A linguista Magda Soares fala-nos sobre os maiores problemas identificados por professores Alfabetiz...Adores, através de pesquisa realizada, nos processos de alfabetização.
Ela inicia o diálogo falando do ambiente alfabetizador, no qual deve figurar elementos fundamentais ao processo alfabetizatório e teve suas concepções acerca de muitas outras indagações nossas.
"Perguntamos a alfabetizadores de escolas públicas brasileiras: 'Qual é sua maior dúvida ou dificuldade na hora de alfabetizar?' Mais de 80 perguntas chegaram, enviadas de 15 estados brasileiros. Selecionamos 20 para esta entrevista especial, que comemora o 10º ano do Letra A.
Quem responde é a educadora Magda Soares, fundadora do Ceale e professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, que foi a primeira entrevistada do jornal, lançado em 2005.
Clique no link:
Ceale - Centro de alfabetização, leitura e escrita - UFMG - Magda Soares responde
Fundado em 2008, @Alfabetização em Foco Oficial objetiva contribuir com a formação inicial e continuada de Professoras/es e Educadoras/es, com muito afeto, compartilhando ideias, informações, experiências, conteúdos de pesquisas, discussão teórico-prática e também dialogar com Pais e Responsáveis de alfabetizandas/os, a partir do compromisso com os processos educacionais humanitários. Muito bem vinda/o!
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Alfabetização e o texto como facilitador das construções de leitura e escrita
Sugestão de Atividades a partir da história "O pote de melado", de Mary e Eliardo França.
Diversas atividades foram desenvolvidas a partir da história, como:
- Leitura deleite/ compartilhada - o professor lê para o grupo ;
- Leitura com apontamento pelo professor - palavra a palavra (uso do projetor - bom quando se tem em sala de aula, ou blocão);
- Identificação de frases no texto (usamos o projetor, mas pode-se escrever a história num blocão);
- Montagem do texto da história por frases (trechos da história em dias alternados) - frases móveis;
- Montagem do texto da história por palavras (pequenos trechos da história em dias alternados) - palavras móveis;
- Composição coletiva do texto lacunado (ver imagem);
- Construção de listagem com nomes dos personagens da história;
- Produção coletiva: descrição das personagens;
- Jogo da memória com os nomes e os desenhos das personagens, com frases do texto,;
- Monta-monta dos nomes dos personagens: letra a letra (uso de letras móveis);
- Troca-troca de letras (móveis) para descoberta de novos paradigmas fonéticos e grafêmicos: se trocarmos o P de POTE por B, qual palavras será formada?
- Recontextualizações - recontando a história do nosso jeito;
- Formação de novas palavras partindo dos paradigmas das palavras estudadas - Que palavras começam como PO de POTE; e com P de POTE?
- Listagem de palavras "descobertas" - construção de vocabulário coletivo;
- Descobrindo significados: de onde vem o melado? Vamos pesquisar e anotar as nossas descobertas? De onde vem o pote? De qual material pode ser feito um pote? Como se faz um pote de barro? Que outros objetos podem ser feitos com barro? Vamos construir objetos usando argila? E que tal montarmos uma exposição? Huuummm, poderíamos oferecer uma degustação de melado durante a exposição...
- - E muitas outras!
E então, desenvolveu outras? Modificou alguma? Não deixe de compartilhar conosco!
Jogo da memória, identificação personagem x nomes, liga nome ao desenho |
Texto Lacunado - montagem coletiva e individual |
Releitura de trechos da história para remontagem textual |
Releitura de trechos da história para remontagem textual |
Montagem de palavras com letras móveis |
Boas Inspirações a Todxs!
Qual o melhor método para alfabetizar?
Muito já falamos sobre isso por aqui, mas a pergunta ainda faz parte dos encontros e discussões pedagógicas nas escolas. No entanto, muitos colegas professores sentem-se inseguros quando precisam explicitar a maneira como encaminham os processos de alfabetização de seus alunos. Em alguns casos, isso pode causar até pânico. Como assumir, nos dias atuais, quando muito se fala sobre uma nova concepção filosófica acerca do ensinar e, principalmente, do aprender, uma ensinagem baseada na velha e estigmatizada família silábica? Como assumir um processo baseado numa unidade de aprendizagem inteiramente descontextualizada, sem sentido algum para quem aprende e nem para nós mesmos, ainda que já tenhamos ouvido falar que assim não dá, que a unidade não dá conta do sentido necessário à aprendizagem significativa?
Muitos ainda são os debates sobre a melhor maneira - atitudes metodológicas - de alfabetizar as crianças, os jovens e os adultos ainda não alfabetizados.
Precisamos conhecer alguns caminhos já percorridos, assimilá-los e compreendê-los para fazer uma escolha mais segura. Uma visita à história dos métodos no Brasil e no mundo será um grande diferencial no nosso fazer pedagógico alfabetizador.
Muitos ainda são os debates sobre a melhor maneira - atitudes metodológicas - de alfabetizar as crianças, os jovens e os adultos ainda não alfabetizados.
Precisamos conhecer alguns caminhos já percorridos, assimilá-los e compreendê-los para fazer uma escolha mais segura. Uma visita à história dos métodos no Brasil e no mundo será um grande diferencial no nosso fazer pedagógico alfabetizador.
Os chamados métodos sintéticos foram usados o longo do séc. XIX, em que se costumava alfabetizar encaminhando o processo da "parte" para o "todo". O método alfabético utiliza as letras; o fônico, os sons correspondentes às letras; o silábico, as sílabas.
A partir de um determinado momento, percebeu-se, por influência dos EUA, que seria melhor utilizar métodos analíticos, que são aqueles que partem do "todo" para as "partes". Daí então, o ensino da leitura e da escrita começaria a partir de palavras, sentenças ou pequenas histórias e depois então, é que se chegava à análise das partes - as sílabas e as letras.
A partir de um determinado momento, percebeu-se, por influência dos EUA, que seria melhor utilizar métodos analíticos, que são aqueles que partem do "todo" para as "partes". Daí então, o ensino da leitura e da escrita começaria a partir de palavras, sentenças ou pequenas histórias e depois então, é que se chegava à análise das partes - as sílabas e as letras.
Algumas escolas mesclavam os dois métodos, o que acabou dando origem ao que se chamou de analítico-sintético ou vice-versa.
A partir das reflexões sobre o pensamento do aprendiz no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, com as ideias das pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o que foi denominado como pensamento construtivista, por volta de 1980, o uso desses métodos passou a ser fortemente questionado. As pesquisas de Ferreiro e Teberosky mudam completamente o foco de "como se ensina" para "como se aprende".
Parece pouco, mas essa mudança causou uma revolução, se não no campo da praxis, ao menos no campo das ideias.
Parece pouco, mas essa mudança causou uma revolução, se não no campo da praxis, ao menos no campo das ideias.
Mas será mesmo possivel alfabetizar sem o BA - BE - BI - BO - BU - BÃO que tanto conhecemos e tantas verdades nos imprimiram? Pensamos fortemente que sim, conforme já afirmamos em outros posts e deixamos transparecer em nossas sugestões de encaminhamentos metodológicos (vide Concepção de Alfabetização e Sugestão Metodológica). Contudo, prepararemos um post mais atual para falarmos desse assunto. Estamos bolando algumas entrevistas prós e contras... Aguardem e até lá!
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