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900eMuitos Letrados



PROJETO SOCIOEDUCACIONAL VOLUNTARIADO
O Projeto teve início no ano de 2016, a partir de uma conversa informal,
despretensiosa, com um menino de 11 anos.

Era um domingo e comemorávamos o meu aniversário que havia acontecido dois dias antes. A festa se resumia a uma pequena reunião de parte da família. Estávamos sentados na porta da casa que tinha a sua frente uma praça meio abandonada, mas muito utilizada pelas crianças que moravam no entorno do condomínio onde eu morava. Os meninos e meninas vinham brincar nos brinquedos que mesmo quebrados, reinventados, lhes serviam.

Naquele dia, um dos meninos veio pedir água. Meu irmão, levado a descontrações, ofereceu-lhe refrigerante e o convidou para comer uns pedacinhos de carne que estavam assando na churrasqueira que se encontrava na varanda, do lado de dentro da casa. Vieram outros meninos e uma menina. Sentamo-nos então na varanda e do meu lado sentou-se o menino que pediu água primeiro. Meu irmão perguntou-lhe o seu nome. Ele respondeu e antes que lhe fizessem outra pergunta:

“- Meu nome é ... E eu não sei ler não!”
Aquela resposta pronunciada como um grito: não me pergunte em que série eu estou na escola ou coisa do tipo, imediatamente me chamou atenção. Ao lado dele, perguntei baixinho a sua idade e se ele tinha vontade de aprender a ler. Ele prontamente respondeu que sim. Então, respondi: “- Vou te ensinar a ler e escrever. Você quer mesmo, né? Então fale com a sua mãe e se ela deixar, na próxima sexta-feira você vem que eu vou te ensinar a ler”.

Encontro marcado. Fui trabalhar na escola com uma alegria e uma ansiedade que me animava. Queria que a próxima sexta-feira chegasse logo. Ao chegar em casa, a tardinha, ainda vestida com os trajes da labuta, me chega ao portão o menino e mais três amigos. Travamos um rápido diálogo:

- Tia, eu vim para aula hoje.

- Tá bom, mas nós marcamos na sexta-feira. E quem são esses outros meninos?

- Ah, Tia, hoje não é sexta-feira não?

- Não, hoje é segunda-feira ainda. Na próxima sexta você vem. Mas e esses meninos?

- Ah, Tia, eles não sabem ler também não!

Pausa para refletir.
- Tá. Conversou com a sua mãe? O que ela disse?

- Ela disse que eu posso, Tia. Só não posso fazer bagunça.

Me dirigindo aos outros meninos:

- Então, qual o nome de vocês? Precisam conversar com os seus responsáveis e trazer algum papel assinado dizendo que vocês podem vir aprender a ler e escrever. Elas me conhecem?

- Conhece sim, Tia! A minha mãe disse que a senhora é professora.

- Ah, é? Qual o nome dela?

Todos falaram ao mesmo tempo: “-É fulana!”.

- Certo, então não esqueçam o combinado e até sexta.

O dia seguinte me tomou de anseio e preocupação com a responsabilidade que havia assumido. Perguntei-me por que estava fazendo aquilo. A resposta veio fácil. Eles precisavam de ajuda. E eu era professora. Alfabetizadora. A preocupação inicial deu lugar a outras, como o melhor dia e horário para assumir aquele compromisso e o local adequado.

Comecei a organizar algumas coisas mentalmente e sabia que ia precisar de materiais básicos, coisas, como alguns cadernos, lápis, borracha, apontador, mesa, cadeira. Então, me dei conta de que eu tinha tudo a minha disposição. Precavida e em busca de organização dos materiais da escola, dos estudos pessoais, dos estudos da filha e do filho, sempre tinha materiais sobrando em casa, como cadernos, lápis e borrachas que comprava. A mesa e as cadeiras não seriam problema, uma vez que tínhamos em casa uma grande mesa de madeira com dois bancos bem grandes também.

Bom, se os materiais não eram mais problema. O que ainda me fazia sentir de certa forma agoniada?

Sim, eram os responsáveis. Eu não tinha ideia de quem eles eram. Não sabia nem aonde o menino e os seus amigos moravam. Sabia que era fora, mas pertinho do Condomínio. Só isso. Precisava da autorização deles. Precisava conhecê-los. Então, decidi que só iria ensiná-los depois de conversar com os seus responsáveis ou ter alguma autorização por escrito.

No dia seguinte àquela segunda-feira, tudo parecia mais encaixado numa possibilidade real. Conversei com a minha família e explicitei qual seria o plano. Todos ficaram me olhando e pagando para ver “qual seria”. Mas logo, todos se envolveram e isso vou contar daqui a pouco.

Terça-feira. Eis que me chega novamente ao portão o menino da água. Outro rápido e estonteante diálogo foi travado:

-Tia, é hoje, né?

- Hum, não. Não é hoje. Hoje é terça-feira ainda.

Foi então que percebi que, no dia anterior àquele, o que havia considerado ansiedade de quem quer logo aprender a ler e escrever, na verdade era alguém me dizendo que não tinha ideia sobre o tempo. Logo eu, professora experiente, fui pega nas minhas distrações ou preocupações outras. Retornei para ele o que seria a nossa primeira aula-encontro. Expliquei que estávamos ainda na terça-feira; que a semana começa no domingo, dia em que nos encontramos e nos reconhecemos (eu já o havia visto em outros momentos na praça, mas sem tecer qualquer conversa); que faltavam ainda a quarta, a quinta e que, então chegaria o grande dia, a sexta-feira do nosso encontro.

No dia seguinte, já podemos imaginar o que ocorreu e nem preciso contar aqui.

A tão esperada sexta-feira chegou e ao abrir o portão da casa, me deparei com sete jovens. Todos alegaram não saberem ler. Pedi que retornassem as suas casas e pedissem para alguém da família ir conversar comigo. Ninguém apareceu. Os meninos e a única menina que viera com eles me disseram quem alguns não tinham ninguém em casa e outros que a mãe estava cuidando do irmão e em outros afazeres domésticos. Imaginei que poderia ser vergonha ou algo parecido. Então pedi que aqueles que tinham algum familiar em casa retornasse e pedisse que ele escrevesse um pequeno bilhete tomando ciência e autorizando as aulas de alfabetização. Quem não tivesse, poderia voltar, junto com os outros, na próxima terça-feira. Todos retornaram no mesmo dia com algum papel escrito com letras um tanto ilegíveis e assinados. Tamanha ansiedade, decidi que ficaria com eles naquele dia.

Conversamos sobre seus nomes, onde estudavam, alguns dados familiares (se tinha irmãos, se alguém em casa ajudava nos deveres da escola) e as expectativas. Era para mim importante saber que eles também estavam assumindo um compromisso com a aprendizagem deles. E conversamos muito sobre isso e também sobre as suas maiores dificuldades na escola.

A maioria confundia o traçado das letras, eram copistas, mas não sabiam o que estavam copiando, pois algumas letras ainda eram desconhecidas. Para alguns, pouco tempo depois, bastou apenas isso. Uma revisão e um pouco de treino sobre os diferentes traçados e sons das letras que compõe o nosso alfabeto. 

Pediam-me muito ditado, pois na escola era uma atividade recorrente e eles erravam muito. Queriam acertar. Combinei que faríamos alguns ditados, sim mas que também experimentaríamos outras atividades como produzir cartas e outros textos. Ficaram assustados. Disse-lhes que podiam confiar, e deixar o medo de lado, pois não estariam sozinhos. Faríamos juntos e com o tempo eles próprios iriam perceber que poderiam fazer sozinhos.

Todos desejo de aprender e estavam animados com uma nova possibilidade de aprendizado. Acontece que eram extremamente agitados e ainda não tinham senso de organização, pessoal, de materiais. Isso parecia afetar bastante a concentração deles. A menina era mais tranquila. Já conhecia as letras, confundia-se nas construções das frases para compor pequenos textos. Poucos treinos de construção de escrita lhe ajudaram e ela começou logo a se sentir muito confiante e me pediu para ajudar aos que tinham maior dificuldade, pois o sonho dela era ser ajudante da professora dela e ajudar na sala de aula. Sonho realizado em pouco tempo dos que ficamos juntos. Algo me disse que faltava-lhe confiança em si mesma. Ganhou o mundo. Mas quis continuar conosco.

Dos sete, na semana seguinte contamos treze. O menino da água me apresentou a sua prima. 15 anos. Já estava no 7º ano de escolaridade e me disse que tinha muita dificuldade para escrever e confundia as palavras e algumas letras também. Na semana seguinte, ela trouxe o seu outro primo também do sétimo ano, com dificuldades semelhantes e muita vontade de aprender matemática.

Percebi que precisava de ajuda para dar conta dos alfabetizandos em fase inicial, carinhosos e respeitosos comigo, mas desconcentrados e brigões entre si, apesar de desejosos de aprender. Solicitei ajuda do Mauro Roberto, meu esposo, para ajudar com os mais adiantados na seriação escolar.

A cada semana chegava mais um. Era um irmão que lia, mas tinha dificuldade, era o amigo curioso para saber o que se fazia ali nas noites de terça e sexta. Foi preciso dividir o grupo, o que eles e elas (agora três meninas) nada gostaram, mas a coisa estava ficando cansativa demais. Muita briga entre os familiares, discutindo causos outros que lhes afligiam.

Entendi bem o que se passava com cada um. Não era nada fácil o dia-a-dia para eles. Dois iam para o sinal vender balas, outro ajudava um tio num bar, a menina mais velha tomava conta dos seus seis irmãos. Como demonstrava agitação. Ficamos amiga e ela começou a me confidenciar seus dias na escola e na sua casa. Senti que precisa de algum ouvido. Dissera-me que brigava na escola todos os dias. Que batia nos meninos e nas meninas que viessem “ter com ela” qualquer desagrado. Tentei orientar da melhor maneira que acreditava pudesse ajuda-la. Ela insistia: “- Ah, Tia, eu que não vou ficar levando desaforo para casa! Não vou mesmo!”.

Precisei reformular diversas vezes as palavras que utilizaria nas conversas com a menina brigona. Então, contei que eu levava desaforo para casa as vezes. Ela ficou muito surpresa. Expliquei que eu não ficava feliz, mas as vezes era situação na escola, com aluno, com diretor/a, ou no trânsito. Demorou um pouco, mas aos poucos ela foi se desarmando. Parecia que a vida dela era precisar se defender todo o tempo: “-Ah, Tia, deixa eu ser sua filha!”. Ela começou a trazer a irmãzinha de seis anos que tomava conta. 

Fomos nos tornando, com muita conversa, discussões calorosas e algumas “ralhações”, um grupo de amigos e amigas. Um/a começou a cuidar do/a outro/a, assim que se sentia confiante nas leituras.

Todos que começavam a ler pediam para levar para casa um livro da caixinha que tínhamos disponível: “Tia, deixa eu levar esse livro para mostrar para a minha mãe ver que eu já estou lendo sozinho. Vou ler todinho, vai ver só!”. O primeiro a sentir-se e descobrir-se leitor foi incentivando mais ainda os outros.

Não queriam ir embora. Tinha que expulsá-los. “Vão, gente. Tenho que tomar banho e fazer janta ainda!”.

“- O que você vai comer hoje, Tia? Não tem nada lá em casa hoje, a patroa da minha mãe foi pro shopi e não pagou ela, aquela vaca, tia” (sim, uma vaca! Pensei e falei). Sorrimos. De pronto, larguei tudo e fui preparar um lanche com ajuda da filha e do esposo. Daquele dia em diante, sempre fazíamos um lanchinho, não importava quem tinha ou não o que comer em casa.

Aos poucos, os responsáveis ficaram sabendo dos lanches e quiseram ajudar. Àquela altura, acho que já estavam certos de que eu não iria cobrar nada pelas aulas dos filhos. Fui conhecendo uma a uma, e um pai. Todos muito agradecidos.

Mas quem mais tinha para agradecer era eu. Como aprendi com aquelas crianças. Como pude compreender melhor a minha própria prática pedagógica através das interlocuções de cada um/a.

Todos aprenderam a ler e começaram a escrever, mas precisavam de alguém que continuasse acreditando neles. Me mudei de residência no ano seguinte, a filha havia passado para o Colégio que toda a família sonhara, o Colégio Pedro II. E como ficaria muito distante. Decidimos nos mudar. Foi uma tristeza só, mas o dever havia sido cumprido e com louvor.

Hoje, quando vamos visitar a tia que ainda mora no condomínio e nos vemos, fazemos todos uma festa e tanto com muitos abraços e olhinhos cachoeirando.





Como ajudar a criar e escrever histórias?

- O que precisamos saber para criar e escrever histórias?
 De onde vêm as histórias?
As histórias vêm de todo lugar, da vida, do mundo, das imaginação...
Como podemos ajudar crianças, jovens, adultos ou idosos, aprendentes da leitura e da escrita, a escreverem histórias?


Podemos contar histórias de várias maneiras, em livro, em teatro, em telas de pintura, em rodas de contação histórias e muitas outras. E o estilo do texto pode ser muito variado: poesia, quadrinhos, conto, piada, romance, ficção científica, e muitos outros!

Para escrever histórias vamos precisar principalmente de: 

1. Uma PERSONAGEM 
Qualquer coisa pode ser uma personagem: um objeto, uma pessoa, um animal, etc. 
Ex. um microfone. Era uma vez, um microfone. O nome dele era Microfolino. Ele vivia triste porque queria uma namorada. Microfolino andava pelas noites, em sua cantoria pelas ruas do sertão nordestino... 

2. Colocar a personagem em uma AVENTURA, um DRAMA, ROMANCE, etc. 
Para enriquecer uma história, toda personagem precisa entrar em uma ENCRENCA. 

3. Um DESFECHO. 
A história pode ter um fim em si mesma ou ensejar uma continuidade, uma outra parte que será contada mais adiante. 

4. Toda história deve ter um COMEÇO, um MEIO e um FIM. 
E não importa o estilo escolhido, seja qual for, é preciso dar a forma de completude.
O final da história pode ser feliz, triste ou indefinido.

E então, agora você já pode continuar ou começar contando as suas histórias!

Avaliação e Replanejamento participativo na EJA



Replanejar as ações pedagógicas nos processos de aprendizagem da leitura e da escrita, coletivamente, ajuda no reconhecimento dos acertos e ajuste dos possíveis equívocos.  Uma experiência em turma de Educação de Jovens e Adultos com períodos avaliativos trimestrais. Ler, escrever e pensar para empoderar.


Literatura na Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos


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Leituras compartilhadas são aquelas nas quais alunas e alunos ouvem e degustam sem a tarefa da devolutiva do tipo "O que vocês entenderam da história?" ou "O que vocês acharam da história?", salvo quando sentir necessidade de falar. Histórias compartilhadas são aquelas com as quais dividimos os nossos sentimentos mais profundos, aquelas que ficam ali por horas, dias, em nossa mente nos fazendo pensar e refletir sobre as suas temáticas e conteúdos.

Hoje transitando na EJA - Educação de Jovens, Adultos e Idosos, sempre abro as minhas aulas ora contando, ora ouvindo histórias compartilhadas. E são das mais variadas, versando sobre assuntos diversos. Estimulo os alunos e as alunas a compartilharem as histórias e os textos lidos e/ou ouvidos. E também leio para eles e elas aquelas histórias e aqueles textos que me encantam, sejam pelas suas belezas estruturais, sejam pelas suas informações de grande importância.

Num dia desses, um dia após a leitura do texto-fábula "O Uirapuru"  - texto do tipo Clássico, Fábula - como costumo dizer para os meus ouvintes, uma aluna chega até a mim antes do início da aula:

" - Professora, eu entendi o que aquela história quis dizer!"
"- É mesmo? Me conta! O que você entendeu?"
"- A moça morreu de amor!"
"- É verdade..."
"- O canto dos pássaro não é de alegria, é de tristeza. É Urapu... Urapuru, não é isso, fessora? Ainda preucura o seu amô...". Ah, professora, como eu queria ficar na sua sala ouvindo essas histórias! Ia ficar horas e horas...".
(aluna da turma de Alfabetização da EJA,
Centro Municipal de Referência em Educação de Jovens e Adultos,
CREJA/ SME/RJ/2017).

Se acreditamos que a aprendizagem se efetiva em contextos significativos, muito podemos nos valer da contação e dos compartilhamentos mútuos de histórias nas atitudes didáticas na prática do ensino de alfabetização. Penso que é um caminho bem seguro, afinal, tenho colhido bons frutos.
Deixo aqui, como sugestão o referido texto-fábula:

O Uirapuru
Lenda de cultura indígena

Havia, em uma determinada tribo, duas moças índias que eram muito amigas. Estavam sempre juntas. Uma não largava a outra. Não havia nada que afastasse uma da outra.
Um dia, as duas acabaram-se apaixonando pelo mesmo índio, que era o novo cacique da tribo. Como ambas eram muito bonitas, ele não se decidia por nenhuma delas.
Quando chegou a época do novo cacique se casar, os mais velhos pediram que ele resolvesse sobre qual delas seria sua noiva. Sem saber qual escolher, ele propôs uma prova: aquela que acertasse com uma flecha, em pleno voo a ave que ele indicasse seria a sua noiva. Se ambas acertassem, nova prova seria realizada.
No dia seguinte, na floresta apenas uma conseguiu acertar a ave e foi a escolhida. A outra passou a andar sozinha e ficava cada dia mais triste. Sentia saudade do cacique e da sua querida amiga, mas tinha vergonha de encontrá-los. Por isso, chorava. Chorou tanto que Tupã ficou compadecido. Para que a moça pudesse ver o casal de que tanto gostava, transformou-a num passarinho de aparência simples. Imediatamente ela voou para a cabana do cacique. Assim que chegou, viu o casal tão feliz, mas tão feliz que sentiu ciúme e ficou mais triste do que nunca.
Para resolver o problema, Tupã deu à índia-passarinho um canto muito bonito que a faria esquecer sua tristeza.
- De agora em diante - disse Tupã - você será o Uirapuru. Seu canto será tão bonito que a fará esquecer a sua tristeza. Quando os pássaros ouvirem suas notas maravilhosas, não poderão resistir. Ficarão em silêncio para ouvi-la cantar.

Retirado de:
Resultado de imagem para lendas indígenas ingrid bellinghausen

Lição de uma Alfabetizadora - Prof. Regina Leite Garcia

Todo o bem que fez pra mim

Há dezesseis anos conhecia pessoalmente aquela que proporcionava em mim grande inspiração alfabetizadora através dos seus escritos pedagógicos.  Pessoa miúda fisicamente, mas com um intelecto capaz de ensinar por onde quer que passasse, qualquer ser. Todos éramos aprendizes ao cruzar o seu caminho. Profundamente humilde, Regina Leite Garcia, me ensinou em algumas horas aquilo que carrego como lema ao longo dessa mesma quantidade de tempo em minhas ensinanças.

Partiu. Partiu desse plano físico para um bem mais a sua altura, a eternidade. Mas seu/meu legado me acompanha e para sempre o será...


Alfabetização e dislexia - Como estrelas na Terra - um filme

Como lidar com a dislexia, em casa, na escola, na vida?


O filme Como Estrelas na Terra, retrata a história de um menino chamado Ishaan Awasthi de nove anos, que cursa o 3º ano do ensino fundamental 1, o mesmo apresenta um quadro de dislexia e que não é identificado pelos pais e nem pela escola, levando este a dificuldade no ambiente escolar e em sua vida social. No decorrer da vida escolar, é considerado preguiçoso e até mesmo taxado de indisciplinado por não acompanhar o ritmo dos demais colegas inclusive do seu irmão considerado o melhor aluno da turma, sendo a todo instante vitima do despreparo da família e do corpo docente.

A escola tradicional onde o menino estuda não demonstra nenhuma importância para com as suas necessidades, e somente convoca a família para informar que o garoto não apresenta avanços e que portanto provavelmente irá repetir a série. Sena esta, já vivenciada pelo menino. Dessa forma, Ishaan é levado pela "ignorância" e falta de sensibilidade dos pais a um Internato, local de severas punições e tradicionalismo cuja Filosofia é "Disciplinar Cavalos Selvagens".

Mediante tal situação, triste, angustiado e deprimido, Ishann perde cada vez mas o interesse pelos estudos, isolando-se em seu mundo. Surge então, um professor substituto com metodologias próprias, inovadora, e acima de tudo, conhecedor do problema que a criança possui. O novo professor mostra que Ishann tem as suas particularidades, mas é capaz e que precisa de uma atenção especial para que possa desenvolver suas habilidades e superar as suas limitações.

O professor consegue, através da sua sensibilidade para a questão, mobilizar a escola e começa a ensinar Ishann a ler e escrever. A partir de então, Ishann vai se superando compreendendo o mundo da leitura, da escrita e recuperando a sua autoestima.

O Filme nos faz perceber e nos leva a refletir, a importância do olhar atento, do olhar observador, investigador e da sensibilidade para com a pluralidade que compõem uma sala de aula, bem como as particularidades de cada aluno. 

Sabemos que somente identificar o problema não é o suficiente, faz- se necessário é indispensável tratamento diferenciado com psicopedagogos em consonância com todo corpo docente e familiares a fim de propiciar à criança um desenvolvimento mais significativo.




Alfabetização na idade incerta


Desde que o mundo é mundo, como dizia a minha avó Eva, ações estapafúrdias são presenciadas em relação às crianças, no que concerne a Educação. Se nos primórdios da humanidade, os pais podiam matar os seus filhos caso os rejeitassem, a sociedade da Idade Média vivencia o total poder patriarcal, no qual os campos social e político são totalmente controlados pela figura do pai. Não muito longe daqui em tempos, o status do Ser Criança era totalmente nulo, cabendo a vontade do pai a sua existência ou não nos meios sociais.

No Brasil, a ascensão das indústrias, por volta dos anos 70, impulsiona a luta das trabalhadoras por um lugar para colocar os seus filhos enquanto trabalhavam horas e horas.  Muita água rolou até que esse lugar para que as trabalhadoras colocassem os seus filhos ganhasse algum respeito e, por conseguinte, um nome - Educação Infantil, ainda que, por ideais exportados. Mas como quase todas as Ciências, a Educação não ficaria de fora.



Nos anos de 1988, nascituro da Nova Constituição brasileira, a Educação Infantil ganha, então um codinome, mas a sua identidade vaga até hoje na busca do encontro com o seu eu. Cuidar, assistir, amparar, tratar, higienizar. Ações que sempre se mantiveram presentes na desidentificada Educação para as crianças.

De lá até aqui nós, educadores, vamos ensejando nossas práticas pedagógicas ancorados naquilo que nem ao certo sabemos do que se trata. Contamos com a sorte da nossa ação intuitiva e nosso olhar observador e inquieto, bem como nossas buscas incessantes por um porto mais seguro, que dê conta de nos permitir a apropriação de ideias acerca da condição do Ser e, através dela, da condição do ser Criança.



Séc. XXI super infiltrado entre nós e ainda buscamos algo que nos dê pistas para identificar a Educação voltada para as crianças de 0 a 5 ou 6 anos de idade, conforme vem se revesando. Assim como as representações de infância pelo artista desenhista e pintor, Ivan Cruz, retratado aqui em algumas de suas muitas obras sobre o universo infantil, as Orientações Curriculares parecem não contribuir muito para o processo identitário da Educação Infantil no país. Afinal, deve-se ou não alfabetizar na Educação Infantil?

E se a resposta for positiva, para qual lugar vão as brincadeiras e as interações tão necessárias ao desenvolvimento integral da criança? Ou não é mais isso o que as crianças tanto necessitam para se desenvolverem como cidadãs para o mundo que, por sua vez, as aguarda ansiosamente para o exercício do consumo desenfreado?

Crianças, aos três, quatro ou cinco anos de idade, devem mesmo desenvolverem-se sentadas entre cadeiras e mesas, cerceadas por atividades repetitivas, enfadonhas e cansativas, dias e dias até que se alfabetizem, livrando o mundo das suas mazelas alfabetizatórias?



Mas e se não forem enfadonhas nem repetitivas as atividades? E se seguirmos os moldes das ideias inovadoras (nem tanto assim, sabemos disso!) do curso para Formação de Professores Alfabetizadores do MEC-BR/PNAIC - Programa Nacional para Alfabetização na Idade Certa? Ainda assim, devem as crianças de tenra idade abdicarem das suas criações imagéticas, suas fantasias poéticas e narrativas, para adentrar forçosamente no mundo das letras até que não consigam mais se relacionar com elas de forma prazerosa e eficaz?

O referido Programa do Governo Federal não fala em alfabetização aos 4 ou 5 anos, As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil também não, mas algumas Organizações mostram-nos todo o seu arsenal de guerra contra o analfabetismo, direcionando suas ações para a Educação Infantil, Ah, temos visto tantos e tantos exemplos do efeito alfabetização na idade incerta! Mas afinal, qual é a melhor idade para se alfabetizar? A melhor eu não sei, mas que aos três, quatro, cinco e seis anos a criança gosta mesmo é de brincar, disso eu tenho certeza!

Defendemos aqui, uma Educação Infantil que prime pelo Ser Criança em detrimento do Ser adulto em miniatura. E o Ser Criança precisa brincar e interagir muito para que seja capaz de construir bases firmes para a sua sociabilidade, para o encontro com o seu eu, e com o outro, sem competição, mas muita cooperação e solidariedade, além dos imprescindíveis eticidade, respeito e politização.

O Ser que se alfabetiza

Olá! Alguém aí que alfabetiza já parou para pensar na visão que tem sobre o sujeito da aprendizagem no processo de alfabetização?

Então, as nossas concepções sobre o ser Criança, o ser Jovem e o ser Adulto interferem em nossos encaminhamentos pedagógicos alfabetizadores. Algumas perguntas aguçam nossos sentidos para uma reflexão: o que é ser criança? O que é ser jovem? O que é ser adulto? O que entendemos por Alfabetização? Que seres humanos queremos formar? O que a Educação desde a tenra idade tem a ver com isso?

Turma Ed.Infantil - Escola Pública Municipal do Rio de Janeiro - 2014
Algumas referências para nos ajudar na construção dos nossos pensamentos:
1-Wikipédia: Criança: https://pt.wikipedia.org/wiki/Crian%C3%A7a
2- Estudo acadêmico (UFJF): Infância, criança e diversidade - proposta e análise.  http://www.ufjf.br/virtu/files/2010/04/artigo-2a23.pdf
3-  Artigo científico: O que é ser criança? Da genética ao comportamento, João Gomes-Pedro (Faculdade de Medicina, Lisboa).  http://www.scielo.mec.pt/pdf/aps/v22n1/v22n1a04.pdf


ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores

Olá, companheirxs de caminhada Alfabetiz...Atória!



Vocês sabem que vivo zoiando daqui, dali e acolá a procura de subsídios para a minha própria prática alfabetizadora. O que encontro gosto de compartilhar com todxs porque acredito no potencial enriquecedor da troca, da partilha, seja na angústia, seja na alegria pedagógica. Então, permitam-me compartilhar esse trabalho lindo de uma excelente alfabetizadora, escritora, pesquisadora e professora da UERJ, a Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes.

Sim, já falei dela por aqui, mas além de atualizadíssimos e estarem em constantes movimentos, seus estudos são mesmo cativantes e essenciais para qualquer prática que se pretende alfabetizadora.

Em seu recente trabalho de doutoramento, a Prof. Paula Cid Lopes nos brinda com sua tese intitulada ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores, através do qual nos oferece contribuições teóricas ao campo de formação de professores, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados “erros produtivos” observados na produção escrita de alfabetizandos em classes de Educação de Jovens e Adultos.

Conforme o resumo do seu próprio trabalho, os capítulos organizam-se em cinco partes:

1. os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros, compreendidos como fenômenos, que, uma vez conhecidos pelo professorado, passam a ser devidamente assistidos no processo de alfabetização;

2. a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;

3. os métodos e paradigmas para uma relação teoria prática na alfabetização;

4. o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante e

5. a língua escrita nas práticas escolares.

Sua conclusão nos aponta para a reflexão sobre a questão da formação do professor por esta não oferecer "o suporte necessário para a compreensão da natureza dos estados de escrita dos alunos". Ela ainda nos diz que:
"esta ausência na formação pode também ser observada nos estudos nas áreas da Alfabetização e do Letramento, que dificilmente vão além de uma proposta político-pedagógica, não chegando a nenhum tipo de estrutura material observável na produção escrita do sujeito em processo de alfabetização ou de letramento. Muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias."
A superação do que a autora chama de reducionismo subjacente à noção de erro e a descrição de um conjunto de estados de escrita é sugerida a partir dos estudos realizados como forma de permitir ao professor a discriminação de comportamentos associados a diferentes momentos da alfabetização e do letramento, favorecendo a identificação dos tais comportamentos, caracterizando-os do ponto de vista linguístico e à luz dos diversos quanto os fatores que concorrem para sua incidência na produção de escrita dos alunos.

A Prof. Paula Cid Lopes, ainda, ressalta a necessidade da não interpretação do fenômeno como uma categorização com o objetivo de “modelar” comportamentos de escrita, mas sim da necessidade de compreensão da motivação da incidência dos erros dos alunos em contexto escolar de educação de jovens e adultos.

Acredito que a contribuição deste trabalho não se aplique apenas a Educação voltada para Jovens e Adultos, uma vez que os processos de leiturização e escritura se fundem, independentemente da público a que se destina.

CONHEÇA ESSE TRABALHO. CLIQUE AQUI!

Boa leitura a todxs e todxs!

Conhecer os erros na escrita para efetivar práticas coerentes de alfabetização de adultos - Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes (UERJ)

Qual o lugar do erro nos processos de alfabetização e letramento?

O erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante é uma das contribuições na busca da compreensão do fenômeno que nos apavora enquanto Alfabetiz...AdorXs. Como lidar com as não-aprendizagens dos nossos alunos?
A Prof. Dra. Paula da Silva Cid Lopes (UERJ) através dos seus estudos oferece-nos contribuições ao campo teórico, e também prático pela sua larga experiência em alfabetização, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados "erros produtivos" observados na produção escrita de alfabetizandos.


Em sua pesquisa, a Prof. Dra. Paula Cid Lopes trata dos temas:

a) os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros:
b) a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;
c) os métodos e paradigmas para uma relação teoria-prática na alfabetização;
d) o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante;
e) a língua escrita nas práticas escolares. 

Segundo a pesquisadora, muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias. 

TENHA ACESSO AO CONTEÚDO COMPLETO EM: 

A CONCEPÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL DO “ERRO PRODUTIVO” E SEU IMPACTO SOBRE AS PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM EJA. Paula da Silva Vidal Cid Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – FAPERJ


Veja mais. CLIQUE AQUI!


O sentido da Alfabetização

DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO
8 DE SETEMBRO
ALFABETIZAR TODO DIA!



Segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) a alfabetização é um direito humano fundamental e as bases para a aprendizagem ao longo da vida. Ele é totalmente essencial para o desenvolvimento social e humano na sua capacidade de transformar vidas. Para os indivíduos, famílias e sociedades da mesma forma, é um instrumento de capacitação para melhorar a sua saúde, sua renda, e sua relação com o mundo.

Os usos da alfabetização para o intercâmbio de conhecimentos estão em constante evolução, juntamente com os avanços da tecnologia. A partir da Internet para mensagens de texto, a disponibilidade cada vez maior de comunicação contribui para uma maior participação social e política. A comunidade alfabetizada é uma comunidade dinâmica, uma que troca idéias e se engaja em debate. O analfabetismo, no entanto, é um obstáculo para uma melhor qualidade de vida, e pode até mesmo produzir exclusão e violência.

Mas e nós, brasileiros, como vamos nos nossos fazeres alfabetizadores? Todos sabemos que é grande ainda o desafio de alfabetizar as pessoas nas idades próprias para que isso ocorra. A criança nasce num mundo letrado e se apropria dele de diversas formas. A alfabetização é uma dessas apropriações e que é capaz de viabilizar as suas interações de comunicação com este mundo, para ele e através dele, tornando essas pluri-interações cada vez mais eficazes e eficientes.

E por onde começar então? Diversos são os caminhos, mas é preciso saber onde se quer chegar. Reflexão x Ação x Reflexão x Ação reflexiva. Ah, afeto é fundamental, mas só ele não dá conta é preciso conhecer os sujeitos da aprendizagem, para oferecer-lhe objeto de mais adequado de aprendizagem, de valor para a vida.

Então bora nessa! Mãos à Alfabetiz...Ação!

Boas Inspirações a todos e todas!

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http://www.unesco.org/new/en/education/themes/education-building-blocks/literacy/. Acesso em 11/09/2015.

Estratégias de Avaliação e Organização de Portfólio

ROTEIRO/ ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PORTFÓLIO
Análise Evolutiva do desenvolvimento da Aprendizagem

LEITURA E ESCRITA
LINGUAGEM MATEMÁTICA
ATIVIDADES
- Leitura e Interpretação de Texto
- Produção Textual
- Conhecimento Linguístico
- noções de quantidade;
- sistema de numeração decimal;
- operações fundamentais.
AVALIAÇÃO
Leitura Oral
Interpretação de Texto
Produção Textual (2)
Criação de uma situação problema de forma coletiva e permitir que o aluno faça uso de diferentes sistemas de notação de acordo com seu estágio de aprendizagem.

Como avaliar?
1.     ESCRITA
PRODUÇÃO TEXTUAL (2 tipos diferentes de textos)
a) Uma produção textual de estrutura narrativa (o aluno poderá contar histórias fictícias ou não).
O tema poderá ser de qualquer assunto abordado ao longo do período letivo, para que o aluno tenha propriedade do que vai escrever. Sendo necessário ler, ouvir, debater, pesquisar o assunto que o aluno poderá escrever. Os temas poderão ser diferentes podendo ser de acordo com a identificação de cada um;
b) Uma Produção Textual de outra estrutura narrativa (bilhete, lista, carta, etc).
A estrutura narrativa poderá ser diferente para cada aluno vai depender do nível em que cada um se encontra.
Intervenção do Professor:
Conclua a atividade com uma reescrita coletiva de um dos textos produzidos por um dos alunos (escolha com o grupo). Esta reescrita não fará parte do portfólio.
 Sugere-se que o  professor não corrija a escrita original do aluno, pois o mesmo fará parte do portfólio, servindo assim para uma análise evolutiva, mas deverá fazer a reescrita coletiva do texto (escolher com o grupo qual/quais) fazendo todas as  intervenções necessárias.
O que avaliar na produção textual?
Diretrizes para encaminhamento da atividade avaliativa
Ter o que dizer
Ter para quem dizer
Ter motivo para dizer
Ter como dizer
O conhecimento linguístico (gramática)  será avaliado dentro da produção textual.

2.     LEITURA
Leitura oral – (primeiro deixar o sujeito ler do jeito que ele quiser depois o professor realiza a intervenção)
Acrescentar uma  tabela de avaliação da leitura (a escolher)
O que avaliar na leitura?
Estratégias Cognitivas de Leitura: Interferência e Seleção
Como é a dinâmica de leitura do aluno
Fluência
Ritmo
Entonação
Nível de compreensão
Interferência: deduzir o que vem depois/antecipar
Fazer dedução (fazer perguntas ao aluno, você acha que isso vem depois?). Você acha que esse texto passa onde? Entre outras
Interpretação de Texto (o mesmo texto proposto para a leitura oral)

Registro do aluno
- Antecipa o assunto, fatos ou detalhes? (Estratégia cognitiva leitura: inferência)
-Seleciona aspectos solicitados pelo professor? (Estratégia cognitiva leitura: seleção)

PARA COMPOR O PORTFÓLIO
1) Língua Portuguesa:
  1. Texto narrativo do aluno (escrita livre)
  2. Texto de qualquer estrutura narrativa (escrita livre)
  3. Leitura Oral- copia do texto  (o mesmo texto que o aluno realizara a interpretação)
  4. Interpretação de Texto
2) Matemática:
a.       Situação problema
b.      Operações fundamentais

3) Registros
  1. Relatório Descritivo - Fazer a analise de estudo desse trabalho apresentando a evolução do aluno ao longo do período que esteve no projeto, como o aluno chegou e como ele está.
  2. Análise evolutiva do desenvolvimento do aluno (pode ser através de fichas, tabelas ou gráficos).

Composição do Portfólio do PROFESSOR
Apresentação do Projeto desenvolvido (Introdução)
Texto sobre a organização do Portfolio
Ficha de Avaliação Diagnóstica em Leitura e Escrita (quadro demonstrativo – há diversos modelos a serem utilizados, com ou sem gráficos)
Relatório geral da turma
Frequência (controle de frequência mensal e dias letivos)
Quadro de Avaliação da Leitura (modelo a escolher)
Planilha com os conceitos (evolução do desempenho dos alunos)
Avaliação Diagnostica e Final (modelos a escolher)
Gráfico: Diagnostico da escrita
Gráfico: Objetivos em Língua Portuguesa
Relatório Final

Composição do Portfólio do ALUNO
Identificação do Aluno;
Relato avaliação Diagnostica e Relato Avaliação Final
Avaliação Diagnostica: Produção do aluno
Produções mensais
Ficha de Habilidades em Língua Portuguesa (a escolher)
Ficha de Habilidade em Matemática (a escolher)
Avaliação Final
Uma produção de texto narrativo e uma produção de qualquer outra estrutura textual
Textos para leitura (níveis de acordo com as possibilidades de leitura de cada aluno)
Interpretação correspondente ao texto lido
Atividades de Matemática

 Noções de quantidade, sistema de numeração decimal e operações fundamentais.

Qual o melhor método para alfabetizar?


Muito já falamos sobre isso por aqui, mas a pergunta ainda faz parte dos encontros e discussões pedagógicas nas escolas. No entanto, muitos colegas professores sentem-se inseguros quando precisam explicitar a maneira como encaminham os processos de alfabetização de seus alunos. Em alguns casos, isso pode causar até pânico. Como assumir, nos dias atuais, quando muito se fala sobre uma nova concepção filosófica acerca do ensinar e, principalmente, do aprender, uma ensinagem baseada na velha e estigmatizada família silábica? Como assumir um processo baseado numa unidade de aprendizagem inteiramente descontextualizada, sem sentido algum para quem aprende e nem para nós mesmos, ainda que já tenhamos ouvido falar que assim não dá, que a unidade não dá conta do sentido necessário à aprendizagem significativa?
Muitos ainda são os deba­tes sobre a melhor maneira - atitudes metodológicas - de alfa­be­ti­zar as crian­ças, os jovens e os adultos ainda não alfabetizados.
Precisamos conhecer alguns caminhos já percorridos, assimilá-los e compreendê-los para fazer uma escolha mais segura. Uma visita à história dos métodos no Brasil e no mundo será um grande diferencial no nosso fazer pedagógico alfabetizador.

Os cha­ma­dos méto­dos sin­té­ti­cos foram usados o longo do séc. XIX, em que se cos­tu­ma­va alfa­be­ti­zar encaminhando o processo da "parte" para o "todo". O ­método alfa­bé­tico uti­liza as ­letras; o fônico, os sons correspondentes às ­letras; o silá­bico, as síla­bas.

A partir de um determinado momento, per­ce­beu-se, por influência dos EUA, que seria ­melhor uti­li­zar méto­dos ana­lí­ti­cos, que são aqueles que partem do "todo" para as "partes". Daí então, o ensino da leitura e da ­escrita começaria a partir de pala­vras, sen­ten­ças ou pequenas his­tó­r­ias e depois então, é que se che­gava à aná­lise das par­tes - as sílabas e as ­letras.

Algumas esco­las mes­cla­vam os dois méto­dos, o que acabou dando ori­gem ao que se chamou de ana­lí­tico-sin­té­tico ou vice-versa.

A par­tir das reflexões sobre o pensamento do aprendiz no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, com as ideias das pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o que foi denominado como pensamento construtivista, por volta de 1980, o uso des­ses méto­dos pas­sou a ser for­te­mente ques­tio­nado.  As pes­qui­sas de Ferreiro e Teberosky muda­m completamente o foco de "como se ­ensina" para "como se ­aprende". 

Parece pouco, mas essa mudança cau­sou uma revo­lu­ção, se não no campo da praxis, ao menos no campo das ideias.

Mas será mesmo possivel alfabetizar sem o BA - BE - BI - BO - BU - BÃO que tanto conhecemos e tantas verdades nos imprimiram? Pensamos fortemente que sim, conforme já afirmamos em outros posts e deixamos transparecer em nossas sugestões de encaminhamentos metodológicos (vide Concepção de Alfabetização e Sugestão Metodológica).  Contudo, prepararemos um post mais atual para falarmos desse assunto. Estamos bolando algumas entrevistas prós e contras... Aguardem e até lá! 

Alfabetização: Projetos Pedagógicos e Sequências Didáticas

ALFABETIZAÇÃO EM FOCO: PROJETOS DIDÁTICOS E SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS EM DIÁLOGO COM OS DIFERENTES COMPONENTES CURRICULARES
(Disponível em: http://www.eb1-sto-antonio-grijo.rcts.pt/projecto_curricularde_escola.htm)
 A unidade 6 do programa "Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa", implantado pelo governo federal, assim como as anteriores, merece análise e olhar reflexivo do alfabetizador inquieto.  Trata-se do estabelecimento das relações entre as diversas áreas do conhecimento dispostos através das diferentes disciplinas curriculares:
"(...) perceber possibilidades de práticas pedagógicas, que envolvem diversas áreas de conhecimentos, tendo como foco principal a área da linguagem, concretizada nos diferentes gêneros textuais que circulam na sociedade, conforme preceituam documentos oficiais e parâmetros curriculares para o ensino fundamental de 09 anos.
Para isso, não se pode perder de vista que os gêneros textuais, para que entrem na escola, precisam passar por uma transposição didática, de tal modo que possam ser didatizados. Nessa direção, os projetos didáticos e as sequências didáticas apresentam-se potencialmente como formas de organização do trabalho pedagógico que têm grandes possibilidades de auxiliar nesse processo de didatização, sobretudo por um viés de trabalho interdisciplinar, o que os torna fundamentais ao professor para realizar todo o processo de ensino e aprendizagem nos anos iniciais.
 
Tendo em vista a importância de discutirmos como tais modos de organização do cotidiano escolar podem potencializar o trabalho docente, os objetivos da unidade 6 são:
 • compreender a concepção de alfabetização na perspectiva do letramento, a partir do aprofundamento de estudos baseados nas obras pedagógicas do PNBE do Professor e outros textos publicados pelo MEC;
• aprofundar a compreensão sobre o currículo nos anos iniciais do Ensino Fundamental e sobre os direitos de aprendizagem e desenvolvimento nas diferentes áreas de conhecimento;
• analisar e planejar projetos didáticos e sequências didáticas para turmas de alfabetização, assim como prever atividades permanentes integrando diferentes componentes curriculares e atividades voltadas para o desenvolvimento da oralidade, leitura e escrita;
• conhecer os recursos didáticos distribuídos pelo Ministério da Educação e planejar projetos e sequências didáticas em que tais materiais sejam usados;
• compreender a importância da avaliação no ciclo de alfabetização.
Para acessar todo o material de formação do PNAIC CLIQUE AQUI .

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