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Cartilha ou cartilhar?



A leitura do trabalho de Pesquisa, realizada com apoio do CNPQ, “as práticas cotidianas de alfabetização: o que fazem as professoras?”, que recomendo a todos os leitores (disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbedu/v13n38/05.pdf, e acessado em outubro do corrente ano), me fez pensar muito na minha sala de aula. E confesso que na do vizinho também. Foi uma espécie de auto-avaliação coletiva, mas a partir de um só sujeito. Valendo-me da máxima “estranho se não fosse trágico”, fiquei horas imaginando a forma como encaminho a minha prática alfabetizadora. E apenas com os botões por perto, lembrei-me do quanto o ensino mudou.
Se avançamos, não sei dizer. O fato é que nadamos, nadamos, mas vamos morrendo, pouco a pouco, ou de uma vez só, na praia de Ramos. Os índices continuam os mesmos, ainda que tentemos disfarçá-los. O monstro assustador da evasão perdeu força a partir dos programas do governo, mas ressurge faceiramente quando lá na frente estes já não o aprazem.
Pensei com os meus joelhos, dobrados sobre o sofá, nos textos literários que hoje usamos. Sim, claro, nós mudamos! Alfabetizamos através de textos. E os textos são variados. Lá estão os jornalísticos, os poéticos, os utilizados em cartazes (hã, hã! Desculpem-me, mas deu uma coceirinha na minha garganta...). Mas vamos lá! Em nossas salas de aula tem também os textos narrativos, os convites, os contos, as crônicas (hã, hã! De novo!). Sim eles sãos os mais variados possíveis. E o que fazemos com todos eles? E o que você, caro leitor deste espaço aspirante a Blog, faz com todos esses textos em sua sala de aula?
Com o nosso bom ar de modernos e antenados, vamos destrinchando os belos aportes textuais em palavras, letras e sílabas. “Cartilhamos sem utilizar uma cartilhazinha sequer”! Simplesmente, como nos aponta a pesquisadora, retalhamos o texto. O reduzimos a pó.
Não, não estou com saudade daquele tempo. Daquele tempo que “era bom” e que “todo mundo aprendia”, menos a torcida do Flamengo, é claro! E só para deixar CLARO, ela não aprendia porque era oriunda de família pobre, desestruturada, tadinha; ou então era porque não aprendia mesmo, coita... diiinha. Não estou com saudade desse tempo, mas não estou gostando de viver neste tempo aqui. Tempo que “sisi”. “sisentimos modernos!
Boas inspirações a todos!

Produção Textual na Afabetização


“É possível produzir textos sem estar alfabetizado?

Quando isso acontece?
É possível estar alfabetizado e não saber produzir textos?
Por que isso acontece?”

As perguntas nos levam a uma análise da nossa prática pedagógica enquanto professores alfabetizadores das séries iniciais do Ensino Fundamental. As suas dimensões se ampliam quando nos deparamos com alunos que se quer freqüentaram a Educação Infantil, desconhecendo, na maioria das vezes, o universo variado da leitura e escrita.
Para contribuir com a minha reflexão e a do caro leitor ou leitora, fui buscar “ajuda dos universitários” e encontrei nas pesquisas da prof. Rosaura Soligo (2006), um artigo apresentado pelo Instituto Paulo Montenegro-IPOBE, onde mostra dados da pesquisa de 2003 realizada nacionalmente com duas mil pessoas entre 15 e 64 anos, de diversas classes sociais em todas as regiões do Brasil onde foi constatado, após entrevista, o seguinte:
Apenas 26% lêem fluentemente, 9% são analfabetos e os demais foram classificados em três níveis variando entre aqueles que conseguem encontrar uma informação explicita num texto curto (31%) aqueles que conseguem encontrar uma informação não-explicita em um texto um pouco maior (34%) e os outros (26%) são aqueles que conseguem estabelecer relações entre os diversos elementos do texto.
A conclusão da pesquisa é que apenas um terço da população brasileira são leitores proficientes. E a produção de texto? O uso social da escrita? Como tem sido o nosso trabalho em prol da formação de alunos produtores de texto?
Este tema – PRODUÇÃO DE TEXTOS - foi discutido a partir de uma pesquisa realizada em escolas públicas pelo PROFA (Programa de Formação de Professores).
Com base nessa pesquisa (do Profa) compreendi e repasso aqui para vocês que, historicamente, viemos de um processo de ensino-aprendizagem que enfatizava, ou enfatiza ainda, a aprendizagem do sistema de escrita, como codificação e decodificação, para depois aprender a produzir texto. Partíamos (partimos) das sílabas, palavras, pequenas frases, ate chegar a produzir pequenos textos. Vale salientar que, em sua maioria, esses textos surgiam (surge) a partir de junções de frases já trabalhadas, muitas vezes sem os elementos de coesão textual. Dessa forma o aluno deveria dominar primeiramente o sistema de escrita e gradativamente ampliar sua competência escritora.
Só que muitos alunos não conseguiam, e não conseguem ainda, ampliar essa competência escritora e aí está outro problema, a escola acaba formando alunos que são alfabetizados, mas não são considerados letrados.
Qual a diferença entre Alfabetização e Letramento? Para Telma Weisz (PROFA ,2000) Alfabetização é a “capacidade de decodificar e ler autonomamente. É uma parte pequena, mas importante, de um processo muito maior que é a aprendizagem da língua” e Letramento para a autora é um “conjunto muito mais amplo de conhecimentos que permite participar do universo letrado”
Entendo letramento como a participação da pessoa, pelo uso constante da leitura e da escrita, no espaço social e no mundo.
E Telma Weiz complementa que, “para participar do mundo de hoje é preciso ler e escrever bem, é preciso saber escrever a língua das classes dominantes.” São competências que se diferem em alguns aspectos, mas se complementam, pois para que um aluno se interaja, de fato, na sociedade letrada é preciso estar alfabetizado, conhecer o sistema de escrita e dominar essa escrita, a partir de sua função social. É preciso saber se comunicar por meio desta escrita e tê-la como instrumento de oportunidades de ampliação de conhecimento, de trabalho e de cidadania. Cidadania é também não estar á margem da sociedade, como acontece com os analfabetos funcionais, que até podem dominar o sistema de escrita, mas não são leitores e escritores proficientes.
Na Antiguidade grega o autor era quem compunha e ditava para ser escrito por um escriba, a colaboração desse escriba era transformar os enunciados em marcas gráficas permanentes, que era considerada uma tarefa menor, esta função pouco contribuía para a grandeza da filosofia ou do teatro grego. (PCN,1997, p.33) Demonstra, portanto, que a capacidade de produzir um texto não esta vinculada ao domínio do bê-a-bá e portanto não é pré-requisito para o inicio do ensino da língua e nos mostra ainda que esses dois processos podem e devem ocorrer simultaneamente, um diz respeito à aprendizagem de um conhecimento de natureza convencional (a escrita alfabética) e o outro refere-se à aprendizagem da língua que usa para escrever (Epilinguística).
Se o produtor do texto é quem cria o discurso e não quem o grafa então não há necessidade de deixar para produzir textos somente após o domínio da correspondência fonográfica das palavras e de algumas convenções ortográficas, essa pedagogia de transmissão oral para ensinar a língua que se usa para escrever facilita a compreensão de textos socialmente reconhecidos e que devem fazer parte do dia-a-dia da sala de aula, pois fora da escola escrevem-se textos com gêneros definidos e com interlocutores reais, e na maioria das vezes na escola escrevem-se textos escolares, sem muita função social, sem interlocutores de fato, e, portanto pouco contribuem para o letramento dos alunos.
Se o aluno for colocado em contato com a diversidade textual, já na Educação Infantil, e em casa pelos próprios pais, o mais cedo ele compreenderá questões que são importantes para compreender como se pode ler o que está escrito, que se lê da esquerda para a direita, como os textos são organizados graficamente etc. coisas que para os adultos escolarizados é simples, mas para a criança é algo desconhecido e é tendo contato com esses textos que essas questões vão sendo resolvidas por elas.
Quando a criança tem a oportunidade de produzir textos, sem ainda dominar a escrita convencional, tendo uma pessoa como escriba, ela coloca em jogo diversas questões sobre a comunicação, como a quem se escreve, qual a mensagem que se deseja transmitir, como organizar as idéias, as questões de concordância, coesão e coerência textual, e nesse aspecto o trabalho do professor é essencial, pois ele tem a oportunidade de discutir com o aluno, ou com os alunos, a forma correta de escrever, e ainda que se fala de maneiras diferentes, mas no momento de escrever tem que seguir as normas da língua, no nosso caso a Língua Portuguesa brasileira. Mas vale lembrar aqui que,
(...) a ênfase que se esta dando ao conhecimento sobre as características discursivas da linguagem – que hoje sabe-se essencial para a participação no mundo letrado - não significa que a aquisição da escrita alfabética deixe de ser importante. A capacidade de decifrar o escrito é não só condição para a leitura independente como - verdadeiro rito de passagem - um saber de grande valor social. (PCN,1997,p.34)
O PCN deixa claro que precisamos ensinar a criança a escrever convencionalmente, mas não deixar de ensiná-los também a língua que se usa para escrever socialmente. Rosaura Soligo (2006,p.03) diz ainda,
A realidade vem nos mostrando que, quando o foco principal das práticas de ensino da língua é a alfabetização, no sentido estrito, é enorme o risco de a escola “produzir” analfabetos funcionais: alunos que “tecnicamente” saberiam ler e escrever, porque conhecem a correspondência entre letras e sons, mas não conseguem compreender o que lêem, tampouco se comunicar por escrito. E quando o foco das práticas de ensino é exclusivamente o uso da linguagem em diferentes contextos, corre-se o risco de formar alunos letrados, mas que demoram a se alfabetizar.
Fez-se necessário enfatizar estas duas questões apresentadas, pois o objetivo deste texto é discutir a prática de produção de texto dos alunos da Alfabetização e das séries iniciais do Ensino Fundamental, mas não desmerecer a relevância do domínio do sistema de escrita. A ênfase a partir daqui é no trabalho com a formação de alunos leitores e produtores de textos, trabalho que deve ser realizado concomitantemente à alfabetização.
Contudo, percebo que até há investimentos em teoria, mas em relação à prática falta efetividade. E compreendo também o quanto é importante a nossa formação continuada, que nos possibilite adquirir competências e habilidades para trabalhar com os alunos da Educação Infantil e das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, e principalmente, nos instrumentalizar para que possamos fazer as intervenções pedagógicas adequadas e promover de fato, o avanço dos alunos em suas hipóteses de escrita, leitura e a língua que se usa para escrever.
Assim, como eu, BOAS REFLEXÕES!
E o resultado destas, não deixe de compartilhar conosco.
Abraço.

Resgatando as tradições indígenas sem mitificar a história

19 de abril
Dia do Índio

A história dos povos indígenas no Brasil não pode ser resumida aos seus costumes de séculos passados, até porque, hoje em dia muitos deles não existem mais. Penso que apenas pintar e vestir as crianças com penas e chocalhos não contribui para trazer a tona o sentido desse dia. Menos ainda, desperta o respeito por um povo "estraçalhado" por nossa história de colonização. Temos que refletir e tentar não falar dos índios como um mito, uma lenda, ou algo muito distante de nós. Afinal, os índios ainda vi(sobre)vem!

No nosso país, os índios brigaram muito pelos seus direitos, principalmente o direito às terras que já eram suas. Eles também não se deixaram escravizar e tiveram que pagar com a própria vida essa resistência. Hoje, ainda lutam para sobreviverem. (...)

Caracterização dos Alunos nos níveis de Aprendizagem da Leitura e da Escrita

(http://www.centrorefeducacional.com.br, acessado em 22/01/2009)


COMO IDENTIFICAR OS NÍVEIS DE APRENDIZAGEM EM QUE SE ENCONTRAM OS NOSSOS ALUNOS, DENTRO DE UMA PERSPECTIVA SÓCIO-CONSTRUTIVISTA?

A caracterização de cada nível não é estanque, podendo a criança estar numa determinada hipótese e mesclar conceitos do nível anterior. Tal “regressão temporária” demonstra que sua hipótese ainda não está adequada a seus conceitos.

Emília Ferreiro e Ana Teberosck, para detectar o nível de conceitualização da criança, sugerem um ditado individual de quatro palavras, evitando ditar o monossílabo em primeiro lugar, (monossílaba, dissílaba, trissílaba, polissílaba) e uma frase. Em seguida, pedirá à criança para “ler” o que escreveu, com a finalidade de entender como ela “lê”.

Nas características e desafio dos níveis no processo de alfabetização, as autoras colocam que, em cada nível, a criança elabora suposições a respeito dos processos de construção da leitura e escrita, baseando-se na compreensão que possui desses processos.

Dessa forma, a mudança de um nível para outro só ocorrerá quando se deparar com questões que o nível em que se encontra não puder explicar: elaborará novas suposições e novas questões e assim sucessivamente. Em decorrência, pode-se dizer que o processo de assimilação de conceitos é gradativo, o que não exclui “idas e vindas” entre os níveis.

1. Nível 1 - Hipótese Pré- Silábica - Intermediário I
A criança:


  • Não estabelece vínculo entre a fala e a escrita;
  • Supõe que a escrita é outra forma de desenhar ou de representar coisas e usa desenhos, garatujas e rabiscos para escrever;
  • Demonstra intenção de escrever através de traçado linear com formas diferentes;
  • Supõe que a escrita representa o nome dos objetos e não os objetos;coisas grandes devem ter nomes grandes, coisa pequenas devem ter nomes pequenos;
  • Usa letras do próprio nome ou letras e números na mesma palavra;
  • Pode conhecer ou não os sons de algumas letras ou de todas elas;
  • Faz registros diferentes entre palavras modificando a quantidade e a posição e fazendo variações nos caracteres;
  • Caracteriza uma palavra com uma letra inicial;
  • Tem leitura global, individual e instável do que escreve: só ela sabe o que quis escrever;
  • Supõe que para algo poder ser lido precisa ter no mínimo de duas a quatro grafias, geralmente três (hipóteses da quantidade mínima de caracteres);
  • Supõe que para algo poder ser lido precisa ter grafias variadas (hipótese da variedade de caracteres).
* Desafio: Qual é o significado dos sinais escritos?


2. Nível 2 – Hipótese Pré- Silábica - Intermediário II

A criança:

  • Começa a ter consciência de que existe alguma relação entre a pronúncia e a escrita;
  • Começa a desvincular a escrita das imagens e números das letras;
  • Só demonstra estabilidade ao escrever seu nome ou palavras que teve oportunidade e interesse de gravar. Esta estabilidade independe da estruturação do sistema de escrita;
  • Conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.
* Desafio: Como resolver a hipótese de que a escrita se vincula com a pronúncia das partes da palavra?


3. Nível 3- Hipótese Silábica
Negrito
A criança:

  • Já supõe que a escrita representa a fala;
  • Tenta fonetizar a escrita e dar valor sonoro às letras;
  • Pode ter adquirido, ou não, a compreensão do valor sonoro convencional das letras;
  • Já supõe que a menor unidade da língua seja a sílaba;
  • Supõe que deve escrever tantos sinais quantas forem às vezes que mexe a boca, ou seja, para cada sílaba oral corresponde uma letra ou um sinal;
  • Em frases, pode escrever uma letra para cada palavra.
* Desafio: Como compatibilizar, na escrita ou na leitura das palavras monossílabas e dissílabas, a idéia de quantidade mínima e de variedade de caracteres, se ela supõe que as palavras podem ser escritas com uma ou com duas letras? E também:
- Ao ler as palavras que escreveu, o que fazer com as letras que sobraram no meio das palavras (almofada) ou no final (as sobrantes)?
- Se coisas diferentes devem ser escritas de maneira diferente, como organizar as letras na palavra?


4. Nível 4- Hipótese Silábico- Alfabética

A criança:

  • Inicia a superação da hipótese silábica;
  • Compreende que a escrita representa o som da fala;
  • Combina só vogais ou só consoantes, fazendo grafias equivalentes para palavras diferentes. Por exemplo, AO para gato ou ML para mola e mula;
  • Pode combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, numa tentativa de combinar sons, sem tornar, ainda, sua escrita socializável. Por exemplo, CAL para cavalo; Passa a fazer uma leitura termo a termo (não global).
*Desafio: Como conciliar a hipótese silábica com a hipótese da quantidade mínima de caracteres? E...
- Como adequar as formas gráficas que o meio lhe propõe à leitura dessas formas?
- Como separar palavras ao escrever, quando elas não são separadas na fala?
- Como tornar a escrita socializável, possível de ser lida por outras pessoas?


5. Nível 5- Hipótese Alfabética


A criança:

  • Compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação;
  • Compreende o modo de construção do código da escrita;
  • Compreende que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores menores que a sílaba;
  • Conhece o valor sonoro de todas as letras ou de quase todas;
  • Pode ainda não separar todas as palavras nas frases;
  • Omite letras quando mistura as hipóteses alfabética e silábica;
  • Não tem problemas de escrita no que se refere a conceito;
  • Não é ortográfica nem léxica.
* Desafio: Como entender que falamos de um jeito e escrevemos de outro? E...
- Como aprender as convenções da língua?
- Como distinguir letras, sílabas e frases?

Emília Ferreiro e Ana Teberosck, na obra Psicogênese da Língua Escrita, dizem que se entende por alfabetizada a criança que dominou a base alfabética do sistema de escrita, que lê com compreensão e escreve textos com sentido possíveis de serem lidos, mesmo que apresentem erros de ortografia.

O professor precisa levar a criança a raciocinar sobre a escrita e, para isso, ele deve criar um ambiente rico em materiais e em atos de leitura e escrita, incentivando-as. Também, deve provocar interações entre os diferentes níveis, principalmente os mais próximos. Dessa forma, o professor não precisa trabalhar necessariamente com cada aluno, mas sim lhes permitir a comunicação, que é o principal instrumento da didática da aprendizagem da alfabetização.

Isto demonstra o valor do trabalho numa classe heterogênea e o quanto ele é viável, uma vez que a homogeneidade é característica apenas dos 1ºs momentos de uma classe remanejada, pois a evolução de cada criança é pessoal.

Em todos os níveis deve-se trabalhar o som das letras do alfabeto, o reconhecimento das formas das letras e a associação grafema-fonema. “Uma mesma atividade pode servir para aluno em qualquer nível do processo, contanto que ela englobe um espaço amplo de problemas e que o professor provoque diferentemente, questões e desafios adaptados a alunos em situações desiguais dentro da psicogênese”.

O professor deve ter o cuidado de não avaliar a criança como se estivesse em outra hipótese:

- Na escrita de pré-silábicos deve procurar avaliar tudo o que se referir a letras: o número e a ordem, seu tamanho e sua posição nas palavras e as iniciais e as finais;

- Na hipótese
silábica - avaliar usando critérios alfabéticos , mas fazer análise da características da palavras no texto, dando mais ênfase à letra da 1ª sílaba e as 1ªs sílabas das palavras: “pode confrontar produções individuais e ditar palavras como mala, mole, mula que podem resultar ML ou palavras como pato, sapo, calo que podem resultar AO. Ao requerer a leitura dessas palavras, o professor coloca o aluno em conflito, uma vez que ele irá perceber que fez a mesma grafia para palavras diferentes”.

- Na hipótese alfabética, correções ortográficas não devem ser feitas e deve-se trabalhar produções individuais e coletivas dos alunos, nas letras de músicas conhecidas pelas crianças ou em qualquer texto que garanta efetivo envolvimento do aluno.

Além disso, algumas outras observações são importantes:


  • O professor deve considerar que não é a repetição que produz o conhecimento e, sim, o estabelecimento de múltiplas relações, o raciocínio lógico e o pensar sobre o que se faz;
  • A criança precisa entender a função social da escrita e a importância da linguagem oral e se sentir livre para se comunicar pela escrita e pela fala: seu texto não existe para ser corrigido, mas para ser lido e entendido;
  • “O papel do professor é importantíssimo.( Emilia Ferreiro disse, no Programa Roda Viva, TV Cultura, 1989, que) Se queremos alunos ativos na construção do conhecimento, o professor também tem que ser ativo. Fale menos e escute mais e trabalhe cognitivamente também com o que escuta e vê em seus alunos”.

Ao expressar-se por escrito, tudo tem sentido para a criança: um sinal, uma letra, um desenho. Para os educadores, a análise dessa maneira de escrever pode demonstrar muito. Assim, há que se fornecer à criança a oportunidade de manter um diálogo simples e de se colocar perante o mundo. Atualmente, está claro que o mais importante para a criança é, primeiramente, EXPRESSAR-SE. Ela constrói um texto sem muito significado para nós, mas é capaz de “ler” a mensagem que quis passar, e mesmo palavras mal escritas, rabiscos e desenhos iniciais deixam de ser tentativas de escrita para se tornarem escritas reais.

Alguns princípios básicos não podem ser perdidos de vista:


  1. A pontuação e a ortografia serão trabalhadas gradativamente, respeitando-se as fases do processo pelo qual o aluno passa.
  2. A introdução à norma culta ocorre paralelamente à capacidade de criação e se desenvolve de modo gradativo.
  3. O professor deve ter claros os conteúdos a serem desenvolvidos ao longo do ano e trabalhá-los com flexibilidade e coerência.
  4. O “fácil” e o “difícil” devem ser definidos tomando-se por base a perspectiva de quem aprende e não a do educador, que precisa se conscientizar de que o aluno aprende melhor e assimila com maior facilidade o que lhe interessa mais diretamente.
  5. Repetir regras que não podem ser compreendidas não ajuda o aluno e não diz nada, nem a ele nem ao professor, que apenas orienta aqueles que sistematizam a aprendizagem.
  6. Para que o aluno se aproxime do padrão convencional da língua, ele precisa ter modelos que possibilitem uma comparação. Por exemplo, em alguns momentos ele escreverá livremente, de acordo com suas próprias regras, seguindo seus pensamentos; em outros, o professor trabalhará modelos preparados cuidadosamente, “sem erros ortográficos”, que permitirão o confronto interior da criança.
  7. A presença e o esclarecimento do professor neste momento de dúvida e de conflito são de fundamental importância. Não há por que dispensar exercícios e atividades que sistematizem conteúdos. No entanto, o aproveitamento será maior se os exercícios contiverem um vocabulário expressivo sugerido pelos alunos, composto por palavras que fazem parte da realidade das crianças e de seu cotidiano, que tenham relação com fatos acontecidos ou vivenciados em classe, na escola ou na comunidade.

Cabe ao professor saber direcionar a aula para chegar às palavras mais apropriadas, que possam servir melhor ao objetivo que se quer atingir.


BOM RETORNO A TODOS E A TODAS!


Língua Portuguesa e Alfabetização - ponto e contraponto

[Trabalho apresentado no Curso de Pós-graduação em Alfabetização - UNESA/ 2007]

“Nós, professores alfabetizadores, precisamos perceber a competência e a criatividade que possuímos. Construir, cotidianamente, uma escola que alfabetize a todos, não é tarefa fácil, mas é possível”. Carmen S. Sampaio

E a Língua como vai?

Nossas salas de aula apresentam-se com inúmeros desafios para nós - professores. Lá nos deparamos com multiculturas, histórias de vida das mais variadas possíveis, alunos com níveis diferenciados de aprendizagem. E como lidar com tudo isso e muito mais?

Pensar o ensino de Língua Portuguesa requer uma compreensão da magnitude das questões que ora se apresentam: Para que ensinar a Língua Portuguesa? Para quem ensinar a língua? Como ensinar Língua Portuguesa? O que ensinar em Língua Portuguesa? A quem cabe ensinar Língua Portuguesa? Pode ser que pretendemos reinventar a roda, mas por que não, se esta como se encontra, já não atende às nossas necessidades?

Muito se tem falado sobre a importância da interdisciplinaridade, e até mesmo da multidisciplinaridade e transdisciplinaridade nas diversas áreas do ensino, mas como fazer para exercê-las? Mas em que dimensões da Língua Portuguesa estes fatores se encaixam?

Marcado pela sobrevivência como um desafio constante, é o mundo em que vivemos, face ao acelerado crescimento do desenvolvimento tecnológico com o qual convivemos. Temas como alimentos transgênicos, altos índices de desemprego, baixos salários daqueles que estão empregados, dentre outros percalços sociais são veiculados numa velocidade inassimilável, dado o volume de informações disponibilizadas pelos meios de comunicação de massa e drasticamente alterados com a popularização da Internet.

Temos então, diante dos nossos olhos – considerados mais “apurados” por sermos ledores e letrados – uma realidade multifacetada, complexa e desafiadora. Diante do exposto, uma educação voltada para emancipação dos indivíduos, entendendo isto como fazer com que o individuo saiba ler, selecionar, organizar e decidir autonomamente os rumos para sua vida e sua sociedade, navegando no emaranhado de informações veiculadas pela mídia – deve prioritariamente pautar-se na concretude da formação destes indivíduos, ou seja, os liames do percurso pedagógico. E que se distancie do modelo tradicional conteudista, ineficaz face aos novos desafios apresentados neste início de milênio.

A escola ganha, nesse processo de reconstrução de significados, uma importância fenomenal, uma vez que precisa instrumentalizar os alunos com competências para analisar, discutir entre os seus pares, identificar, selecionar e organizar ações eficazes para a transformação da sociedade na qual está inserido.

Desta forma, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira articulada e simultânea, os conteúdos das disciplinas das diferentes áreas do ensino. Por que não ensinar Ciências, por exemplo, numa aula de Língua Portuguesa? Lançar mão do texto cientifico, propor leituras, interpretações, estudo de determinado aspecto da língua, pesquisas... suscitar o desejo de aprender mais? E numa contramão, numa aula de Ciências não se poderia ensinar Língua Portuguesa? Que tipologia textual encontramos num texto cientifico?

É comum encontrarmos alunos que passaram pela escola, aprenderam técnicas de decifração do código escrito e que até são capazes de ler textos simples, curtos, mas que não conseguem depreender do mesmo o seu sentido global. Para onde caminhou o ensino da língua? Mecanização? Decoração de regras gramaticais? Onde foi parar o sentido daquilo que se lê?

A função social da leitura e da escrita no mundo de hoje perpassa pela capacidade dos educandos/ indivíduos interpostos em sociedade, em lidar com situações do cotidiano, mas também fora dele, de forma consciente, e principalmente, autônoma, crítica.

Muito além de ensinar conteúdos programáticos, cabe ao educador tomar decisões. Decidir a partir da realidade que lhe foi posta, (ou imposta) para agir eficaz e eficientemente nela. E pensar:
- Para onde quero ir?
- O que desejam aqueles que caminharão comigo, os sujeitos das minhas ações?
- Como fazer para obter êxito?
- Qual o melhor caminho? Existe um só caminho?
- Se já iniciei a minha caminhada, estou seguro, ou segura? Consigo ver o final da trilha?
- Preciso desviar o caminho, ante o que vejo?
- Todos estamos felizes, alunos e professores, sócio-afetiva-pedagógicamente?

Um caminhar feliz, significa a observância de resultados satisfatórios para aqueles que precisam da escola como forma de sistematização dos conteúdos das disciplinas, mas acima de tudo, o sucesso no mundo.


Abraços a todos!


A importância do trabalho em grupos

O TRABALHO EM EQUIPE


O trabalho em equipe, um termo que se emprega com freqüência nas salas de aula, depende da organização e desenvolvimento das atividades que os professores mantenham.

Trabalhar em equipe é um modelo que vem sendo seguido e tem se modificado ao longo do tempo, agora se tem dado mais valor a aprendizagem cooperativa, isto é, um grupo de alunos trabalham em equipe e o resultado deste trabalho deve refletir que todos e cada um deles tenham trabalhado com a informação de igual maneira.

Sabemos que este seria o modelo ideal, porém quando o trabalho não foi recíproco, que fazer? Os professores devem orientar seus alunos a adquirirem destrezas sociais cooperativas que tenham como resultado a habilidade de trabalhar em grupo.

Alguns elementos dos grupos de aprendizagem cooperativa que os profissionais em psicologia educacional, entre outros, descobriram são:

  • trabalho cara a cara
  • interdependência positiva
  • responsabilidade individual
  • destrezas colaborativas
  • processamento grupal

Este conjunto de elementos evidencia que ainda que se trabalhe em equipe, a aprendizagem também é individual.

Do mesmo modo, existem alguns padrões para estabelecer os grupos cooperativos.

Faz-se o planejamento do tamanho do grupo, que varia de acordo com as metas de aprendizagem traçadas,

Se esta é para repassar ou praticar uma informação bastará que as equipes sejam pequenas, entre 4 a 6 alunos; enquanto se o propósito for debater, fomentar a participação e resolver problemas, então os grupos seriam de tamanho maior.

É indispensável que os professores vigiem os grupos para verificar se todos contribuem, participam e aprendem; da mesma maneira o professor destinará aos alunos diversas funções para apoiar a aprendizagem, funções tais como o fomento, a discussão, a chuva de idéias, sondagens e criatividade.

Entre outros modelos, estão também várias dinâmicas como, por exemplo: perguntas que seriam respondidas entre os alunos, repartindo em turnos aqueles que perguntam e os que respondem; isto pode ser feito mediante o uso de tiras de papel e assim todos participam dirigindo um diálogo e obtendo aprendizagem cooperativa.

A leitura prévia de um texto e depois a resolução de problemas e dúvidas, resumos e ao final uma correção que permitiria compartilhar com os outros alunos, também pode ser usada com proveito.

Cabe ainda indicar que tudo o que foi dito anteriormente não pode ser concretizado sem um planejamento e supervisão cuidadosa do professor e do grupo, e é um processo, pois nossos alunos não foram acostumados a trabalhar corretamente em grupos.



Empirismo ou Construtivismo - por uma mudança mais segura

Para mudar é preciso reconstruir toda a prática a partir de um novo paradigma teórico


Quando se tenta sair de um modelo de aprendizagem empirista para um modelo construtivista, as dificuldades de entendimento às vezes são graves.

Em uma perspectiva construtivista, o conhecimento não é concebido como uma cópia do real, incorporado diretamente pelo sujeito, como é proposto em nossas cartilhas empiristas: pressupõe uma atividade, por parte de quem aprende, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes. Isso vale tanto para o aluno quanto para o professor em processo de transformação.

Se o professor procura inovar sua prática, adotando um modelo de ensino que pressupõe a construção de conhecimento sem compreender suficientemente as questões que lhe dão sustentação, corre o risco, grave no meu modo de ver, de ficar se deslocando de um modelo que lhe é familiar para o outro, meio desconhecido, sem muito domínio de sua própria prática — "mesclando", como se costuma dizer.

O equívoco mais comum é pensar que alguns conteúdos se constroem e outros não. O que, nessa visão "mesclada", vale dizer que uns precisariam ser ensinados e outros, não. Em outros casos o modelo empirista fica intocado e as idéias que as crianças constroem em seu processo de aprendizagem são distorcidas a ponto de o professor vê-las como conteúdo a ser ensinado.

Alguns professores que, encantados com o que a psicogênese da língua escrita desvendou sobre o que pensam as crianças quando se alfabetizam, passaram a ensinar seus alunos a escrever silabicamente.

Que raciocínio leva a uma distorção desse tipo? Se os alunos têm de passar por uma escrita silábica para chegar a uma escrita alfabética, ensiná-los a escrever silabicamente faria chegar mais rápido à escrita alfabética, pensam esses professores.

Essa perspectiva só pode caber num modelo empirista de ensino, cuja lógica intrínseca é a de organizar etapas de apresentação do conhecimento aos alunos. Essa lógica não faz nenhum sentido num modelo construtivista.

Outro tipo de entendimento distorcido, mais influenciado por práticas espontaneístas, é o seguinte: diante da informação de que quem constrói o conhecimento é o sujeito, houve professores que entenderam que a intervenção pedagógica seria, então, desnecessária. Se é o aluno quem vai construir o conhecimento, o que os professores teriam a fazer dentro da sala de aula? E passaram a não fazer nada.

Como se vê, é fácil nos perdermos em nossa prática educativa quando não nos damos conta do que orienta de fato nossas ações. Ou melhor, de quais são as nossas teorias em ação.

Um erro que precisa ser evitado por nós, professores ávidos por transformação de paradigma, por suas graves conseqüências é o desvio espontaneísta: como é o aluno quem constrói o conhecimento, não seria necessário ensinar-lhe. A partir dessa crença o professor passa a não informar, a não corrigir e a se satisfazer com o que o aluno faz "do seu jeito".

Essa visão implica abandonar o aluno à sua própria sorte. E é muito importante que o professor compreenda o que significa, do ponto de vista da criança, o "vou fazer do meu jeito".

Na alfabetização, para exemplificar, quando uma criança entra na escola ainda não alfabetizada, tanto ela quanto o professor sabem que ela não sabe ler nem escrever. Ao propor que se arrisque a escrever do jeito que imagina, o que o professor na verdade está propondo é uma atividade baseada na capacidade infantil de jogar, de fazer de conta.

Num contrato desse tipo — que reza que o aluno deve escrever pondo em jogo tudo o que sabe e pensa sobre a escrita — o professor deve usar tudo o que sabe sobre as hipóteses que as crianças constroem a respeito da escrita para poder, interpretando o que o aluno escreveu, ajudá-lo a avançar. Dentro desse contrato, quem "faz de conta" é a criança.

Nesse espaço em que a criança escreve "do seu jeito" o papel do professor é delicado. Mas é semelhante ao de alguém adulto que participa de uma brincadeira de fez de conta sem entrar nela. Ao professor cabe organizar a situação de aprendizagem de forma a oferecer informação adequada.

Sua função é observar a ação das crianças, acolher ou problematizar suas produções, intervindo sempre que achar que pode fazer a reflexão dos alunos sobre a escrita avançar.

O professor funciona então como uma espécie de diretor de cena ou de contra-regra e cabe a ele montar o andaime para apoiar a construção do aprendiz.


Fonte: http://www.dominiopublico.gov.br



Contação de história - a raça negra em questão


Uma história para encantar e se desdobrar


Menina Bonita do Laço de Fita

(Ana Maria Machado)

Posted By Historias Infantis On Maio 9, 2008 @ 10:28 In Histórias Infantis G-O


Era uma vez uma menina linda, linda. Os olhos dela pareciam duas azeitonas pretas, daquelas bem brilhantes. Os cabelos eram enroladinhos e bem negros, feito fiapos da noite. A pele era escura e lustrosa, que nem o pêlo da pantera negra quando pula na chuva.

Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laço de fita colorida. Ela ficava parecendo uma princesa das Terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.

Do lado da casa dela morava um coelho branco, de orelha cor-de-rosa,
olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto em toda a vida. E pensava:

- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…

Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:

- Ah, deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...

O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tornou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou aquele pretume, ele ficou branco outra vez.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:

- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.

O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do 1ugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto. Por isso, daí a alguns dias ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia e já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela, que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:

- Artes de uma avó preta que ela tinha…

Aí o coelho - que era bobinho, mas nem tanto - viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.

Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura
como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não pára mais.

Tinha coelho pra todo gosto: branco, bem branco, branco meio cinza,
branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha
bem pretinha. já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.

E quando a coelhinha saía, de laço colorido no pescoço, sempre encontrava alguém que perguntava:

- Coelha bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
E ela respondia:

- Conselhos da mãe da minha madrinha…



Estratégias de Leitura: correspondência entre som e escrita

PRATICANDO A LEITURA - Seqüência Didática

OBJETIVOS1. Refletir sobre o funcionamento do sistema alfabético de escrita. 

2. Acionar estratégias de leitura que permitam descobrir o que está escrito e onde (seleção, antecipação e verificação).

3. Usar o conhecimento sobre o valor sonoro das letras (se já aprendido) ou trabalhar em parceria com quem faz uso do valor sonoro convencional (ainda não aprendido).

4. Estabelecer correspondência entre a pauta sonora e a escrita do texto

Conteúdo:  Leitura na alfabetização inicial.
Anos1º e 2º.

Tempo Estimado: uma aula de 30 minutos em dias alternados aos de atividades de escrita, durante todo o ano.

Material necessário: Textos poéticos (parlendas, poemas, quadrinhas, canções, trechos de contos lidos).

DESENVOLVIMENTO

1ª ETAPA
Selecione parlendas, poemas, quadrinhas e canções que considere interessantes. Distribua uma cópia para cada estudante e leia com a classe. Para que os leitores não-convencionais participem da atividade, garanta que saibam o texto de cor.
2ª ETAPA
Informe onde se inicia o texto e proponha que todos leiam juntos, acompanhando o que está escrito com o dedo enquanto cantam ou recitam. O desafio será ajustar o falado ao escrito.

3ª ETAPA
Peça que procurem algumas palavras e socializem com o grupo as pistas usadas para encontrá-las. Faça com que justifiquem as escolhas e explicitem o procedimento para descobrir o que estava escrito. Nessas atividades são utilizados textos que já se sabe de cor para antecipar o que está escrito e letras e partes de palavras conhecidas para verificar escolhas.

4ª ETAPA 
Uma variação da atividade é entregar as poesias recortadas em versos ou em palavras e pedir que sejam ordenadas. Para dar conta da tarefa, a garotada terá de acionar os conhecimentos que possui sobre o texto, os procedimentos de leitura já adquiridos e utilizar pistas gráficas (letras iniciais, finais etc.).

AVALIAÇÃO
Registre suas observações sobre a participação dos pequenos: quais foram as pistas utilizadas e como eles justificaram escolhas. Anote também quais foram as suas intervenções mais importantes para a orientação da turma. Essas observações são fundamentais para o planejamento das atividades que virão a seguir.

Intervenção Pedagógica na leitura e na escrita - montagem textual por frases e palavras

Atividade interativa de leitura e escrita






Montagem coletiva do texto-música
"O pato pateta", V. Moraes.

  1. A música foi apresentada no BLOCÃO e lida sem melodia, como um texto poético. Após a leitura coletiva, COM APONTAMENTO DO PROFESSOR fonema a fonema, (onde ele põe o dedo enquanto pronuncia as palavras, mas sem pausá-las), sugeriu-se outra atividade (ciências - as aves), que poderia ser qualquer outra diferente do foco da leitura;
  2. No dia seguinte, retomou-se a releitura do texto e desta vez com uma cópia para os alunos. Foi sugerida a leitura "com o dedinho" deles;
  3. Em seguida, como a turma já reconhece a maioria (mas não todos) dos fonemas e grafemas da nossa língua, foi solicitado que identificassem (pintando ou circulando) palavras-chave no texto (pato/ pateta/ caneco/ marreco/ galinha/ panela) - que fica a escolha do professor, (no caso de uma turma que não reconheça a maioria dos fonemas, pode-se elencar QUAIS FONEMAS se deseja trabalhar e, ao invés de solicitar que a criança identifique várias palavras, solicitar apenas a palavras-chave. Importante salientar que, o mesmo texto serve para trabalhar diversos fonemas e grafemas, mas um de cada vez, ainda que todos sejam apresentados ao mesmo tempo durante a leitura do texto. A sistematização de cada um deles (aqueles elencados) deve ser programada, planejada, para que possa garantir um bom aprendizado;
  4. Cada palavra encontrada (mesmo repetidas) deveria ser pintada de uma cor diferente: todas as palavras pato de amarelo, por exemplo, (...)

Montagem Textual por frases e palavras



1. Leitura do livro para o grupo, (se possível, apresentar cartazes ou fantoches dos personagens da história);
2. Apresentação do trecho do livro, já lido para o grupo, e escrito no blocão;
3. Leitura coletiva com apontamento do professor, fonema a fonema;
4. Distribuição para os alunos do trecho lido coletivamente para realização de uma leitura acompanhada (orientar o acompanhamento com os olhos e o dedinho); (...)

Montagem Textual por frases e palavras: sugestão de encaminhamento metodológico

Procedimentos metodológicos para uma proposta de alfabetização
através de livros e histórias infantis – algumas sugestões










  1. Sondagem prévia: quem conhece a história?
  2. Apresentação da obra: capa, título e ilustração.
  3. Identificação do autor, ilustrador, editor.
  4. Contação da história. (...)

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