa gente? O que será que elas teriam a me dizer? Será mesmo que sejam tão incapazes de aprender?

Talvez pense no quanto de contribuição poderiam dar a esse bloguinho, aspirante a gente nesse Blogsplanet, cada vez mais encantador.

E com o que essa gente se preocuparia? Com a quantidade e a qualidade daquilo que escreveriam ou leriam? Que recados nos enviariam?

E vocês, caros leitores, escritores, com o que se preocupam? O que ocupa sua alma?


Educação Popular na atualidade: análise das possibilidades e dos desencontros


"Tornar a escola popular não implica torná-la substancialmente diferente da escola das elites; é esta a escola que as classes populares querem arrancar do Estado, submetendo-a à sua critica sem deteriorar sua qualidade nem abdicar do seu conteúdo".
Vanilda Paiva
Na crença de que a história não chegou ao fim, que o ideal de construção de uma sociedade mais bela em sua essência continua vivo, a EP aqui já tratada através de outro post procura constituir-se como uma possibilidade alternativa para a educação de jovens e adultos.

Concebemos que a educação por si mesma, sozinha, não é capaz de transformar. No entanto, sem considerá-la, não se consolidará a conscientização das massas pela sua opressão e também da elite pela necessidade de torná-la menos opressora e mais solidária. 


Falar de EP atualmente, significa considerar a realidade social concreta como ponto de partida para um ato de educar que gera felicidade a todos – alunos, professores, escola, sociedade, mundo. Mas essa mesma realidade, tão abordada nas últimas décadas, tornou-se “chavão” em qualquer programa ou projeto pedagógico. Sabemos o quão distanciada das práticas educativas ela se encontra.
Cabe aqui um convite para encararmos o desafio de “olhar” a realidade, enxergá-la de fato e buscar nela, e através dela, as ferramentas que necessitamos para ensinar os indivíduos, frutos dessa realidade, a ler, escrever e revertê-la para o bem de todos.
A divisão social da população parece cada vez mais solidificada, mostrando-se forte e presenteira em meio à imensa desigualdade sócio-econômica entre as classes sociais. A exploração e os mecanismos autoritários pelos quais os trabalhadores de baixa renda eram submetidos ainda prevalecem.

Alfabetização com a turma da Mônica



Qual criança, jovem ou adulto, caso já tenha sido apresentado, que não gosta das personagens criadas por Mauricio de Souza? E mesmo os que vão ter contato pela primeira vez, dificilmente não se apaixonarão.

Apresento aqui um trabalho que foi desenvolvido a partir das histórias em quadrinhos e sugestões de atividades de leitura e escrita a serem desenvolvidas a partir da tipologia textual História em Quadrinho (HQ)...

Alfabetização Matemática


Há tempos que ando (sem sair do lugar! Rs...) querendo conversar sobre esse assunto. Não raro, nós, alfabetizadores, nos deixamos atrelar pela leitura e escrita em detrimento da matemática durante a mediação do processo de alfabetização dos nossos aprendentes-ensinantes. Agindo assim, acabamos por não perceber que no desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático está contido uma enorme variedade de aspectos, que pode auxiliar, e muito, na aprendizagem da leitura e escrita. Isso sem falar no conteúdo  essencial para se estar no mundo atual.

Alguns desses aspectos podem ajudar no reconhecimento e na identificação do traçado das letras: linhas retas, curvas, quantidade de traços, círculo, meio círculo, enfim uma gama de variáveis imagéticas podem ser exploradas e aproveitadas para o bem de todos, alunos e professores.

Letras e números são imagens, e sabemos que são muito mais que isso também. No entanto,  a definição delas é importante para que possamos nos comunicar.

Um pouco mais adiante, podemos trabalhar a sequenciação numérica, tão importante para apoiar o aluno em suas descobertas. Particularmente, gosto muito de apresentar uma tabela numérica, iniciando com uma que vai do 1 ao 50,  excluíndo o 0 (zero) para facilitar a leitura pelo aluno ao pesquisar a tabela para encontrar um número desejado.

O que você pensa sobre isso? Compartilhe conosco!

Forte Abraço!

História e Geografia: integração a favor da alfabetização?

Por: Valéria Rosa Poubell
Trabalho do Curso de Pós-graduação da UNESA/ 2007 - Alfabetização: concepções e perspectivas


A Geografia não é mais que a História no espaço.
Reclus

O mundo em que vivemos é marcado pela sobrevivência como um desafio constante, face ao acelerado crescimento do desenvolvimento tecnológico com o qual convivemos. Temas como alimentos transgênicos, globalização, aquecimento do planeta, altos índices de desemprego, baixos salários daqueles que estão empregados, dentre outros percalços sociais, são veiculados numa velocidade inassimilável, dado o volume de informações disponibilizadas pelos meios de comunicação de massa e drasticamente alterados com a popularização da Internet.
(Imagem disponível na Web)
Voltando-se o olhar para o objetivo que movimenta a escrita deste texto – pensar a integração das disciplinas de história e geografia na educação de crianças, jovens e adultos, somos levados a pensar nos objetivos atuais do ensino das referidas disciplinas. E assim, buscar, selecionar e organizar conteúdos que atendam aos objetivos propostos. Mas é importante que se atente para a significação e a aplicabilidade destes conteúdos na vida cotidiana dos educandos.

Alfabetização e Educação Popular: opção para a atualidade?

Aspectos ideológicos e metodológicos
“Com muitas ilusões, mas com enorme esperança, tentaram-se caminhos novos ou reconstruíram-se caminhos antigos. O que houve de certo e errado só a história pode dizer. E quase nos foi negada a possibilidade de conhecer a história”. Osmar Fávero
Paulo Freire, como representante notável frente às lutas populares que se travaram inicialmente na América Latina, teve uma ação internacional, “graças” a sua situação de exilado. Suas ações carregaram em si a concepção de educação como emancipadora do popular e contribuíram para a consolidação de um grande número de grupos e organizações favoráveis a defesa dos marginalizados e excluídos.

Segundo estudo de (ALMEIDA, 1988) o ato de educar em EP significava, no início dos anos 60, atuar frente a grupos variados em seus interesses: o indivíduo que buscava aulas de alfabetização nos acampamentos, as mulheres que participavam de clubes de mães, sócios nas sociedades de bairros, membros das igrejas, grupos de trabalho específico, dentre outros. Mas como podemos compreender a base de todo o processo de alfabetização em Educação Popular da época?

Consciência Fonológica: pré-requisito para a alfabetização?


O título desta postagem foi o tema do último Fórum de Alfabetização, na Unirio, ontem. Manhã maravilhosa, encantadora, desequilibrante, como todas que são oferecidas pelas pessoas do Grupalfa. E que pessoas são essas? Nossa, sem palavras...

Fui desmontada em meus preceitos, mas acalentada pelas informações: dados para a reflexão. Penso que não estou tão distante assim daquilo que educadores que sonham uma sociedade mais justa, de fato, onde a educação contribui para a verdadeira emancipação dos indivíduos - sejam eles pertencentes a qualquer camada sóciocultural e econômica - almejam.

De tudo e muito mais, aprendi que consciência fonológica, sim, mas sem o blá blá blá da sílabação pela simples silabação, ainda que se possa chegar lá. Mas por outro caminho, mais seguro e humano para o aprendente.

Quero escrever mais sobre isso, mas ainda estou organizando as idéias. Quer refletir comigo sobre isso? Envie suas idéias, dúvidas... Vamos pesquisar juntos.

ABRAÇOS CARINHOSOS A TODOS E TODAS!


EDUCAÇÃO: eu acredito, nós acreditamos!

Olá, caros leitores e leitoras,


Quero compartilhar com vocês
a satisfação do nosso espaço ter atingido mais de 50.000 
(cinquenta mil) acessos, demonstrando que 
Educação ainda é um assunto que nos encanta 
preenchendo nosso tempo.

Para comemorar, estamos renovando esta Webblog, reorganizando sua formatação e apresentação. Esperamos que gostem e nos sugestionem.



ABRAÇOS a TODOS e TODAS com Afeto!

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Relato de Experiência - Diálogos em Arte-educação

Uma experiência no Museu Oi Futuro, RJ.