Como ajudar a criar e escrever histórias?

- O que precisamos saber para criar e escrever histórias?
 De onde vêm as histórias?
As histórias vêm de todo lugar, da vida, do mundo, das imaginação...
Como podemos ajudar crianças, jovens, adultos ou idosos, aprendentes da leitura e da escrita, a escreverem histórias?


Podemos contar histórias de várias maneiras, em livro, em teatro, em telas de pintura, em rodas de contação histórias e muitas outras. E o estilo do texto pode ser muito variado: poesia, quadrinhos, conto, piada, romance, ficção científica, e muitos outros!

Para escrever histórias vamos precisar principalmente de: 

1. Uma PERSONAGEM 
Qualquer coisa pode ser uma personagem: um objeto, uma pessoa, um animal, etc. 
Ex. um microfone. Era uma vez, um microfone. O nome dele era Microfolino. Ele vivia triste porque queria uma namorada. Microfolino andava pelas noites, em sua cantoria pelas ruas do sertão nordestino... 

2. Colocar a personagem em uma AVENTURA, um DRAMA, ROMANCE, etc. 
Para enriquecer uma história, toda personagem precisa entrar em uma ENCRENCA. 

3. Um DESFECHO. 
A história pode ter um fim em si mesma ou ensejar uma continuidade, uma outra parte que será contada mais adiante. 

4. Toda história deve ter um COMEÇO, um MEIO e um FIM. 
E não importa o estilo escolhido, seja qual for, é preciso dar a forma de completude.
O final da história pode ser feliz, triste ou indefinido.

E então, agora você já pode continuar ou começar contando as suas histórias!

Avaliação e Replanejamento participativo na EJA



Replanejar as ações pedagógicas nos processos de aprendizagem da leitura e da escrita, coletivamente, ajuda no reconhecimento dos acertos e ajuste dos possíveis equívocos.  Uma experiência em turma de Educação de Jovens e Adultos com períodos avaliativos trimestrais. Ler, escrever e pensar para empoderar.


Literatura na Alfabetização de Jovens, Adultos e Idosos


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Leituras compartilhadas são aquelas nas quais alunas e alunos ouvem e degustam sem a tarefa da devolutiva do tipo "O que vocês entenderam da história?" ou "O que vocês acharam da história?", salvo quando sentir necessidade de falar. Histórias compartilhadas são aquelas com as quais dividimos os nossos sentimentos mais profundos, aquelas que ficam ali por horas, dias, em nossa mente nos fazendo pensar e refletir sobre as suas temáticas e conteúdos.

Hoje transitando na EJA - Educação de Jovens, Adultos e Idosos, sempre abro as minhas aulas ora contando, ora ouvindo histórias compartilhadas. E são das mais variadas, versando sobre assuntos diversos. Estimulo os alunos e as alunas a compartilharem as histórias e os textos lidos e/ou ouvidos. E também leio para eles e elas aquelas histórias e aqueles textos que me encantam, sejam pelas suas belezas estruturais, sejam pelas suas informações de grande importância.

Num dia desses, um dia após a leitura do texto-fábula "O Uirapuru"  - texto do tipo Clássico, Fábula - como costumo dizer para os meus ouvintes, uma aluna chega até a mim antes do início da aula:

" - Professora, eu entendi o que aquela história quis dizer!"
"- É mesmo? Me conta! O que você entendeu?"
"- A moça morreu de amor!"
"- É verdade..."
"- O canto dos pássaro não é de alegria, é de tristeza. É Urapu... Urapuru, não é isso, fessora? Ainda preucura o seu amô...". Ah, professora, como eu queria ficar na sua sala ouvindo essas histórias! Ia ficar horas e horas...".
(aluna da turma de Alfabetização da EJA,
Centro Municipal de Referência em Educação de Jovens e Adultos,
CREJA/ SME/RJ/2017).

Se acreditamos que a aprendizagem se efetiva em contextos significativos, muito podemos nos valer da contação e dos compartilhamentos mútuos de histórias nas atitudes didáticas na prática do ensino de alfabetização. Penso que é um caminho bem seguro, afinal, tenho colhido bons frutos.
Deixo aqui, como sugestão o referido texto-fábula:

O Uirapuru
Lenda de cultura indígena

Havia, em uma determinada tribo, duas moças índias que eram muito amigas. Estavam sempre juntas. Uma não largava a outra. Não havia nada que afastasse uma da outra.
Um dia, as duas acabaram-se apaixonando pelo mesmo índio, que era o novo cacique da tribo. Como ambas eram muito bonitas, ele não se decidia por nenhuma delas.
Quando chegou a época do novo cacique se casar, os mais velhos pediram que ele resolvesse sobre qual delas seria sua noiva. Sem saber qual escolher, ele propôs uma prova: aquela que acertasse com uma flecha, em pleno voo a ave que ele indicasse seria a sua noiva. Se ambas acertassem, nova prova seria realizada.
No dia seguinte, na floresta apenas uma conseguiu acertar a ave e foi a escolhida. A outra passou a andar sozinha e ficava cada dia mais triste. Sentia saudade do cacique e da sua querida amiga, mas tinha vergonha de encontrá-los. Por isso, chorava. Chorou tanto que Tupã ficou compadecido. Para que a moça pudesse ver o casal de que tanto gostava, transformou-a num passarinho de aparência simples. Imediatamente ela voou para a cabana do cacique. Assim que chegou, viu o casal tão feliz, mas tão feliz que sentiu ciúme e ficou mais triste do que nunca.
Para resolver o problema, Tupã deu à índia-passarinho um canto muito bonito que a faria esquecer sua tristeza.
- De agora em diante - disse Tupã - você será o Uirapuru. Seu canto será tão bonito que a fará esquecer a sua tristeza. Quando os pássaros ouvirem suas notas maravilhosas, não poderão resistir. Ficarão em silêncio para ouvi-la cantar.

Retirado de:
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Lição de uma Alfabetizadora - Prof. Regina Leite Garcia

Todo o bem que fez pra mim

Há dezesseis anos conhecia pessoalmente aquela que proporcionava em mim grande inspiração alfabetizadora através dos seus escritos pedagógicos.  Pessoa miúda fisicamente, mas com um intelecto capaz de ensinar por onde quer que passasse, qualquer ser. Todos éramos aprendizes ao cruzar o seu caminho. Profundamente humilde, Regina Leite Garcia, me ensinou em algumas horas aquilo que carrego como lema ao longo dessa mesma quantidade de tempo em minhas ensinanças.

Partiu. Partiu desse plano físico para um bem mais a sua altura, a eternidade. Mas seu/meu legado me acompanha e para sempre o será...


Alfabetização e as dificuldades na condução dos processos - um diálogo com Magda Soares

A linguista Magda Soares fala-nos sobre os maiores problemas identificados por professores Alfabetiz...Adores, através de pesquisa realizada, nos processos de alfabetização.
Ela inicia o diálogo falando do ambiente alfabetizador, no qual deve figurar elementos fundamentais ao processo alfabetizatório e teve suas concepções acerca de muitas outras indagações nossas.

"Perguntamos a alfabetizadores de escolas públicas brasileiras: 'Qual é sua maior dúvida ou dificuldade na hora de alfabetizar?' Mais de 80 perguntas chegaram, enviadas de 15 estados brasileiros. Selecionamos 20 para esta entrevista especial, que comemora o 10º ano do Letra A.

Quem responde é a educadora Magda Soares, fundadora do Ceale e professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG, que foi a primeira entrevistada do jornal, lançado em 2005.

Clique no link:
Ceale - Centro de alfabetização, leitura e escrita - UFMG - Magda Soares responde

Residência Docente e qualidade na Educação



Que os professores chegam despreparados em suas salas de aula todos sabemos. A realidade vivenciada através da observação pelo aspirante ao exercício docente não atende às necessidades básicas de uma sólida formação para o magistério. Sem contar as artimanhas por parte de alguns que porventura acabam afinando o caldo, já tão ralinho, ao não cumprirem sequer a atividade de observação, importante, mas não suficiente.

Exercício docente é coisa séria. E para tanto, uma boa formação, da qual me orgulho de contribuir, é fator decisivo para a qualidade da Educação do nosso país. Ao pensarmos nas atividades de estágios realizadas pelos estudantes do antigo curso de formação para o Magistério - Curso Normal, o de Pedagogia, ou Licenciaturas, nos deparamos, na maioria dos casos, com atividades de contemplação do profissional em atuação pelo estagiário, que mesmo com boa vontade em colocar "a mão na massa", é tolhido pelos próprios responsáveis pelas instituições de ensino, temerosas com o trato do aprendiz com o aluno sob a sua responsabilidade.

Para aqueles, cujo exercício da profissão não passa de "não consegui algo melhor", não faz diferença alguma uma estágio de observação pura ou um estágio em que ele tenha oportunidade de exercer, sob supervisão, desde o início, a atividade de docência.

Lembro que das horas que passei no cumprimento dos estágios obrigatórios, aqueles mais significativos foram aqueles nos quais me permitiram parar de olhar e me oportunizaram o começar a fazer. Olhei fixamente para os profissionais que se puseram a minha frente (ou foram forçados, sei lá!) por longos períodos, por manhãs inteiras e intermináveis, mas as horas em recortei todos aqueles papéis que sequer dava conta da serventia, foram as mais felizes e mais eficazes. Ao menos, são as que ficaram preservadas como prazerosas. Da única miniaula que ministrei, lembro até hoje do tema e de tudo o que foi desenvolvido a partir dele nos quinze minutos que tinha reservado. Quinze minutos? Sim, foi esse o tempo oferecido. Se eu achei pouco? Claro que não. Não sabia o que era lecionar. E só hoje percebo o quão ínfimo tempo me foi disponibilizado. Será que teria feito algo de tão tenebroso caso tivessem me dado mais cinco minutinhos? Vai saber...


Da faculdade, só posso dizer que poderia ter sido TUDO. Escolhi estagiar no lugar onde havia me formado professora. Mas não me recordo de NADA, absolutamente nada que tenham me permitido colaborar ou desenvolver. E não faltei a um dia sequer, movida na esperança de, quem sabia, dar uma só aulinha de quinze, vinte minutinhos...

Hoje, quase vinte anos depois da minha formação para o magistério, no nível superior, me deparo com a tramitação de um projeto, que pautou da reunião do Senado neste mês de março de 2016. O Projeto versa sobre Residência docente e assim se justifica:
Explicação da Ementa:Altera a Lei nº 9394/96 – que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional – para determinar que a formação docente para a educação básica incluirá a residência docente como etapa ulterior à formação inicial, de 2000 mil horas, divididas em dois períodos com duração mínima de 1000 horas; considera como de manutenção e desenvolvimento do ensino as despesas realizadas que se destinam ao financiamento de programa de residência docente, através da concessão de bolsas aos alunos residentes e aos professores supervisores e coordenadores.
Veja aqui: http://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/115998
Se eu estou de acordo? Penso que é um começo consistente no fortalecimento e valorização da profissão Professor. Uma residência, com bolsa estudos e tudo o mais que couber de direito e que a decência política permitir será sim um grande passo à frente do batalhão da mesmice em Educação. Vamos acompanhar e ver para crer. E crer no que vier.

Se desejar, veja a Pauta completa do dia:

http://www12.senado.leg.br/noticias/arquivos/2016/03/21/veja-a-pauta-completa-da-ce

Para acompanhar:

Relator atual: Marta Suplicy
Último local:18/03/2016 - Comissão de Educação, Cultura e Esporte (Secretaria de Apoio à Comissão de Educação, Cultura e Esporte
Último estado:18/03/2016 - INCLUÍDA NA PAUTA DA REUNIÃO
Link para acessar a íntegra do Projeto:
http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/public/getDocument?docverid=87469fe0-c32b-49f3-91b0-70b2824a5a26

Alfabetização e dislexia - Como estrelas na Terra - um filme

Como lidar com a dislexia, em casa, na escola, na vida?


O filme Como Estrelas na Terra, retrata a história de um menino chamado Ishaan Awasthi de nove anos, que cursa o 3º ano do ensino fundamental 1, o mesmo apresenta um quadro de dislexia e que não é identificado pelos pais e nem pela escola, levando este a dificuldade no ambiente escolar e em sua vida social. No decorrer da vida escolar, é considerado preguiçoso e até mesmo taxado de indisciplinado por não acompanhar o ritmo dos demais colegas inclusive do seu irmão considerado o melhor aluno da turma, sendo a todo instante vitima do despreparo da família e do corpo docente.

A escola tradicional onde o menino estuda não demonstra nenhuma importância para com as suas necessidades, e somente convoca a família para informar que o garoto não apresenta avanços e que portanto provavelmente irá repetir a série. Sena esta, já vivenciada pelo menino. Dessa forma, Ishaan é levado pela "ignorância" e falta de sensibilidade dos pais a um Internato, local de severas punições e tradicionalismo cuja Filosofia é "Disciplinar Cavalos Selvagens".

Mediante tal situação, triste, angustiado e deprimido, Ishann perde cada vez mas o interesse pelos estudos, isolando-se em seu mundo. Surge então, um professor substituto com metodologias próprias, inovadora, e acima de tudo, conhecedor do problema que a criança possui. O novo professor mostra que Ishann tem as suas particularidades, mas é capaz e que precisa de uma atenção especial para que possa desenvolver suas habilidades e superar as suas limitações.

O professor consegue, através da sua sensibilidade para a questão, mobilizar a escola e começa a ensinar Ishann a ler e escrever. A partir de então, Ishann vai se superando compreendendo o mundo da leitura, da escrita e recuperando a sua autoestima.

O Filme nos faz perceber e nos leva a refletir, a importância do olhar atento, do olhar observador, investigador e da sensibilidade para com a pluralidade que compõem uma sala de aula, bem como as particularidades de cada aluno. 

Sabemos que somente identificar o problema não é o suficiente, faz- se necessário é indispensável tratamento diferenciado com psicopedagogos em consonância com todo corpo docente e familiares a fim de propiciar à criança um desenvolvimento mais significativo.




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