Alfabetização e as dificuldades na condução dos processos - um diálogo com Magda Soares

A linguista Magda Soares fala-nos sobre os maiores problemas identificados por professores Alfabetiz...Adores, através de pesquisa realizada, nos processos de alfabetização.
Ela inicia o diálogo falando do ambiente alfabetizador, no qual deve figurar elementos fundamentais ao processo alfabetizatório e teve suas concepções acerca de muitas outras indagações nossas.

"Perguntamos a alfabetizadores de escolas públicas brasileiras: 'Qual é sua maior dúvida ou dificuldade na hora de alfabetizar?' Mais de 80 perguntas chegaram, enviadas de 15 estados brasileiros. Selecionamos 20 para esta entrevista especial, que comemora o 10º ano do Letra A.

Quem responde é a educadora Magda Soares, fundadora do Ceale e professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, que foi a primeira entrevistada do jornal, lançado em 2005.

Clique no link:
Ceale - Centro de alfabetização, leitura e escrita - UFMG - Magda Soares responde

Residência Docente e qualidade na Educação



Que os professores chegam despreparados em suas salas de aula todos sabemos. A realidade vivenciada através da observação pelo aspirante ao exercício docente não atende às necessidades básicas de uma sólida formação para o magistério. Sem contar as artimanhas por parte de alguns que porventura acabam afinando o caldo, já tão ralinho, ao não cumprirem sequer a atividade de observação, importante, mas não suficiente.

Exercício docente é coisa séria. E para tanto, uma boa formação, da qual me orgulho de contribuir, é fator decisivo para a qualidade da Educação do nosso país. Ao pensarmos nas atividades de estágios realizadas pelos estudantes do antigo curso de formação para o Magistério - Curso Normal, o de Pedagogia, ou Licenciaturas, nos deparamos, na maioria dos casos, com atividades de contemplação do profissional em atuação pelo estagiário, que mesmo com boa vontade em colocar "a mão na massa", é tolhido pelos próprios responsáveis pelas instituições de ensino, temerosas com o trato do aprendiz com o aluno sob a sua responsabilidade.

Para aqueles, cujo exercício da profissão não passa de "não consegui algo melhor", não faz diferença alguma uma estágio de observação pura ou um estágio em que ele tenha oportunidade de exercer, sob supervisão, desde o início, a atividade de docência.

Lembro que das horas que passei no cumprimento dos estágios obrigatórios, aqueles mais significativos foram aqueles nos quais me permitiram parar de olhar e me oportunizaram o começar a fazer. Olhei fixamente para os profissionais que se puseram a minha frente (ou foram forçados, sei lá!) por longos períodos, por manhãs inteiras e intermináveis, mas as horas em recortei todos aqueles papéis que sequer dava conta da serventia, foram as mais felizes e mais eficazes. Ao menos, são as que ficaram preservadas como prazerosas. Da única miniaula que ministrei, lembro até hoje do tema e de tudo o que foi desenvolvido a partir dele nos quinze minutos que tinha reservado. Quinze minutos? Sim, foi esse o tempo oferecido. Se eu achei pouco? Claro que não. Não sabia o que era lecionar. E só hoje percebo o quão ínfimo tempo me foi disponibilizado. Será que teria feito algo de tão tenebroso caso tivessem me dado mais cinco minutinhos? Vai saber...


Da faculdade, só posso dizer que poderia ter sido TUDO. Escolhi estagiar no lugar onde havia me formado professora. Mas não me recordo de NADA, absolutamente nada que tenham me permitido colaborar ou desenvolver. E não faltei a um dia sequer, movida na esperança de, quem sabia, dar uma só aulinha de quinze, vinte minutinhos...

Hoje, quase vinte anos depois da minha formação para o magistério, no nível superior, me deparo com a tramitação de um projeto, que pautou da reunião do Senado neste mês de março de 2016. O Projeto versa sobre Residência docente e assim se justifica:
Explicação da Ementa:Altera a Lei nº 9394/96 – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – para determinar que a formação docente para a educação básica incluirá a residência docente como etapa ulterior à formação inicial, de 2000 mil horas, divididas em dois períodos com duração mínima de 1000 horas; considera como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas que se destinam ao financiamento de programa de residência docente, através da concessão de bolsas aos alunos residentes e aos professores supervisores e coordenadores.
Veja aqui: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/115998
Se eu estou de acordo? Penso que é um começo consistente no fortalecimento e valorização da profissão Professor. Uma residência, com bolsa estudos e tudo o mais que couber de direito e que a decência política permitir será sim um grande passo à frente do batalhão da mesmice em Educação. Vamos acompanhar e ver para crer. E crer no que vier.

Se desejar, veja a Pauta completa do dia:

http://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2016/03/21/veja-a-pauta-completa-da-ce

Para acompanhar:

Relator atual: Marta Suplicy
Último local:18/03/2016 - Comissão de Educação, Cultura e Esporte (Secretaria de Apoio à Comissão de Educação, Cultura e Esporte
Último estado:18/03/2016 - INCLUÍDA NA PAUTA DA REUNIÃO
Link para acessar a íntegra do Projeto:
http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/public/getDocument?docverid=87469fe0-c32b-49f3-91b0-70b2824a5a26

Alfabetização e dislexia - Como estrelas na Terra - um filme

Como lidar com a dislexia, em casa, na escola, na vida?


O filme Como Estrelas na Terra, retrata a história de um menino chamado Ishaan Awasthi de nove anos, que cursa o 3º ano do ensino fundamental 1, o mesmo apresenta um quadro de dislexia e que não é identificado pelos pais e nem pela escola, levando este a dificuldade no ambiente escolar e em sua vida social. No decorrer da vida escolar, é considerado preguiçoso e até mesmo taxado de indisciplinado por não acompanhar o ritmo dos demais colegas inclusive do seu irmão considerado o melhor aluno da turma, sendo a todo instante vitima do despreparo da família e do corpo docente.

A escola tradicional onde o menino estuda não demonstra nenhuma importância para com as suas necessidades, e somente convoca a família para informar que o garoto não apresenta avanços e que portanto provavelmente irá repetir a série. Sena esta, já vivenciada pelo menino. Dessa forma, Ishaan é levado pela "ignorância" e falta de sensibilidade dos pais a um Internato, local de severas punições e tradicionalismo cuja Filosofia é "Disciplinar Cavalos Selvagens".

Mediante tal situação, triste, angustiado e deprimido, Ishann perde cada vez mas o interesse pelos estudos, isolando-se em seu mundo. Surge então, um professor substituto com metodologias próprias, inovadora, e acima de tudo, conhecedor do problema que a criança possui. O novo professor mostra que Ishann tem as suas particularidades, mas é capaz e que precisa de uma atenção especial para que possa desenvolver suas habilidades e superar as suas limitações.

O professor consegue, através da sua sensibilidade para a questão, mobilizar a escola e começa a ensinar Ishann a ler e escrever. A partir de então, Ishann vai se superando compreendendo o mundo da leitura, da escrita e recuperando a sua autoestima.

O Filme nos faz perceber e nos leva a refletir, a importância do olhar atento, do olhar observador, investigador e da sensibilidade para com a pluralidade que compõem uma sala de aula, bem como as particularidades de cada aluno. 

Sabemos que somente identificar o problema não é o suficiente, faz- se necessário é indispensável tratamento diferenciado com psicopedagogos em consonância com todo corpo docente e familiares a fim de propiciar à criança um desenvolvimento mais significativo.




Alfabetização na idade incerta


Desde que o mundo é mundo, como dizia a minha avó Eva, ações estapafúrdias são presenciadas em relação às crianças, no que concerne a Educação. Se nos primórdios da humanidade, os pais podiam matar os seus filhos caso os rejeitassem, a sociedade da Idade Média vivencia o total poder patriarcal, no qual os campos social e político são totalmente controlados pela figura do pai. Não muito longe daqui em tempos, o status do Ser Criança era totalmente nulo, cabendo a vontade do pai a sua existência ou não nos meios sociais.

No Brasil, a ascensão das indústrias, por volta dos anos 70, impulsiona a luta das trabalhadoras por um lugar para colocar os seus filhos enquanto trabalhavam horas e horas.  Muita água rolou até que esse lugar para que as trabalhadoras colocassem os seus filhos ganhasse algum respeito e, por conseguinte, um nome - Educação Infantil, ainda que, por ideais exportados. Mas como quase todas as Ciências, a Educação não ficaria de fora.



Nos anos de 1988, nascituro da Nova Constituição brasileira, a Educação Infantil ganha, então um codinome, mas a sua identidade vaga até hoje na busca do encontro com o seu eu. Cuidar, assistir, amparar, tratar, higienizar. Ações que sempre se mantiveram presentes na desidentificada Educação para as crianças.

De lá até aqui nós, educadores, vamos ensejando nossas práticas pedagógicas ancorados naquilo que nem ao certo sabemos do que se trata. Contamos com a sorte da nossa ação intuitiva e nosso olhar observador e inquieto, bem como nossas buscas incessantes por um porto mais seguro, que dê conta de nos permitir a apropriação de ideias acerca da condição do Ser e, através dela, da condição do ser Criança.



Séc. XXI super infiltrado entre nós e ainda buscamos algo que nos dê pistas para identificar a Educação voltada para as crianças de 0 a 5 ou 6 anos de idade, conforme vem se revesando. Assim como as representações de infância pelo artista desenhista e pintor, Ivan Cruz, retratado aqui em algumas de suas muitas obras sobre o universo infantil, as Orientações Curriculares parecem não contribuir muito para o processo identitário da Educação Infantil no país. Afinal, deve-se ou não alfabetizar na Educação Infantil?

E se a resposta for positiva, para qual lugar vão as brincadeiras e as interações tão necessárias ao desenvolvimento integral da criança? Ou não é mais isso o que as crianças tanto necessitam para se desenvolverem como cidadãs para o mundo que, por sua vez, as aguarda ansiosamente para o exercício do consumo desenfreado?

Crianças, aos três, quatro ou cinco anos de idade, devem mesmo desenvolverem-se sentadas entre cadeiras e mesas, cerceadas por atividades repetitivas, enfadonhas e cansativas, dias e dias até que se alfabetizem, livrando o mundo das suas mazelas alfabetizatórias?



Mas e se não forem enfadonhas nem repetitivas as atividades? E se seguirmos os moldes das ideias inovadoras (nem tanto assim, sabemos disso!) do curso para Formação de Professores Alfabetizadores do MEC-BR/PNAIC - Programa Nacional para Alfabetização na Idade Certa? Ainda assim, devem as crianças de tenra idade abdicarem das suas criações imagéticas, suas fantasias poéticas e narrativas, para adentrar forçosamente no mundo das letras até que não consigam mais se relacionar com elas de forma prazerosa e eficaz?

O referido Programa do Governo Federal não fala em alfabetização aos 4 ou 5 anos, As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil também não, mas algumas Organizações mostram-nos todo o seu arsenal de guerra contra o analfabetismo, direcionando suas ações para a Educação Infantil, Ah, temos visto tantos e tantos exemplos do efeito alfabetização na idade incerta! Mas afinal, qual é a melhor idade para se alfabetizar? A melhor eu não sei, mas que aos três, quatro, cinco e seis anos a criança gosta mesmo é de brincar, disso eu tenho certeza!

Defendemos aqui, uma Educação Infantil que prime pelo Ser Criança em detrimento do Ser adulto em miniatura. E o Ser Criança precisa brincar e interagir muito para que seja capaz de construir bases firmes para a sua sociabilidade, para o encontro com o seu eu, e com o outro, sem competição, mas muita cooperação e solidariedade, além dos imprescindíveis eticidade, respeito e politização.

O Ser que se alfabetiza

Olá! Alguém aí que alfabetiza já parou para pensar na visão que tem sobre o sujeito da aprendizagem no processo de alfabetização?

Então, as nossas concepções sobre o ser Criança, o ser Jovem e o ser Adulto interferem em nossos encaminhamentos pedagógicos alfabetizadores. Algumas perguntas aguçam nossos sentidos para uma reflexão: o que é ser criança? O que é ser jovem? O que é ser adulto? O que entendemos por Alfabetização? Que seres humanos queremos formar? O que a Educação desde a tenra idade tem a ver com isso?

Turma Ed.Infantil - Escola Pública Municipal do Rio de Janeiro - 2014
Algumas referências para nos ajudar na construção dos nossos pensamentos:
1-Wikipédia: Criança: https://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a
2- Estudo acadêmico (UFJF): Infância, criança e diversidade - proposta e análise.  http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a23.pdf
3-  Artigo científico: O que é ser criança? Da genética ao comportamento, João Gomes-Pedro (Faculdade de Medicina, Lisboa).  http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v22n1/v22n1a04.pdf


O leitor e o escritor da Era Digital

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Momentos gloriosos no Reino das Digitais. Já ouvi relato de mãe de bebê de um ano e meio que utiliza e bem seu tablet. Imaginem como chegará essa criaturinha aos bancos escolares para "alfabetizar-se"?

Nós, alfabetizadores, educadores, pais, mães, exercemos um papel essencial nesse novo mundo digitalizado. Não dá mais, nem que se insista, para atuar apenas como um “provedor de conteúdos/ informações”. Mas como ser um bom catalisador das reflexões e conexões dos aprendentes? O Alfabetiz...Ação em foco faz um convite a sua reflexão:

1. Quem é o principal intermediador entre o conhecimento e o aprendente, o professor, o próprio aluno ou outro?


2. Como ser um bom catalizador das múltiplas reflexões e conexões estabelecidas pelos aprendentes? E o que fazer com elas? 

3. Qual o papel do ensinante na era cibernética?





- Compartilhe aqui e para o mundo suas experiências educacionais na Era Digital!

Imagem disponível em:
http://revistavisaojuridica.uol.com.br/advogados-leis-jurisprudencia/32/artigo123718-1.asp. Acessado em 22/11/2015.

Alfabetização e o texto como facilitador das construções de leitura e escrita

Sugestão de Atividades a partir da história "O pote de melado", de Mary e Eliardo França.

Diversas atividades foram desenvolvidas a partir da história, como:
  1. Leitura deleite/ compartilhada - o professor lê para o grupo ;
  2. Leitura com apontamento pelo professor - palavra a palavra (uso do projetor - bom quando se tem em sala de aula, ou blocão);
  3. Identificação de frases no texto (usamos o projetor, mas pode-se escrever a história num blocão);
  4. Montagem do texto da história por frases (trechos da história em dias alternados) - frases móveis;
  5. Montagem do texto da história por palavras (pequenos trechos da história em dias alternados) - palavras móveis;
  6. Composição coletiva do texto lacunado (ver imagem);
  7. Construção de listagem com nomes dos personagens da história;
  8. Produção coletiva: descrição das personagens;
  9. Jogo da memória com os nomes e os desenhos das personagens, com frases do texto,;
  10. Monta-monta dos nomes dos personagens: letra a letra (uso de letras móveis);
  11. Troca-troca de letras (móveis) para descoberta de novos paradigmas fonéticos e grafêmicos:  se trocarmos o P de POTE por B, qual palavras será formada? 
  12. Recontextualizações - recontando a história do nosso jeito;
  13. Formação de novas palavras partindo dos paradigmas das palavras estudadas - Que palavras começam como PO de POTE; e com P de POTE?
  14. Listagem de palavras "descobertas" - construção de vocabulário coletivo;
  15. Descobrindo significados: de onde vem o melado? Vamos pesquisar e anotar as nossas descobertas? De onde vem o pote? De qual material pode ser feito um pote? Como se faz um pote de barro? Que outros objetos podem ser feitos com barro? Vamos construir objetos usando argila? E que tal montarmos uma exposição? Huuummm, poderíamos oferecer uma degustação de melado durante a exposição...
  16. - E muitas outras!
E então, desenvolveu outras? Modificou alguma? Não deixe de compartilhar conosco!







Jogo da memória, identificação personagem x nomes, liga nome ao desenho



Texto Lacunado - montagem coletiva e individual






Releitura de trechos da história para remontagem textual
Releitura de trechos da história para remontagem textual


Montagem de palavras com letras móveis



Boas Inspirações a Todxs!

ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores

Olá, companheirxs de caminhada Alfabetiz...Atória!



Vocês sabem que vivo zoiando daqui, dali e acolá a procura de subsídios para a minha própria prática alfabetizadora. O que encontro gosto de compartilhar com todxs porque acredito no potencial enriquecedor da troca, da partilha, seja na angústia, seja na alegria pedagógica. Então, permitam-me compartilhar esse trabalho lindo de uma excelente alfabetizadora, escritora, pesquisadora e professora da UERJ, a Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes.

Sim, já falei dela por aqui, mas além de atualizadíssimos e estarem em constantes movimentos, seus estudos são mesmo cativantes e essenciais para qualquer prática que se pretende alfabetizadora.

Em seu recente trabalho de doutoramento, a Prof. Paula Cid Lopes nos brinda com sua tese intitulada ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores, através do qual nos oferece contribuições teóricas ao campo de formação de professores, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados “erros produtivos” observados na produção escrita de alfabetizandos em classes de Educação de Jovens e Adultos.

Conforme o resumo do seu próprio trabalho, os capítulos organizam-se em cinco partes:

1. os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros, compreendidos como fenômenos, que, uma vez conhecidos pelo professorado, passam a ser devidamente assistidos no processo de alfabetização;

2. a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;

3. os métodos e paradigmas para uma relação teoria prática na alfabetização;

4. o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante e

5. a língua escrita nas práticas escolares.

Sua conclusão nos aponta para a reflexão sobre a questão da formação do professor por esta não oferecer "o suporte necessário para a compreensão da natureza dos estados de escrita dos alunos". Ela ainda nos diz que:
"esta ausência na formação pode também ser observada nos estudos nas áreas da Alfabetização e do Letramento, que dificilmente vão além de uma proposta político-pedagógica, não chegando a nenhum tipo de estrutura material observável na produção escrita do sujeito em processo de alfabetização ou de letramento. Muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias."
A superação do que a autora chama de reducionismo subjacente à noção de erro e a descrição de um conjunto de estados de escrita é sugerida a partir dos estudos realizados como forma de permitir ao professor a discriminação de comportamentos associados a diferentes momentos da alfabetização e do letramento, favorecendo a identificação dos tais comportamentos, caracterizando-os do ponto de vista linguístico e à luz dos diversos quanto os fatores que concorrem para sua incidência na produção de escrita dos alunos.

A Prof. Paula Cid Lopes, ainda, ressalta a necessidade da não interpretação do fenômeno como uma categorização com o objetivo de “modelar” comportamentos de escrita, mas sim da necessidade de compreensão da motivação da incidência dos erros dos alunos em contexto escolar de educação de jovens e adultos.

Acredito que a contribuição deste trabalho não se aplique apenas a Educação voltada para Jovens e Adultos, uma vez que os processos de leiturização e escritura se fundem, independentemente da público a que se destina.

CONHEÇA ESSE TRABALHO. CLIQUE AQUI!

Boa leitura a todxs e todxs!

Conhecer os erros na escrita para efetivar práticas coerentes de alfabetização de adultos - Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes (UERJ)

Qual o lugar do erro nos processos de alfabetização e letramento?

O erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante é uma das contribuições na busca da compreensão do fenômeno que nos apavora enquanto Alfabetiz...AdorXs. Como lidar com as não-aprendizagens dos nossos alunos?
A Prof. Dra. Paula da Silva Cid Lopes (UERJ) através dos seus estudos oferece-nos contribuições ao campo teórico, e também prático pela sua larga experiência em alfabetização, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados "erros produtivos" observados na produção escrita de alfabetizandos.


Em sua pesquisa, a Prof. Dra. Paula Cid Lopes trata dos temas:

a) os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros:
b) a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;
c) os métodos e paradigmas para uma relação teoria-prática na alfabetização;
d) o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante;
e) a língua escrita nas práticas escolares. 

Segundo a pesquisadora, muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias. 

TENHA ACESSO AO CONTEÚDO COMPLETO EM: 

A CONCEPÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL DO “ERRO PRODUTIVO” E SEU IMPACTO SOBRE AS PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM EJA. Paula da Silva Vidal Cid Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – FAPERJ


Veja mais. CLIQUE AQUI!


O sentido da Alfabetização

DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO
8 DE SETEMBRO
ALFABETIZAR TODO DIA!



Segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) a alfabetização é um direito humano fundamental e as bases para a aprendizagem ao longo da vida. Ele é totalmente essencial para o desenvolvimento social e humano na sua capacidade de transformar vidas. Para os indivíduos, famílias e sociedades da mesma forma, é um instrumento de capacitação para melhorar a sua saúde, sua renda, e sua relação com o mundo.

Os usos da alfabetização para o intercâmbio de conhecimentos estão em constante evolução, juntamente com os avanços da tecnologia. A partir da Internet para mensagens de texto, a disponibilidade cada vez maior de comunicação contribui para uma maior participação social e política. A comunidade alfabetizada é uma comunidade dinâmica, uma que troca idéias e se engaja em debate. O analfabetismo, no entanto, é um obstáculo para uma melhor qualidade de vida, e pode até mesmo produzir exclusão e violência.

Mas e nós, brasileiros, como vamos nos nossos fazeres alfabetizadores? Todos sabemos que é grande ainda o desafio de alfabetizar as pessoas nas idades próprias para que isso ocorra. A criança nasce num mundo letrado e se apropria dele de diversas formas. A alfabetização é uma dessas apropriações e que é capaz de viabilizar as suas interações de comunicação com este mundo, para ele e através dele, tornando essas pluri-interações cada vez mais eficazes e eficientes.

E por onde começar então? Diversos são os caminhos, mas é preciso saber onde se quer chegar. Reflexão x Ação x Reflexão x Ação reflexiva. Ah, afeto é fundamental, mas só ele não dá conta é preciso conhecer os sujeitos da aprendizagem, para oferecer-lhe objeto de mais adequado de aprendizagem, de valor para a vida.

Então bora nessa! Mãos à Alfabetiz...Ação!

Boas Inspirações a todos e todas!

__________
http://www.unesco.org/new/en/education/themes/education-building-blocks/literacy/. Acesso em 11/09/2015.

Estratégias de Avaliação e Organização de Portfólio

ROTEIRO/ ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PORTFÓLIO
Análise Evolutiva do desenvolvimento da Aprendizagem

LEITURA E ESCRITA
LINGUAGEM MATEMÁTICA
ATIVIDADES
- Leitura e Interpretação de Texto
- Produção Textual
- Conhecimento Linguístico
- noções de quantidade;
- sistema de numeração decimal;
- operações fundamentais.
AVALIAÇÃO
Leitura Oral
Interpretação de Texto
Produção Textual (2)
Criação de uma situação problema de forma coletiva e permitir que o aluno faça uso de diferentes sistemas de notação de acordo com seu estágio de aprendizagem.

Como avaliar?
1.     ESCRITA
PRODUÇÃO TEXTUAL (2 tipos diferentes de textos)
a) Uma produção textual de estrutura narrativa (o aluno poderá contar histórias fictícias ou não).
O tema poderá ser de qualquer assunto abordado ao longo do período letivo, para que o aluno tenha propriedade do que vai escrever. Sendo necessário ler, ouvir, debater, pesquisar o assunto que o aluno poderá escrever. Os temas poderão ser diferentes podendo ser de acordo com a identificação de cada um;
b) Uma Produção Textual de outra estrutura narrativa (bilhete, lista, carta, etc).
A estrutura narrativa poderá ser diferente para cada aluno vai depender do nível em que cada um se encontra.
Intervenção do Professor:
Conclua a atividade com uma reescrita coletiva de um dos textos produzidos por um dos alunos (escolha com o grupo). Esta reescrita não fará parte do portfólio.
 Sugere-se que o  professor não corrija a escrita original do aluno, pois o mesmo fará parte do portfólio, servindo assim para uma análise evolutiva, mas deverá fazer a reescrita coletiva do texto (escolher com o grupo qual/quais) fazendo todas as  intervenções necessárias.
O que avaliar na produção textual?
Diretrizes para encaminhamento da atividade avaliativa
Ter o que dizer
Ter para quem dizer
Ter motivo para dizer
Ter como dizer
O conhecimento linguístico (gramática)  será avaliado dentro da produção textual.

2.     LEITURA
Leitura oral – (primeiro deixar o sujeito ler do jeito que ele quiser depois o professor realiza a intervenção)
Acrescentar uma  tabela de avaliação da leitura (a escolher)
O que avaliar na leitura?
Estratégias Cognitivas de Leitura: Interferência e Seleção
Como é a dinâmica de leitura do aluno
Fluência
Ritmo
Entonação
Nível de compreensão
Interferência: deduzir o que vem depois/antecipar
Fazer dedução (fazer perguntas ao aluno, você acha que isso vem depois?). Você acha que esse texto passa onde? Entre outras
Interpretação de Texto (o mesmo texto proposto para a leitura oral)

Registro do aluno
- Antecipa o assunto, fatos ou detalhes? (Estratégia cognitiva leitura: inferência)
-Seleciona aspectos solicitados pelo professor? (Estratégia cognitiva leitura: seleção)

PARA COMPOR O PORTFÓLIO
1) Língua Portuguesa:
  1. Texto narrativo do aluno (escrita livre)
  2. Texto de qualquer estrutura narrativa (escrita livre)
  3. Leitura Oral- copia do texto  (o mesmo texto que o aluno realizara a interpretação)
  4. Interpretação de Texto
2) Matemática:
a.       Situação problema
b.      Operações fundamentais

3) Registros
  1. Relatório Descritivo - Fazer a analise de estudo desse trabalho apresentando a evolução do aluno ao longo do período que esteve no projeto, como o aluno chegou e como ele está.
  2. Análise evolutiva do desenvolvimento do aluno (pode ser através de fichas, tabelas ou gráficos).

Composição do Portfólio do PROFESSOR
Apresentação do Projeto desenvolvido (Introdução)
Texto sobre a organização do Portfolio
Ficha de Avaliação Diagnóstica em Leitura e Escrita (quadro demonstrativo – há diversos modelos a serem utilizados, com ou sem gráficos)
Relatório geral da turma
Frequência (controle de frequência mensal e dias letivos)
Quadro de Avaliação da Leitura (modelo a escolher)
Planilha com os conceitos (evolução do desempenho dos alunos)
Avaliação Diagnostica e Final (modelos a escolher)
Gráfico: Diagnostico da escrita
Gráfico: Objetivos em Língua Portuguesa
Relatório Final

Composição do Portfólio do ALUNO
Identificação do Aluno;
Relato avaliação Diagnostica e Relato Avaliação Final
Avaliação Diagnostica: Produção do aluno
Produções mensais
Ficha de Habilidades em Língua Portuguesa (a escolher)
Ficha de Habilidade em Matemática (a escolher)
Avaliação Final
Uma produção de texto narrativo e uma produção de qualquer outra estrutura textual
Textos para leitura (níveis de acordo com as possibilidades de leitura de cada aluno)
Interpretação correspondente ao texto lido
Atividades de Matemática

 Noções de quantidade, sistema de numeração decimal e operações fundamentais.

Qual o melhor método para alfabetizar?


Muito já falamos sobre isso por aqui, mas a pergunta ainda faz parte dos encontros e discussões pedagógicas nas escolas. No entanto, muitos colegas professores sentem-se inseguros quando precisam explicitar a maneira como encaminham os processos de alfabetização de seus alunos. Em alguns casos, isso pode causar até pânico. Como assumir, nos dias atuais, quando muito se fala sobre uma nova concepção filosófica acerca do ensinar e, principalmente, do aprender, uma ensinagem baseada na velha e estigmatizada família silábica? Como assumir um processo baseado numa unidade de aprendizagem inteiramente descontextualizada, sem sentido algum para quem aprende e nem para nós mesmos, ainda que já tenhamos ouvido falar que assim não dá, que a unidade não dá conta do sentido necessário à aprendizagem significativa?
Muitos ainda são os deba­tes sobre a melhor maneira - atitudes metodológicas - de alfa­be­ti­zar as crian­ças, os jovens e os adultos ainda não alfabetizados.
Precisamos conhecer alguns caminhos já percorridos, assimilá-los e compreendê-los para fazer uma escolha mais segura. Uma visita à história dos métodos no Brasil e no mundo será um grande diferencial no nosso fazer pedagógico alfabetizador.

Os cha­ma­dos méto­dos sin­té­ti­cos foram usados o longo do séc. XIX, em que se cos­tu­ma­va alfa­be­ti­zar encaminhando o processo da "parte" para o "todo". O ­método alfa­bé­tico uti­liza as ­letras; o fônico, os sons correspondentes às ­letras; o silá­bico, as síla­bas.

A partir de um determinado momento, per­ce­beu-se, por influência dos EUA, que seria ­melhor uti­li­zar méto­dos ana­lí­ti­cos, que são aqueles que partem do "todo" para as "partes". Daí então, o ensino da leitura e da ­escrita começaria a partir de pala­vras, sen­ten­ças ou pequenas his­tó­r­ias e depois então, é que se che­gava à aná­lise das par­tes - as sílabas e as ­letras.

Algumas esco­las mes­cla­vam os dois méto­dos, o que acabou dando ori­gem ao que se chamou de ana­lí­tico-sin­té­tico ou vice-versa.

A par­tir das reflexões sobre o pensamento do aprendiz no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, com as ideias das pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o que foi denominado como pensamento construtivista, por volta de 1980, o uso des­ses méto­dos pas­sou a ser for­te­mente ques­tio­nado.  As pes­qui­sas de Ferreiro e Teberosky muda­m completamente o foco de "como se ­ensina" para "como se ­aprende". 

Parece pouco, mas essa mudança cau­sou uma revo­lu­ção, se não no campo da praxis, ao menos no campo das ideias.

Mas será mesmo possivel alfabetizar sem o BA - BE - BI - BO - BU - BÃO que tanto conhecemos e tantas verdades nos imprimiram? Pensamos fortemente que sim, conforme já afirmamos em outros posts e deixamos transparecer em nossas sugestões de encaminhamentos metodológicos (vide Concepção de Alfabetização e Sugestão Metodológica).  Contudo, prepararemos um post mais atual para falarmos desse assunto. Estamos bolando algumas entrevistas prós e contras... Aguardem e até lá! 

É com S ou SS? - Ensinar a aprender Ortografia ou ensinar a decorar?


S ou SS? Isso me inquieta e me inflama!

Claro que não se trata da pergunta se a palavra é grafada com S ou SS, e sim o encaminhamento das atividades de aprendizagem da ortografia da nossa língua.

Certamente, você já se deparou com deveres de casa do tipo: "Escreva palavras com SS (ou outra letra qualquer)".  Assim, sem contextualização nenhuma.  Esse tipo de exercício mostra claramente o retrato da Educação no Rio de Janeiro, seja ela pública ou particular. E com ele quanto avançamos quase nada ou coisa alguma.

Práticas antigas, que nunca agregaram conhecimento algum à minha vida, a sua ou das nossas crianças ou jovens, nos povoam fortemente nos dias atuais. Se eu quero saber a grafia correta de um vocábulo, devo aprender sobre a existência, o uso e a empregabilidade de dicionários.

Sempre procurei ENSINAR a APRENDER em detrimento de ensinar a emburricar. Como o aluno busca a aprendizagem para o que necessita é o que sempre me interessou e é o que de fato importa.

Os cadernos dos meus alunos contêm informações sobre os assuntos que buscamos aprofundar. Constituem-se mais em uma agenda de compromissos organizados e assumidos, bem como anotações, que uma cópia infinita e sem sentido de conteúdos enfadonhos. Prefiro utilizar o tempo com os meus alunos praticando efetivamente os conteúdos das disciplinas.

Se desejo que aprendam a escrever, promovo práticas diárias de escrita, se o desejo for que aprendam conteúdos matemáticos, vivenciarão situações-problemas reais, de suas próprias vidas, pois matemática é vida. Observar, analisar, contar e registrar... E as dúvidas sobre grafia, e outras quaisquer, surgem e são sanadas de forma muito tranquila, pois deixam de ser problema; criado para afastar o aprendente do processo de aprendizagem da escrita; são situações reais de escrita viva, ou seja, para escrever necessito lançar mão da convenção, mas não preciso escrever 599 palavras com S, SS, G ou J. Escrevo cartas, bilhetes, poemas, histórias, produzo jornais, etc.

Escrevo na medida em que VERDADEIRAMENTE, necessito.

Pena que, ainda assim, há os que cobram: mas não tem conteúdo?

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