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ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores

Olá, companheirxs de caminhada Alfabetiz...Atória!



Vocês sabem que vivo zoiando daqui, dali e acolá a procura de subsídios para a minha própria prática alfabetizadora. O que encontro gosto de compartilhar com todxs porque acredito no potencial enriquecedor da troca, da partilha, seja na angústia, seja na alegria pedagógica. Então, permitam-me compartilhar esse trabalho lindo de uma excelente alfabetizadora, escritora, pesquisadora e professora da UERJ, a Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes.

Sim, já falei dela por aqui, mas além de atualizadíssimos e estarem em constantes movimentos, seus estudos são mesmo cativantes e essenciais para qualquer prática que se pretende alfabetizadora.

Em seu recente trabalho de doutoramento, a Prof. Paula Cid Lopes nos brinda com sua tese intitulada ESTADOS DE ESCRITA: contribuições à formação de professores alfabetizadores, através do qual nos oferece contribuições teóricas ao campo de formação de professores, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados “erros produtivos” observados na produção escrita de alfabetizandos em classes de Educação de Jovens e Adultos.

Conforme o resumo do seu próprio trabalho, os capítulos organizam-se em cinco partes:

1. os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros, compreendidos como fenômenos, que, uma vez conhecidos pelo professorado, passam a ser devidamente assistidos no processo de alfabetização;

2. a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;

3. os métodos e paradigmas para uma relação teoria prática na alfabetização;

4. o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante e

5. a língua escrita nas práticas escolares.

Sua conclusão nos aponta para a reflexão sobre a questão da formação do professor por esta não oferecer "o suporte necessário para a compreensão da natureza dos estados de escrita dos alunos". Ela ainda nos diz que:
"esta ausência na formação pode também ser observada nos estudos nas áreas da Alfabetização e do Letramento, que dificilmente vão além de uma proposta político-pedagógica, não chegando a nenhum tipo de estrutura material observável na produção escrita do sujeito em processo de alfabetização ou de letramento. Muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias."
A superação do que a autora chama de reducionismo subjacente à noção de erro e a descrição de um conjunto de estados de escrita é sugerida a partir dos estudos realizados como forma de permitir ao professor a discriminação de comportamentos associados a diferentes momentos da alfabetização e do letramento, favorecendo a identificação dos tais comportamentos, caracterizando-os do ponto de vista linguístico e à luz dos diversos quanto os fatores que concorrem para sua incidência na produção de escrita dos alunos.

A Prof. Paula Cid Lopes, ainda, ressalta a necessidade da não interpretação do fenômeno como uma categorização com o objetivo de “modelar” comportamentos de escrita, mas sim da necessidade de compreensão da motivação da incidência dos erros dos alunos em contexto escolar de educação de jovens e adultos.

Acredito que a contribuição deste trabalho não se aplique apenas a Educação voltada para Jovens e Adultos, uma vez que os processos de leiturização e escritura se fundem, independentemente da público a que se destina.

CONHEÇA ESSE TRABALHO. CLIQUE AQUI!

Boa leitura a todxs e todxs!

Conhecer os erros na escrita para efetivar práticas coerentes de alfabetização de adultos - Prof. Dra. Paula da Silva Vidal Cid Lopes (UERJ)

Qual o lugar do erro nos processos de alfabetização e letramento?

O erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante é uma das contribuições na busca da compreensão do fenômeno que nos apavora enquanto Alfabetiz...AdorXs. Como lidar com as não-aprendizagens dos nossos alunos?
A Prof. Dra. Paula da Silva Cid Lopes (UERJ) através dos seus estudos oferece-nos contribuições ao campo teórico, e também prático pela sua larga experiência em alfabetização, no que concerne à natureza dos diferentes tipos de fenômenos associados aos chamados "erros produtivos" observados na produção escrita de alfabetizandos.


Em sua pesquisa, a Prof. Dra. Paula Cid Lopes trata dos temas:

a) os argumentos sociais que justificam a demanda por um melhor balizamento dos erros:
b) a alfabetização, o letramento e a formação de conceitos essenciais na formação do professor;
c) os métodos e paradigmas para uma relação teoria-prática na alfabetização;
d) o erro, entendido como um limite provisório e não um fator determinante;
e) a língua escrita nas práticas escolares. 

Segundo a pesquisadora, muitas vezes, embora o professor tenha constante contato com as escritas de seus estudantes, não as conhece o suficiente para realizar as intervenções necessárias. 

TENHA ACESSO AO CONTEÚDO COMPLETO EM: 

A CONCEPÇÃO TEÓRICO-CONCEITUAL DO “ERRO PRODUTIVO” E SEU IMPACTO SOBRE AS PRÁTICAS DE LETRAMENTO EM EJA. Paula da Silva Vidal Cid Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) – FAPERJ


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Qual o melhor método para alfabetizar?


Muito já falamos sobre isso por aqui, mas a pergunta ainda faz parte dos encontros e discussões pedagógicas nas escolas. No entanto, muitos colegas professores sentem-se inseguros quando precisam explicitar a maneira como encaminham os processos de alfabetização de seus alunos. Em alguns casos, isso pode causar até pânico. Como assumir, nos dias atuais, quando muito se fala sobre uma nova concepção filosófica acerca do ensinar e, principalmente, do aprender, uma ensinagem baseada na velha e estigmatizada família silábica? Como assumir um processo baseado numa unidade de aprendizagem inteiramente descontextualizada, sem sentido algum para quem aprende e nem para nós mesmos, ainda que já tenhamos ouvido falar que assim não dá, que a unidade não dá conta do sentido necessário à aprendizagem significativa?
Muitos ainda são os deba­tes sobre a melhor maneira - atitudes metodológicas - de alfa­be­ti­zar as crian­ças, os jovens e os adultos ainda não alfabetizados.
Precisamos conhecer alguns caminhos já percorridos, assimilá-los e compreendê-los para fazer uma escolha mais segura. Uma visita à história dos métodos no Brasil e no mundo será um grande diferencial no nosso fazer pedagógico alfabetizador.

Os cha­ma­dos méto­dos sin­té­ti­cos foram usados o longo do séc. XIX, em que se cos­tu­ma­va alfa­be­ti­zar encaminhando o processo da "parte" para o "todo". O ­método alfa­bé­tico uti­liza as ­letras; o fônico, os sons correspondentes às ­letras; o silá­bico, as síla­bas.

A partir de um determinado momento, per­ce­beu-se, por influência dos EUA, que seria ­melhor uti­li­zar méto­dos ana­lí­ti­cos, que são aqueles que partem do "todo" para as "partes". Daí então, o ensino da leitura e da ­escrita começaria a partir de pala­vras, sen­ten­ças ou pequenas his­tó­r­ias e depois então, é que se che­gava à aná­lise das par­tes - as sílabas e as ­letras.

Algumas esco­las mes­cla­vam os dois méto­dos, o que acabou dando ori­gem ao que se chamou de ana­lí­tico-sin­té­tico ou vice-versa.

A par­tir das reflexões sobre o pensamento do aprendiz no processo de aprendizagem da leitura e da escrita, com as ideias das pesquisadoras Emilia Ferreiro e Ana Teberosky, o que foi denominado como pensamento construtivista, por volta de 1980, o uso des­ses méto­dos pas­sou a ser for­te­mente ques­tio­nado.  As pes­qui­sas de Ferreiro e Teberosky muda­m completamente o foco de "como se ­ensina" para "como se ­aprende". 

Parece pouco, mas essa mudança cau­sou uma revo­lu­ção, se não no campo da praxis, ao menos no campo das ideias.

Mas será mesmo possivel alfabetizar sem o BA - BE - BI - BO - BU - BÃO que tanto conhecemos e tantas verdades nos imprimiram? Pensamos fortemente que sim, conforme já afirmamos em outros posts e deixamos transparecer em nossas sugestões de encaminhamentos metodológicos (vide Concepção de Alfabetização e Sugestão Metodológica).  Contudo, prepararemos um post mais atual para falarmos desse assunto. Estamos bolando algumas entrevistas prós e contras... Aguardem e até lá! 

Projetos de Leitura: explorando as diferentes modalidades


 Projetos de leitura
A característica básica necessária a um projeto, seja ele de leitura ou não, é que ele tenha um objetivo compartilhado por todos os envolvidos, que se expressa num produto final em função do qual todos trabalham. Além disso, os projetos permitem dispor do tempo de uma forma flexível, pois o tempo tem o tamanho necessário para conquistar o objetivo: pode ser de alguns dias ou de alguns meses. Quando são de longa duração têm ainda a vantagem adicional de permitir o planejamento de suas etapas com os alunos.

São ocasiões em que eles podem tomar decisões sobre muitas questões: controlar o tempo, dividir e redimensionar as tarefas, avaliar os resultados em função do plano inicial, etc.

Os projetos são situações em que linguagem oral, linguagem escrita, leitura e produção de textos se inter-relacionam de forma contextualizada, pois quase sempre envolvem tarefas que articulam esses diferentes conteúdos. São situações lingüisticamente significativas, em que faz sentido, por exemplo, ler para escrever, escrever para ler, ler para decorar, escrever para não esquecer, ler em voz alta em tom adequado. Nos projetos em que é preciso expor ou ler oralmente para uma gravação que se destina a pessoas ausentes, por exemplo, uma circunstância interessante se apresenta: o fato de os interlocutores não estarem fisicamente presentes obriga a adequar a fala ou a leitura a fim de favorecer sua compreensão, analisando o tom de voz e a dicção, planejando as pausas, a entonação, etc. Os projetos de leitura são excelentes situações para contextualizar a necessidade de ler e, em determinados casos, a própria leitura oral e suas convenções.

Alguns exemplos de projetos de leitura: produção de fita cassete de contos ou poemas lidos para a biblioteca escolar ou para enviar a outras instituições; produção de vídeos (ou fitas cassete) de curiosidades gerais sobre assuntos estudados ou de interesse; promoção de eventos de leitura numa feira cultural ou exposição de trabalhos.

Atividades sequenciadas de leitura

São situações didáticas adequadas para promover o gosto de ler e privilegiadas para desenvolver o comportamento do leitor, ou seja, atitudes e procedimentos que os leitores assíduos desenvolvem a partir da prática de leitura: formação de critérios para selecionar o material a ser lido, constituição de padrões de gosto pessoal, rastreamento da obra de escritores preferidos, etc.

Funcionam de forma parecida com os projetos — e podem integrá-los, inclusive —, mas não têm um produto final predeterminado: neste caso o objetivo explícito é a leitura em si. Nas atividades sequenciadas de leitura pode-se, temporariamente, eleger um gênero específico, um determinado autor ou um tema de interesse.

Atividades permanentes de leitura

São situações didáticas propostas com regularidade e voltadas para a formação de atitude favorável à leitura. Um exemplo desse tipo de atividade é a “Hora de...” (histórias, curiosidades científicas, notícias, etc.). Os alunos escolhem o que desejam ler, levam o material para casa por um tempo e se revezam para fazer a leitura em voz alta, na classe. Dependendo da extensão dos textos e do que demandam em termos de preparo, a atividade pode se realizar semanalmente ou quinzenalmente, por um ou mais alunos a cada vez. Quando for pertinente, pode incluir também uma breve caracterização da obra do autor ou curiosidades sobre sua vida.

Outro exemplo é o que se pode chamar “Roda de Leitores”: periodicamente os alunos tomam emprestado um livro (do acervo de classe ou da biblioteca da escola) para ler em casa. No dia combinado, uma parte deles relata suas impressões, comenta o que gostou ou não, o que pensou, sugere outros títulos do mesmo autor ou conta uma pequena parte da história para “vender” o livro que o entusiasmou aos colegas.

Leitura feita pelo professor

Além das atividades de leitura realizadas pelos alunos e coordenadas pelo professor há as que podem ser realizadas basicamente pelo professor. É o caso da leitura compartilhada de livros em capítulos, que possibilita aos alunos o acesso a textos bastante longos (e às vezes difíceis) que, por sua qualidade e beleza, podem vir a encantá-los, ainda que nem sempre sejam capazes de lê-los sozinhos.

A leitura em voz alta feita pelo professor não é uma prática muito comum na escola. E, quanto mais avançam as séries, mais incomum se torna, o que não deveria acontecer, pois, muitas vezes, são os alunos maiores que mais precisam de bons modelos de leitores.

Na escola, uma prática de leitura intensa é necessária por muitas razões. Ela pode:

• ampliar a visão de mundo e inserir o leitor na cultura letrada;
• estimular o desejo de outras leituras;
• possibilitar a vivência de emoções, o exercício da fantasia e da imaginação;
• permitir a compreensão do funcionamento comunicativo da escrita: escreve-se para ser lido;
• expandir o conhecimento a respeito da própria leitura;
• aproximar o leitor dos textos e os tornar familiares — condição para a leitura fluente e para a produção de textos;
• possibilitar produções orais, escritas e em outras linguagens;
• informar como escrever e sugerir sobre o que escrever;
• ensinar a estudar;
• possibilitar ao leitor compreender a relação que existe entre a fala e a escrita;
• favorecer a aquisição de velocidade na leitura;
• favorecer a estabilização de formas ortográficas.

Leitura Diária

O trabalho com leitura deve ser diário. Há inúmeras possibilidades para isso, pois a leitura pode ser realizada:

• de forma silenciosa, individualmente;
• em voz alta (individualmente ou em grupo) quando fizer sentido dentro da atividade; e
• pela escuta de alguém que lê.

No entanto, alguns cuidados são necessários:

• toda proposta de leitura em voz alta precisa fazer sentido dentro da atividade na qual se insere e o aluno deve sempre poder ler o texto silenciosamente, com antecedência — uma ou várias vezes;
• nos casos em que há diferentes interpretações para um mesmo texto e faz-se necessário negociar o significado (validar interpretações), essa negociação precisa ser fruto da compreensão do grupo e produzir-se pela argumentação dos alunos. Ao professor cabe orientar a discussão, posicionando-se apenas quando necessário;
• ao propor atividades de leitura convém sempre explicitar os objetivos e preparar os alunos. É interessante, por exemplo, dar conhecimento do assunto previamente, fazer com que os alunos levantem hipóteses sobre o tema a partir do título, oferecer informações que situem a leitura, criar um certo suspense quando for o caso, etc.;
• é necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos que elas requerem do leitor. São coisas muito diferentes ler para se divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler em busca de significado — a leitura, de um modo geral — e ler em busca de inadequações e erros — a leitura para revisar. Esse é um procedimento especializado que precisa ser ensinado em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos. 

Leitura Colaborativa

A leitura colaborativa é uma atividade em que o professor lê um texto com a classe e, durante a leitura, questiona os alunos sobre as pistas linguísticas que possibilitam a atribuição de determinados sentidos. Trata-se, portanto, de uma excelente estratégia didática para o trabalho de formação de leitores. É particularmente importante que os alunos envolvidos na atividade possam explicitar para os seus parceiros os procedimentos que utilizam para atribuir sentido ao texto: como e por quais pistas linguísticas lhes foi possível realizar tais ou quais inferências, antecipar determinados acontecimentos, validar antecipações feitas, etc. A possibilidade de interrogar o texto, a diferenciação entre realidade e ficção, a identificação de elementos discriminatórios e recursos persuasivos, a interpretação de sentido figurado, a inferência sobre a intencionalidade do autor, são alguns dos aspectos dos conteúdos relacionados à compreensão de textos, para os quais a leitura colaborativa tem muito a contribuir. A compreensão crítica depende em grande medida desses procedimentos.

Uma prática intensa de leitura na escola é, sobretudo, necessária, porque ler ensina a ler e a escrever.
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Fonte: Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica– Língua Portuguesa.


Alfabetização e Educação Popular: opção para a atualidade?

Aspectos ideológicos e metodológicos
“Com muitas ilusões, mas com enorme esperança, tentaram-se caminhos novos ou reconstruíram-se caminhos antigos. O que houve de certo e errado só a história pode dizer. E quase nos foi negada a possibilidade de conhecer a história”. Osmar Fávero
Paulo Freire, como representante notável frente às lutas populares que se travaram inicialmente na América Latina, teve uma ação internacional, “graças” a sua situação de exilado. Suas ações carregaram em si a concepção de educação como emancipadora do popular e contribuíram para a consolidação de um grande número de grupos e organizações favoráveis a defesa dos marginalizados e excluídos.

Segundo estudo de (ALMEIDA, 1988) o ato de educar em EP significava, no início dos anos 60, atuar frente a grupos variados em seus interesses: o indivíduo que buscava aulas de alfabetização nos acampamentos, as mulheres que participavam de clubes de mães, sócios nas sociedades de bairros, membros das igrejas, grupos de trabalho específico, dentre outros. Mas como podemos compreender a base de todo o processo de alfabetização em Educação Popular da época?

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Uma experiência no Museu Oi Futuro, RJ.