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Literatura na Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos


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Leituras compartilhadas são aquelas nas quais alunas e alunos ouvem e degustam sem a tarefa da devolutiva do tipo "O que vocês entenderam da história?" ou "O que vocês acharam da história?", salvo quando sentir necessidade de falar. Histórias compartilhadas são aquelas com as quais dividimos os nossos sentimentos mais profundos, aquelas que ficam ali por horas, dias, em nossa mente nos fazendo pensar e refletir sobre as suas temáticas e conteúdos.

Hoje transitando na EJA - Educação de Jovens, Adultos e Idosos, sempre abro as minhas aulas ora contando, ora ouvindo histórias compartilhadas. E são das mais variadas, versando sobre assuntos diversos. Estimulo os alunos e as alunas a compartilharem as histórias e os textos lidos e/ou ouvidos. E também leio para eles e elas aquelas histórias e aqueles textos que me encantam, sejam pelas suas belezas estruturais, sejam pelas suas informações de grande importância.

Num dia desses, um dia após a leitura do texto-fábula "O Uirapuru"  - texto do tipo Clássico, Fábula - como costumo dizer para os meus ouvintes, uma aluna chega até a mim antes do início da aula:

" - Professora, eu entendi o que aquela história quis dizer!"
"- É mesmo? Me conta! O que você entendeu?"
"- A moça morreu de amor!"
"- É verdade..."
"- O canto dos pássaro não é de alegria, é de tristeza. É Urapu... Urapuru, não é isso, fessora? Ainda preucura o seu amô...". Ah, professora, como eu queria ficar na sua sala ouvindo essas histórias! Ia ficar horas e horas...".
(aluna da turma de Alfabetização da EJA,
Centro Municipal de Referência em Educação de Jovens e Adultos,
CREJA/ SME/RJ/2017).

Se acreditamos que a aprendizagem se efetiva em contextos significativos, muito podemos nos valer da contação e dos compartilhamentos mútuos de histórias nas atitudes didáticas na prática do ensino de alfabetização. Penso que é um caminho bem seguro, afinal, tenho colhido bons frutos.
Deixo aqui, como sugestão o referido texto-fábula:

O Uirapuru
Lenda de cultura indígena

Havia, em uma determinada tribo, duas moças índias que eram muito amigas. Estavam sempre juntas. Uma não largava a outra. Não havia nada que afastasse uma da outra.
Um dia, as duas acabaram-se apaixonando pelo mesmo índio, que era o novo cacique da tribo. Como ambas eram muito bonitas, ele não se decidia por nenhuma delas.
Quando chegou a época do novo cacique se casar, os mais velhos pediram que ele resolvesse sobre qual delas seria sua noiva. Sem saber qual escolher, ele propôs uma prova: aquela que acertasse com uma flecha, em pleno voo a ave que ele indicasse seria a sua noiva. Se ambas acertassem, nova prova seria realizada.
No dia seguinte, na floresta apenas uma conseguiu acertar a ave e foi a escolhida. A outra passou a andar sozinha e ficava cada dia mais triste. Sentia saudade do cacique e da sua querida amiga, mas tinha vergonha de encontrá-los. Por isso, chorava. Chorou tanto que Tupã ficou compadecido. Para que a moça pudesse ver o casal de que tanto gostava, transformou-a num passarinho de aparência simples. Imediatamente ela voou para a cabana do cacique. Assim que chegou, viu o casal tão feliz, mas tão feliz que sentiu ciúme e ficou mais triste do que nunca.
Para resolver o problema, Tupã deu à índia-passarinho um canto muito bonito que a faria esquecer sua tristeza.
- De agora em diante - disse Tupã - você será o Uirapuru. Seu canto será tão bonito que a fará esquecer a sua tristeza. Quando os pássaros ouvirem suas notas maravilhosas, não poderão resistir. Ficarão em silêncio para ouvi-la cantar.

Retirado de:
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O Ser que se alfabetiza

Olá! Alguém aí que alfabetiza já parou para pensar na visão que tem sobre o sujeito da aprendizagem no processo de alfabetização?

Então, as nossas concepções sobre o ser Criança, o ser Jovem e o ser Adulto interferem em nossos encaminhamentos pedagógicos alfabetizadores. Algumas perguntas aguçam nossos sentidos para uma reflexão: o que é ser criança? O que é ser jovem? O que é ser adulto? O que entendemos por Alfabetização? Que seres humanos queremos formar? O que a Educação desde a tenra idade tem a ver com isso?

Turma Ed.Infantil - Escola Pública Municipal do Rio de Janeiro - 2014
Algumas referências para nos ajudar na construção dos nossos pensamentos:
1-Wikipédia: Criança: https://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a
2- Estudo acadêmico (UFJF): Infância, criança e diversidade - proposta e análise.  http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a23.pdf
3-  Artigo científico: O que é ser criança? Da genética ao comportamento, João Gomes-Pedro (Faculdade de Medicina, Lisboa).  http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v22n1/v22n1a04.pdf


Alfabetização e o texto como facilitador das construções de leitura e escrita

Sugestão de Atividades a partir da história "O pote de melado", de Mary e Eliardo França.

Diversas atividades foram desenvolvidas a partir da história, como:
  1. Leitura deleite/ compartilhada - o professor lê para o grupo ;
  2. Leitura com apontamento pelo professor - palavra a palavra (uso do projetor - bom quando se tem em sala de aula, ou blocão);
  3. Identificação de frases no texto (usamos o projetor, mas pode-se escrever a história num blocão);
  4. Montagem do texto da história por frases (trechos da história em dias alternados) - frases móveis;
  5. Montagem do texto da história por palavras (pequenos trechos da história em dias alternados) - palavras móveis;
  6. Composição coletiva do texto lacunado (ver imagem);
  7. Construção de listagem com nomes dos personagens da história;
  8. Produção coletiva: descrição das personagens;
  9. Jogo da memória com os nomes e os desenhos das personagens, com frases do texto,;
  10. Monta-monta dos nomes dos personagens: letra a letra (uso de letras móveis);
  11. Troca-troca de letras (móveis) para descoberta de novos paradigmas fonéticos e grafêmicos:  se trocarmos o P de POTE por B, qual palavras será formada? 
  12. Recontextualizações - recontando a história do nosso jeito;
  13. Formação de novas palavras partindo dos paradigmas das palavras estudadas - Que palavras começam como PO de POTE; e com P de POTE?
  14. Listagem de palavras "descobertas" - construção de vocabulário coletivo;
  15. Descobrindo significados: de onde vem o melado? Vamos pesquisar e anotar as nossas descobertas? De onde vem o pote? De qual material pode ser feito um pote? Como se faz um pote de barro? Que outros objetos podem ser feitos com barro? Vamos construir objetos usando argila? E que tal montarmos uma exposição? Huuummm, poderíamos oferecer uma degustação de melado durante a exposição...
  16. - E muitas outras!
E então, desenvolveu outras? Modificou alguma? Não deixe de compartilhar conosco!







Jogo da memória, identificação personagem x nomes, liga nome ao desenho



Texto Lacunado - montagem coletiva e individual






Releitura de trechos da história para remontagem textual
Releitura de trechos da história para remontagem textual


Montagem de palavras com letras móveis



Boas Inspirações a Todxs!

Alfabetização através de histórias infantis - Livro A bota do bode

Alfabetizando crianças com histórias


Sugestão: A bota do bode (Mary e Eliardo França)

Um livro de literatura infantil em que a fantasia e a realidade se fundem e abrem espaço para a criatividade. Através dele, o universo infantil literário se alarga como uma mágica. A mágica da ludicidade. E, acima de tudo, contempla o objetivo de alfabetizar crianças, uma vez que utiliza linguagem altamente acessível, com frases que se repetem e que podem ser utilizadas de diversas formas para facilitar a construção da leitura e da escrita, sempre acompanhada da mediação/ intervenção eficaz do professor.

Gostaria de salientar, aos críticos (muito bem vindos nesta página) que, tenho ciência de que bodes não usam botas, e que muitas crianças sequer conhecem um bode. Mas entendo que, dependendo da maneira como conduzimos o processo de alfabetização, defendendo sempre a construção coletiva e a subjetiva por parte do leitor, que este não é apenas um observador, ele interage e age na construção do simbólico e do real. O desenrolar da história, prioritariamente infantil, leva a imaginação da criança a construir laços com o imponderável, o absurdo e até mesmo a relacionar com a realidade, o que transparece no incidente: o bode espia um objeto estranho largado ao tempo e espaço e cai neste objeto, se calçando de uma bota,  que depois de transitar por espaços de outros animais, mais adiante na história se transformará num aconchegante abrigo para gatinhos desabrigados.

Perceber o quanto de realidade pode ser extraída da história é nossa tarefa primordial, porém, explorar a imaginação e a fantasia da criança em busca dessa realidade é tarefa riquíssima na constituição de um processo de alfabetização permeado de sentidos, a partir dos afetos e das reconstruções simbólicas, altamente presentes em nosso cotidiano.

Compartilho com vocês algumas sugestões de encaminhamentos de atividades de leitura e escrita que desenvolvi com alguns grupos de alunos.  Mas relembro que: cada grupo é um grupo, e cada aluno é um aluno em sua especificidade e as adaptações são sempre necessárias. Além do mais, o objetivo do trabalho com a leitura do livro deve, antes de tudo, ser bem definido (ampliar o vocabulário oral, despertar e ampliar o prazer de ler, compreender o simbólico, o imaginário e o real, o estudo de fonemas específicos, etc).

Lembro que suas críticas e sugestões são muito bem vindas e me ajuda a sair do lugar.

1- Relacionar cenas da história às frases contidas no livro.

2- Relacionar nomes aos desenhos.


3- Autoditado recortado (banco de palavras).




4- Reconstrução da história através da organização do pensamento.

5- Escrita de frases trabalhadas oralmente - escrita de memória (uso do pensamento para a escrita: "Escreva do seu jeito, mas não de qualquer jeito, utilize o seu pensamento sobre as frases que nós lemos juntos!").

Importante aqui, nesta etapa é que ela se dê após um trabalho de remontagem textual coletiva, por frases e palavras.

6- Trabalhando outros gêneros/ tipologias textuais a partir da história já lida: HQ - História em Quadrinhos



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