Projetos de Leitura: explorando as diferentes modalidades


 Projetos de leitura
A característica básica necessária a um projeto, seja ele de leitura ou não, é que ele tenha um objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual todos trabalham. Além disso, os projetos permitem dispor do tempo de uma forma flexível, pois o tempo tem o tamanho necessário para conquistar o objetivo: pode ser de alguns dias ou de alguns meses. Quando são de longa duração têm ainda a vantagem adicional de permitir o planejamento de suas etapas com os alunos.

São ocasiões em que eles podem tomar decisões sobre muitas questões: controlar o tempo, dividir e redimensionar as tarefas, avaliar os resultados em função do plano inicial, etc.

Os projetos são situações em que linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem tarefas que articulam esses diferentes conteúdos. São situações lingüisticamente significativas, em que faz sentido, por exemplo, ler para escrever, escrever para ler, ler para decorar, escrever para não esquecer, ler em voz alta em tom adequado. Nos projetos em que é preciso expor ou ler oralmente para uma gravação que se destina a pessoas ausentes, por exemplo, uma circunstância interessante se apresenta: o fato de os interlocutores não estarem fisicamente presentes obriga a adequar a fala ou a leitura a fim de favorecer sua compreensão, analisando o tom de voz e a dicção, planejando as pausas, a entonação, etc. Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar a necessidade de ler e, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções.

Alguns exemplos de projetos de leitura: produção de fita cassete de contos ou poemas lidos para a biblioteca escolar ou para enviar a outras instituições; produção de vídeos (ou fitas cassete) de curiosidades gerais sobre assuntos estudados ou de interesse; promoção de eventos de leitura numa feira cultural ou exposição de trabalhos.

Atividades sequenciadas de leitura

São situações didáticas adequadas para promover o gosto de ler e privilegiadas para desenvolver o comportamento do leitor, ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da prática de leitura: formação de critérios para selecionar o material a ser lido, constituição de padrões de gosto pessoal, rastreamento da obra de escritores preferidos, etc.

Funcionam de forma parecida com os projetos — e podem integrá-los, inclusive —, mas não têm um produto final predeterminado: neste caso o objetivo explícito é a leitura em si. Nas atividades sequenciadas de leitura pode-se, temporariamente, eleger um gênero específico, um determinado autor ou um tema de interesse.

Atividades permanentes de leitura

São situações didáticas propostas com regularidade e voltadas para a formação de atitude favorável à leitura. Um exemplo desse tipo de atividade é a “Hora de...” (histórias, curiosidades científicas, notícias, etc.). Os alunos escolhem o que desejam ler, levam o material para casa por um tempo e se revezam para fazer a leitura em voz alta, na classe. Dependendo da extensão dos textos e do que demandam em termos de preparo, a atividade pode se realizar semanalmente ou quinzenalmente, por um ou mais alunos a cada vez. Quando for pertinente, pode incluir também uma breve caracterização da obra do autor ou curiosidades sobre sua vida.

Outro exemplo é o que se pode chamar “Roda de Leitores”: periodicamente os alunos tomam emprestado um livro (do acervo de classe ou da biblioteca da escola) para ler em casa. No dia combinado, uma parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, o que pensou, sugere outros títulos do mesmo autor ou conta uma pequena parte da história para “vender” o livro que o entusiasmou aos colegas.

Leitura feita pelo professor

Além das atividades de leitura realizadas pelos alunos e coordenadas pelo professor há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. É o caso da leitura compartilhada de livros em capítulos, que possibilita aos alunos o acesso a textos bastante longos (e às vezes difíceis) que, por sua qualidade e beleza, podem vir a encantá-los, ainda que nem sempre sejam capazes de lê-los sozinhos.

A leitura em voz alta feita pelo professor não é uma prática muito comum na escola. E, quanto mais avançam as séries, mais incomum se torna, o que não deveria acontecer, pois, muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos de leitores.

Na escola, uma prática de leitura intensa é necessária por muitas razões. Ela pode:

• ampliar a visão de mundo e inserir o leitor na cultura letrada;
• estimular o desejo de outras leituras;
• possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação;
• permitir a compreensão do funcionamento comunicativo da escrita: escreve-se para ser lido;
• expandir o conhecimento a respeito da própria leitura;
• aproximar o leitor dos textos e os tornar familiares — condição para a leitura fluente e para a produção de textos;
• possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens;
• informar como escrever e sugerir sobre o que escrever;
• ensinar a estudar;
• possibilitar ao leitor compreender a relação que existe entre a fala e a escrita;
• favorecer a aquisição de velocidade na leitura;
• favorecer a estabilização de formas ortográficas.

Leitura Diária

O trabalho com leitura deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura pode ser realizada:

• de forma silenciosa, individualmente;
• em voz alta (individualmente ou em grupo) quando fizer sentido dentro da atividade; e
• pela escuta de alguém que lê.

No entanto, alguns cuidados são necessários:

• toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade na qual se insere e o aluno deve sempre poder ler o texto silenciosamente, com antecedência — uma ou várias vezes;
• nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se necessário negociar o significado (validar interpretações), essa negociação precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação dos alunos. Ao professor cabe orientar a discussão, posicionando-se apenas quando necessário;
• ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e preparar os alunos. É interessante, por exemplo, dar conhecimento do assunto previamente, fazer com que os alunos levantem hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecer informações que situem a leitura, criar um certo suspense quando for o caso, etc.;
• é necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor. São coisas muito diferentes ler para se divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler em busca de significado — a leitura, de um modo geral — e ler em busca de inadequações e erros — a leitura para revisar. Esse é um procedimento especializado que precisa ser ensinado em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos. 

Leitura Colaborativa

A leitura colaborativa é uma atividade em que o professor lê um texto com a classe e, durante a leitura, questiona os alunos sobre as pistas linguísticas que possibilitam a atribuição de determinados sentidos. Trata-se, portanto, de uma excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores. É particularmente importante que os alunos envolvidos na atividade possam explicitar para os seus parceiros os procedimentos que utilizam para atribuir sentido ao texto: como e por quais pistas linguísticas lhes foi possível realizar tais ou quais inferências, antecipar determinados acontecimentos, validar antecipações feitas, etc. A possibilidade de interrogar o texto, a diferenciação entre realidade e ficção, a identificação de elementos discriminatórios e recursos persuasivos, a interpretação de sentido figurado, a inferência sobre a intencionalidade do autor, são alguns dos aspectos dos conteúdos relacionados à compreensão de textos, para os quais a leitura colaborativa tem muito a contribuir. A compreensão crítica depende em grande medida desses procedimentos.

Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever.
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Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica– Língua Portuguesa.


Alfabetização: Projetos Pedagógicos e Sequências Didáticas

ALFABETIZAÇÃO EM FOCO: PROJETOS DIDÁTICOS E SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS EM DIÁLOGO COM OS DIFERENTES COMPONENTES CURRICULARES
(Disponível em: http://www.eb1-sto-antonio-grijo.rcts.pt/projecto_curricularde_escola.htm)
 A unidade 6 do programa "Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa", implantado pelo governo federal, assim como as anteriores, merece análise e olhar reflexivo do alfabetizador inquieto.  Trata-se do estabelecimento das relações entre as diversas áreas do conhecimento dispostos através das diferentes disciplinas curriculares:
"(...) perceber possibilidades de práticas pedagógicas, que envolvem diversas áreas de conhecimentos, tendo como foco principal a área da linguagem, concretizada nos diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, conforme preceituam documentos oficiais e parâmetros curriculares para o ensino fundamental de 09 anos.
Para isso, não se pode perder de vista que os gêneros textuais, para que entrem na escola, precisam passar por uma transposição didática, de tal modo que possam ser didatizados. Nessa direção, os projetos didáticos e as sequências didáticas apresentam-se potencialmente como formas de organização do trabalho pedagógico que têm grandes possibilidades de auxiliar nesse processo de didatização, sobretudo por um viés de trabalho interdisciplinar, o que os torna fundamentais ao professor para realizar todo o processo de ensino e aprendizagem nos anos iniciais.
 
Tendo em vista a importância de discutirmos como tais modos de organização do cotidiano escolar podem potencializar o trabalho docente, os objetivos da unidade 6 são:
 • compreender a concepção de alfabetização na perspectiva do letramento, a partir do aprofundamento de estudos baseados nas obras pedagógicas do PNBE do Professor e outros textos publicados pelo MEC;
• aprofundar a compreensão sobre o currículo nos anos iniciais do Ensino Fundamental e sobre os direitos de aprendizagem e desenvolvimento nas diferentes áreas de conhecimento;
• analisar e planejar projetos didáticos e sequências didáticas para turmas de alfabetização, assim como prever atividades permanentes integrando diferentes componentes curriculares e atividades voltadas para o desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita;
• conhecer os recursos didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e planejar projetos e sequências didáticas em que tais materiais sejam usados;
• compreender a importância da avaliação no ciclo de alfabetização.
Para acessar todo o material de formação do PNAIC CLIQUE AQUI .

Alfabetização e Movimentos Sociais

Alfabetização e Movimentos Sociais: uma via necessária à conscientização e a preparação dos pequenos e grandes cidadãos para o verdadeiro exercício de cidadania no Brasil. Sugiro palavras-chave a partir do tema: vida/ cidade/ rua/ população.



Como trabalhar um mesmo conteúdo com diferentes níveis de aprendizagens em sala de aula?

(grupo de alunos meus em classe de alfabetização realizando atividade diversificada enquanto eu atuo numa intervenção mais direta com outro grupo em atividade de leitura e escrita individual)
Uma leitora me enviou a pergunta acima e sei que a questão se constitui, em minha opinião, num dos maiores desafios a serem enfrentados numa sala de aula alfabetizadora.

Já sabemos que cada ser aprendente (o aluno em fase de alfabetização, seja criança, adolescente ou adulto) carrega consigo, para onde quer que vá, a sua história de vida. E ao longo desses vinte aninhos recém completados no magistério (oficiais, pois se considerar os oficiosos, vai bem mais longe ainda) posso dizer com grande conforto que é na sala de aula, onde reside o nosso olhar atento e a nossa escuta sensível, como diz a minha eterna mestra querida, a Prof. Dra. Paula Cid Lopes, que essa história de vida se revelará em capítulos cheios de aventuras e emoções - muitas emoções, diga-se de passagem.

De história em história, todos nós vamos tecendo o nosso aprendizado ao longo da vida. E como trabalhar em sala de aula o mesmo conteúdo para um grupo de alunos com histórias tão diferenciadas de aprendizados?  Vou tentar descrever como encaminho o trabalho com classes de alfabetização em relação aos diferentes níveis em que se encontram os alunos em fase de alfabetização.

Contação de História e Prática de Escrita


Quem, caso já tenha sido apresentado ou apresentada, consegue ficar imparcial ao ouvir e cantar as músicas da nossa Bia Bedran? Dizem por aí que a Bia participou da infância de diversas gerações. Mas como explicar o sucesso enorme que ela faz junto a nós, grandões e grandonas? Mais abaixo, sugestões de atividades de leitura e escrita.

Leitores não escritores X Escritores não leitores: como reparar o percurso?

Prazer de recontar histórias
Crianças realizando inferência na leitura em fase inicial da alfabetização
(Escola Pública Municipal do RJ)
Paulo Freire nos diria que aprender a ler e escrever é, antes de tudo, "aprender a ler o mundo, compreendendo suas diversas nuances". Qual a pessoa que mesmo não sendo "alfabetizada", não consegue "ler" palavras que, em se tratando de sociedades letradas, a cercam no mundo em que vive, como, Coca-cola, Banco Itaú, Casas Bahia, Nescau, Barbie, entre outras?

As letras, ou o seu conjunto em uma palavra, representam o universo codificado, fácil de decifrar para quem tem olhos ávidos e ansiosos. (continua)

To Sir With Love (Ao Mestre com Carinho)




Não há um profissional no mundo que não tenha antes passado pelas talentosas mãos de um PROFESSOR.


À você com carinho, 
Um excelente retorno, Professor!

Organização Curricular - planos, atividades, sequências ou projetos?


Recomeçar... ou como começar o trabalho de alfabetização, seja de crianças, jovens ou adultos?

Organizar as tarefas a serem vivenciadas ao longo de todo o período letivo requer um bom senso na escolha daquilo que mais facilmente levará até a chegada - os objetivos gerais e específicos. Mas qual será o melhor ponto de partida?

Será que todos nós, professores, sabemos definir e utilizar planos, atividades, sequências ou projetos? 

Diversos são os caminhos. No entanto, é preciso saber onde se quer chegar, não é mesmo? Bem traçados os objetivos, pensaremos na trilha que melhor proporcionará alcançarmos aquilo que desejamos. (continua)

Matemática divertida: adição, subtração e multiplicação

Encontrei essa imagem no Facebook. Achei o máximo! Afinal, sempre utilizei em sala de aula essas pecinhas do jogo que chamo de "Monta-Monta". Tenho vários conjuntos deles, pois acredito no seu uso como auxilio no desenvolvimento da criatividade, da integração, além de outros aspectos sensoriais, motores e cognitivos.
Através das peças pode-se trabalhar a noção de adição, de subtração e até de multiplicação. E o melhor, pode-se trabalhar concretamente! Não é legal?


Forte Abraço,

Boas inspirações a todos e todas!

Inclusão Digital Escolar e Social e Alfabetização


Diversas são as atribuições e contribuições inerentes ao Atendimento Educacional Especializado, na modalidade Sala de Recursos. Com início neste ano de 2012, no espaço do AEE/Sala de Recursos de uma Escola Municipal localizada na cidade do Rio de Janeiro, é trabalhado um projeto integrado a outras atividades curriculares da Unidade Escolar que visa promover o desenvolvimento de habilidades e competências específicas por parte da sua clientela. É o projeto Inclusão Digital Escolar e Social - AEE/ Sala de Recursos”.

É pouco o impacto, do ponto de vista pedagógico, do uso das redes sociais nas escolas. Mas sabemos que fora da escola, ou até mesmo para manter contato com os amigos da escola, os alunos fazem uso das redes – Orkut, Facebook, MySpace, MSN –, mas elas ainda não são utilizadas para outros fins. (...)

As cores e as nossas emoções - o que isso tem a ve...

As Cores podem interferir no processo de alfabetização? De que forma?



As cores têm influências em nossos componentes físico, mental e emocional.
Algumas evidências científicas sugerem que a luz de diversas cores, que entra pelos olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções. Cada um de nós responde à cor de uma forma particular. As pessoas tendem também a ser atraídas por certas cores, em virtude de alguns fatores determinantes. Sua escolha pode estar baseada em seu tipo de personalidade, nas condições circunstanciais de sua vida ou em seus desejos e processos mentais mais íntimos, profundos e até inconscientes. (...)

Compartilhando Saberes e Afetos

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Relato de Experiência - Diálogos em Arte-educação

Uma experiência no Museu Oi Futuro, RJ.