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O sentido da Alfabetização

DIA INTERNACIONAL DA ALFABETIZAÇÃO
8 DE SETEMBRO
ALFABETIZAR TODO DIA!



Segundo a UNESCO (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura) a alfabetização é um direito humano fundamental e as bases para a aprendizagem ao longo da vida. Ele é totalmente essencial para o desenvolvimento social e humano na sua capacidade de transformar vidas. Para os indivíduos, famílias e sociedades da mesma forma, é um instrumento de capacitação para melhorar a sua saúde, sua renda, e sua relação com o mundo.

Os usos da alfabetização para o intercâmbio de conhecimentos estão em constante evolução, juntamente com os avanços da tecnologia. A partir da Internet para mensagens de texto, a disponibilidade cada vez maior de comunicação contribui para uma maior participação social e política. A comunidade alfabetizada é uma comunidade dinâmica, uma que troca idéias e se engaja em debate. O analfabetismo, no entanto, é um obstáculo para uma melhor qualidade de vida, e pode até mesmo produzir exclusão e violência.

Mas e nós, brasileiros, como vamos nos nossos fazeres alfabetizadores? Todos sabemos que é grande ainda o desafio de alfabetizar as pessoas nas idades próprias para que isso ocorra. A criança nasce num mundo letrado e se apropria dele de diversas formas. A alfabetização é uma dessas apropriações e que é capaz de viabilizar as suas interações de comunicação com este mundo, para ele e através dele, tornando essas pluri-interações cada vez mais eficazes e eficientes.

E por onde começar então? Diversos são os caminhos, mas é preciso saber onde se quer chegar. Reflexão x Ação x Reflexão x Ação reflexiva. Ah, afeto é fundamental, mas só ele não dá conta é preciso conhecer os sujeitos da aprendizagem, para oferecer-lhe objeto de mais adequado de aprendizagem, de valor para a vida.

Então bora nessa! Mãos à Alfabetiz...Ação!

Boas Inspirações a todos e todas!

__________
http://www.unesco.org/new/en/education/themes/education-building-blocks/literacy/. Acesso em 11/09/2015.

Alfabetização e Movimentos Sociais

Alfabetização e Movimentos Sociais: uma via necessária à conscientização e a preparação dos pequenos e grandes cidadãos para o verdadeiro exercício de cidadania no Brasil. Sugiro palavras-chave a partir do tema: vida/ cidade/ rua/ população.



Leitores não escritores X Escritores não leitores: como reparar o percurso?

Prazer de recontar histórias
Crianças realizando inferência na leitura em fase inicial da alfabetização
(Escola Pública Municipal do RJ)
Paulo Freire nos diria que aprender a ler e escrever é, antes de tudo, "aprender a ler o mundo, compreendendo suas diversas nuances". Qual a pessoa que mesmo não sendo "alfabetizada", não consegue "ler" palavras que, em se tratando de sociedades letradas, a cercam no mundo em que vive, como, Coca-cola, Banco Itaú, Casas Bahia, Nescau, Barbie, entre outras?

As letras, ou o seu conjunto em uma palavra, representam o universo codificado, fácil de decifrar para quem tem olhos ávidos e ansiosos. (continua)

A experiência antropológica como forma de alfabetização

Uma experiência pessoal muito marcante  enquanto caçadora de conhecimentos relacionados à prática profissional foi a participação no curso de extensão da UFF (2009)  "Pintura e Escrita: confluências da verbalidade e do olhar nas classes de alfabetização", ministrado pelo Prof. Dr. Armando M. Barros.  (re)Aprendi a lançar um novo olhar acerca daquilo que já vinha praticando há tempo, mas não enxergava tão bem: alfabetizar a partir da experiência antropológica, ou seja, partindo da história de vida do sujeito aprendente, lançando mão de imagens pictóricas, fotografias, oralituras pessoais e coletivas...

Leitura, escrita e alfabetização - histórias que se entrelaçam


Valéria Poubell, professora alfabetizadora, In Fórum de Professores
 Pesquisadores: “O fracasso escolar como forma de exclusão social
dos alunos das classes sociais menos favorecidas do nosso país”(2006)




A interpretação de sons, ainda dentro do útero; de imagens, a do rosto da nossa mãe no momento em que nos deixamos ver neste mundo; de gestos, toques, olhares e mais lá na frente, palavras e imagens mais complexas, a do mundo a nossa volta, tudo isso faz parte da nossa aprendizagem desde o nosso nascimento.


Todo processo de aprendizagem dos indivíduos é mediado pela escola no momento que entramos nela. E tudo aquilo que aprendemos ou não, anteriormente, será potencializado positiva ou negativamente. Neste cenário – de processos bem ou mal sucedidos até então – se apresentará a leitura e a escrita. Paulo Freire (1986) já nos disse que ler o mundo precede ler as palavras do mundo. Eu diria que escrever as palavras do mundo é resultado da escrita da nossa própria história de vida, que escrevemos com ou sem uma letra sequer, se considerarmos as culturas ágrafas existentes. 

Os nossos traços de identidade, intensamente impregnados das nossas histórias de vida, merecem toda atenção nos processos de aprendizagem da leitura e da escrita do mundo. Sabe-se que ainda hoje estes são visivelmente desprezados pela escola. Muito mais que discutir a definição ou escolher entre a alfabetização e o letramento é importante capacitar as pessoas, sejam crianças, jovens ou adultos, para a leitura e a escrita eficiente no mundo. Mas como aproximar eficientemente os sujeitos dos conteúdos de aprendizagem?

Ler e escrever vai muito além de alfabetizar-se. Ler significa “ler o mundo” sim, e através da leitura desse mundo, o indivíduo deve ser capaz de escrever a sua própria história no mundo, perceber o momento de modificar o seu rumo e lançar estratégias eficazes para que a transformação ocorra, utilizando-se da leitura e da escrita como ferramentas para alcançar o seu objetivo. Ler no mundo é perceber a história de vida como uma história que se entrelaça com a história do próprio mundo, onde residem as relações sociais, culturais e econômicas e, portanto, também passiveis de transformação.

Ao nascerem, as pessoas inscrevem-se na história do seu país que, por sua vez, compõe a história do mundo, assumindo um tempo só seu num mundo perverso em suas relações sociais e produções de conhecimento. E estes mesmos indivíduos, matriculados numa escola, só serão capazes de se transformar e mudar o seu meio social se forem instrumentalizados de maneira sólida, através de um currículo organizado de acordo com as suas reais necessidades. 

A valorização dessas histórias e dos seus entrelaces, precisa ser resgatada pela escola que pretende promover a leitura e a escrita de forma eficiente – a leitura para o mundo. Para que aprendemos a ler se esta leitura não nos permite interpretar as relações que se estabelecem no mundo atual? Quantos de nós somos capazes de entender uma instrução dada somente lendo essa instrução? Nós, professores, provavelmente vamos precisar de duas ou três voltas ao texto. E nossos alunos? Que competência estamos desenvolvendo se a maioria não consegue interpretar uma frase instrutiva, ou um texto simples? 

Estamos presos ainda na transmissão de regras ortográficas e normas gramaticais - que tem a importância necessária ate o ponto que nos fazemos entender pelo outro – e nos esquecemos que o “Word” faz isso por nós! E não venha dizer “– e se nosso computador quebrar, como vamos nos virar?” Te digo: sempre há uma Lan House por perto e os nossos alunos sabem bem disso. Alfabetizar é ensinar a utilizar o Word, pois ele está no mundo, no mundo das relações sociais possibilitando que o indivíduo escreva a sua história de vida através dele, ou outro qualquer que o substitua. 

E mesmo os nossos alunos das classes menos favorecidas economicamente sabem o identificar a relação de poder que existe entre os que sabem utilizar o computador como ferramenta para enfrentar os desafios do mundo atual e os que sequer sabem ligá-lo. Famílias, alunos e sociedade, todos sabem o valor que tem um e-mail, bem contextualizado e fundamentado, enviado como reclamação por um direito não atendido ou violado, ou como agradecimento pelas melhorias na comunidade em que vive. Este é o legado mais valioso da escola para os seus alunos: a leitura e a escrita da vida para a vida, do mundo para o mundo. 

Aprender a ler e escrever tem que ser natural como ser concebido e vir ao mundo. E tanto mais o será se essa aprendizagem estiver em consonância com nossas histórias de vida, distanciada das repetições infundadas, das transmissões sem significantes e significados. É claro que não estamos sós no mundo. E que compartilhar histórias é tão importante quanto viver e relacionar-se com todas as formas de interação social, cultural e econômica. Mas também, e principalmente, opinar, seja através da linguagem oral ou escrita, sobre essas histórias. E a partir da reflexão critica promover mudanças significativas, seja na própria história, ou nas histórias coletivas. 

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FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 4 ed. Paz e Terra, 1986.



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